Capítulo 43 • Apoio

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Rebecca Antonelli | 


Bati na porta e ele pediu para entrar.

Entro e fecho a porta. Ele se assusta quando me vê.

—Você? —Pergunta.

—Sim, sou eu, Doutor Carlos. Sou eu a pessoa que está esperando há duas semanas todas as mensagens dizendo como meu pai está. Por que não me passou nada? Por que eu ainda não posso ver ele? —Pergunto, tentando manter calma.

—Calma, Rebecca.

—Estou calma. Só quero explicações, e de preferência que seja agora. —Digo.

—Eu não tive tempo de te informar sobre seu pai. Minha vida é corrida, não sei se você sabe.

—Eu sei, e perfeitamente bem. Eu também sou médica, sou Pediatra. E várias vezes fico de plantão no hospital. Eu sei o que é ter uma vida corrida. E eu acho surpreendente você ter duas horas de intervalo e eu e a maioria ter trinta minutos.

—Que bom que você me entende. 

—Eu quero ver meu pai.

—No momento

—No momento nada, eu quero ver ele agora. Já se passou duas semanas, e conforme as "regras" do hospital. —Faço entre aspas. —Eu já posso ver ele.

—Ok, Rebecca. Eu te acompanho.

Saímos da sala e ele me acompanhou até o quarto.

Ele abriu a porta e eu fui correndo para os braços do meu pai.

—Pai! —O abraço apertado. —Que saudade.

—Minha princesa. —Disse no abraço. —Senti muito a sua falta.

—Vou deixar vocês a sós. —Disse Carlos e saiu.

—Eu pensei que você não ia vir me ver. 

—Mas é claro que eu viria. Só que esse doutor disse que eu só poderia ver o senhor depois de uma semana.

—Como assim?

—É, pai. Foi o que ele falou. E já se passaram duas semanas e só hoje ele liberou. 

—Deve ser alguma regra do hospital. —Disse.

—Não sei não. E, como o senhor está? 

—Bem, princesa. Foi só um susto. 

—Fico feliz de saber que está bem. —Sorri e beijei sua mão.

—Fiquei sabendo da convocação do Raphael. —Sorriu.

—Ele está muito feliz. —Sorri. —Ele foi hoje de manhã pro Marrocos.

—Ele merece muito. É um grande rapaz. —Disse e eu sorri. —E como está sua mãe?

—Bem.

—Vocês estão se dando bem?

Eu pensei em mentir para o meu pai, mas o que adiantaria?

—É.

—Fale a verdade, Becca.

—Pra ser sincera, não pai. A nossa convivência está péssima. Piorou muito desde que o senhor veio para o hospital.

—Ah, Becca…

—Quando o senhor estava em casa, era um pouco mais fácil aguentar. Eu podia te abraçar e conversar tudo que eu não conseguia com a minha mãe.

—E como você faz agora? —Pergunta.

—Eu converso com o urso que o Raphael me deu. —Ri.

—Que bom. —Riu.

—Durante cinco dias seguidos eu fiquei de plantão. Isso ajudava a não ter que ficar ouvindo o que ela falava…

—Eu fico triste com isso, filha. Eu gostaria que vocês se dessem bem.

—Eu já cansei de passar por isso pai. Enquanto o senhor não estiver, eu vou ficar na casa do Raphael.

—Se isso vai te ajudar, tem todo meu apoio.

—Obrigada, pai. —O abracei.

Ficamos conversando por um bom tempo aqui.

Eu percebo que meu pai está bem, e isso me faz muito feliz.

Quando já era tarde, eu tive que ir embora. Meu horário havia acabado, infelizmente.

|| Continua ||

Eu não mereço você | Raphael Veiga Onde histórias criam vida. Descubra agora