Capítulo 1 • gastos

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Rebecca Antonelli | Madrid

Mais um dia normal aqui em Madrid, para uma pessoa de 24 anos como eu

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Mais um dia normal aqui em Madrid, para uma pessoa de 24 anos como eu. Trabalho e trabalho.
Sou formada em marketing e estou a dois meses de terminar minha faculdade de pediatria.

Eu e meus pais estamos passando por uma crise financeira muito grande na nossa empresa de tecidos, e isso está afetando rapidamente nossa economia, já que meus pais só sabem gastar e gastar.

Eu me sinto um pouco culpada por isso, porque eu poderia estar fazendo mais pela empresa, além de estar no marketing, mas nenhuma faculdade que envolva a administração dura pelo menos dois anos.

Não estaríamos com nenhuma crise se meus pais não tivessem pegado uma boa parte do dinheiro da empresa para as férias e outras coisas. E eu infelizmente fiquei sabendo disso quando era tarde demais.

—Nós precisamos encontrar uma solução. —Disse minha mãe, Fernanda.

—Infelizmente eu não encontro nenhuma. —Disse meu pai, Luis.

—Se você tivesse feito faculdade de administração ao invés de fazer de marketing, poderia estar nos ajudando agora! —Disse Fernanda, para mim.

—Agora a culpa é minha? Vocês gastaram milhões de reais da empresa em festas, viagens e carros! Coisas que não tinham necessidade de ficar gastando e a culpa ainda é minha? —Pergunto indignada.

—Não adianta jogar as coisas na nossa cara, Rebecca. Você também desfrutou de tudo isso. —Disse ela.

—Eu desfrutei sim, mas eu não tinha a mínima ideia que estivessem usando o dinheiro da empresa. Vocês sabem muito bem que eu não teria compactuado com isso se eu soubesse a origem daquele dinheiro.

—De alguma forma temos que encontrar uma solução. Eu não irei suportar perder tudo que conquistei.—Disse Fernanda.

—Se querem uma solução, parem de gastar o que resta. —Digo.

—O problema é que não resta mais nada! —Disse Luis.

—O que? Como assim? —Pergunta Fernanda, assustada.

—Não temos mais nada, Fernanda.

—O que você fez, Luis?

—O que eu fiz? Não fui eu quem gastou mais de 200 mil reais em bolsas, sapatos e maquiagens! O nosso dinheiro acabou, Fernanda, acabou! E em breve teremos que sair daqui. —Disse Luis.

—O que? —Perguntamos.

—É, teremos que sair daqui logo logo. —Disse Luis.

—Não pode ser. —Digo e subo para o meu quarto.

Eu não posso ir embora agora, logo agora que estou no antepenúltimo mês da faculdade. Eu preciso encontrar uma ajuda.

Depois de um tempo pensando, tive a brilhante ideia de entrar na minha conta do banco. Eu guardei todas minhas economias aqui. Elas com certeza servirão para eu ficar aqui em Madrid pelo menos até acabar a faculdade.

Infelizmente não dá para mudar minha faculdade para on-line.

Entro na conta e… Não, não, não e não! Não pode ser!

Saio do quarto furiosa e vou até o escritório onde estão meus pais.

—Onde estão minhas economias? Onde está meu dinheiro do banco?  —Pergunto irritada.

—Nós usamos, por quê? —Pergunta Fernanda.

—O que? Não, agora vocês passaram de todos os limites possíveis! Por que usaram meu dinheiro? Por quê?

—Como assim seu dinheiro não está na conta? Eu não mexi em um centavo se quer ! —Disse Luis.

—Eu usei. —Disse Fernanda.

—Fernanda?!

—Ela não iria usar, Luis! —Minha mãe disse.

—Mãe, se um dinheiro está no banco, é porque algum momento ele será usado, não importa quando.

—Por que precisa do seu dinheiro agora? —Pergunta Fernanda.

—Porque eu preciso ficar aqui em Madrid.

—Espera, nós vamos e você irá ficar?

—Eu preciso terminar minha faculdade aqui!   —Digo.

—Quando nós formos, você irá conosco. —Disse Fernanda.

—Vocês não pensam no meu futuro?

—É claro que pensamos, filha. —Disse Luis.

—Não, pelo menos minha mãe não pensa! Porque se pensasse, não teria pegado meu dinheiro. Eu fiquei guardando uma parte do meu salário durante 3 anos, pra nada!

—É sério que você está brigando conosco por causa do seu dinheiro? —Pergunta Fernanda.

—Você não tem noção do quão frustrada eu ficarei se eu não conseguir ficar para terminar minha faculdade. —Digo e subo para o quarto.

Não é possível que todo meu esforço e meu trabalho, foram jogados no lixo de duas maneiras. E o pior ainda, por culpa da minha própria mãe!

|| Continua ||

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A foto no começo é inspiração das histórias da minha linda amiguinha nicxsccp ! (Leiam as histórias dela porque são simplesmente perfeitas!)

Eu não mereço você | Raphael Veiga Onde histórias criam vida. Descubra agora