Capítulo 63 • Esforço

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Rebecca Antonelli |

Já é noite, e meu estado piorou desde manhã até aqui

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Já é noite, e meu estado piorou desde manhã até aqui. Passei o dia todo colocando pra fora o que eu comi e até a água que tomei.

De verdade, eu não estou bem.

Hoje mais cedo o Yuri veio me visitar, mas não pode ficar muito tempo.

Gosto de ter ele por perto, ele é uma pessoa muito boa.

Olho no relógio do celular e vejo que marca 21:15.

Minha barriga dói, minha cabeça dói, tudo dói. Se antes eu achava que logo iria sair do hospital, agora tenho quase certeza que vou ficar mais um mês inteiro aqui.

Ouço uma batida na porta, que logo é aberta.

-Pensei que já estivesse dormindo. -Disse a doutora.

-Não consigo.

-Você está mais pálida que antes. -Disse e encostou a mão em minha testa. -E permanece quente.

-Está muito difícil...

-Você quer que eu chame alguém para ficar com você?

-Não, doutora, obrigada.

-Vim só verificar você mesmo. O que precisar, só apertar o botão.

-Obrigada. -Sorri fraco.

Me ajeito na cama, viro para o lado e fecho os olhos.

Eu me sinto tão vazia...

Eu preciso de você, só você.

Uma batida na porta surge e ela é aberta.

A doutora deve ter esquecido de algo.

O quarto permanece em silêncio, e logo estranho.

A doutora sempre fala alguma coisa...

Viro para o lado e meu coração dispara ao vê-lo encostado na parede do quarto.

Ficamos nos olhando por alguns segundos, e nenhuma palavra sai da minha boca.

-Oi. -Disse.

Permaneço o olhando, e logo ele senta ao meu lado.

-Por que não quer se ajudar?

Abaixo a cabeça e fixo meu olhar no chão.

Ele levanta meu queixo com cuidado, e nos olhamos.

-Me dói ver você assim.

-Por que veio? -Pergunto.

-Porque eu te amo. -Disse.

-Raphael

-Não me expulsa, por favor.

Ele está mais lindo ainda...

-Não precisa se preocupar comigo. -Digo.

-Para com isso, Becca. Eu não aguento mais viver longe de você.

Se você soubesse que comigo está acontecendo a mesma coisa...

-Não vai dizer nada? -Pergunta.

Tento dizer algo, mas uma lágrima cai.

-Por que está chorando? -Limpou a lágrima

-Eu não tenho mais vontade pra nada, Raphael. -Sussurro.

-Eu sei, a doutora me disse. Mas eu vim porque eu sou teimoso e achei que poderia te ajudar de alguma forma. -Disse.

-Ajudar em quê? Não tem o que você fazer por mim.

-Você já comeu? -Pergunta.

-Já, mas vomitei.

-Bebeu água?

-Aconteceu a mesma coisa.

-Por que chegou nesse ponto, por quê? -Acaricia meu rosto.

-Porque nada mais faz sentido pra mim. -Lágrimas escorrem.

-Você não é assim, Rebecca. Por favor, me deixa te ajudar.

-Me deixa ficar aqui, só isso. -Digo.

-Não, eu não posso. Eu não posso deitar a cabeça no travesseiro e saber que você está nessas condições aqui. Eu não posso ficar tranquilo se você não está bem.

O olho e sem pensar duas vezes, o abraço apertado.

-Me desculpa por tudo, por favor, me perdoa. -Choro em seu ombro.

-Rebecca. -Sussurra.

-Eu nunca deveria ter feito o que fiz com você, nunca. -Choro.

-Calma. -Disse.

-Eu não consigo me recuperar sem ter você comigo. Eu não consigo mais ser quem eu era sem ter você, está muito difícil. -Digo chorando.

-Minha felicidade só existe se for com você, só com você e com mais ninguém, Raphael. -Sussurro.

Ele deixou uma lágrima escapar e me abraçou apertado.

-Volta pra mim, por favor, eu te imploro. -Digo chorando. -Eu nunca quis te magoar, nunca. Acredito em mim.

-Eu acredito em você. Eu necessito de você comigo, meu amor. -Disse, olhando em meus olhos.

-Eu te amo muito. -Digo.

-Eu te amo muito, Becca, muito.

-Eu prometo te explicar tudo. -Digo.

-Eu não quero saber disso agora, eu preciso saber de você, da sua saúde. -Disse. -Faz um esforço, meu amor. Você precisa se recuperar.

-Então fica comigo. -Sussurro.

-O quanto você quiser. -Disse.

Colamos nossas testas e nos beijamos calmamente.

Eu senti tanta falta do seu beijo, do seu toque, da sua voz. De tudo!

O ar foi ficando escasso e nos afastamos.

Um sorriso sincero e verdadeiro surgiu dos meus lábios, sorriso esse que não aparecia a um bom tempo.

-Não me larga mais, por favor.

-Nunca. -Disse, acariciando minha bochecha.

-Meu amor, meu Rapha. -Sorri.

-Minha Rebecca. -Sorriu e me beijou.

Meu coração gritava por você

Pedia socorro por você

E eu, com meu orgulho, evitava a todo custo lembrar e falar de você.

Era somente você que eu precisava

Meu único remédio pra dor

Meu único sol na tempestade

Minha única calmaria na correria.

O sentido da minha vida.

Você é a minha vida, Raphael.

|| Continua ||

Oi pessoas lindas!
Vocês viram como eu amo vocês?

Eu não mereço você | Raphael Veiga Onde histórias criam vida. Descubra agora