Raphael Veiga |
Cumprimento os funcionários e vou em direção ao vestiário.
—Raphael?
Viro para trás e me deparo com a Leila.
—Oi, presidente.
—Venha até minha sala. —Disse e eu fui atrás.
Será que é bronca?
—Por que não veio ao treino ontem?
—Eu não estava bem. —Digo.
—Raphael, você nunca cometeu indisciplina.
Como ela sabe que?...
—Você foi em um bar à noite e bebeu demais, sabendo que teria treino ontem pela manhã. Cada treino é muito importante, Raphael. Estamos a dois dias de uma final.
—Eu sei, presidente. Me desculpa, eu errei, e errei feio.
—Espero que não faça mais isso. Você é uma pessoa muito boa e é muito disciplinado, Veiga.
—Prometo que isso não vai mais se repetir.
Ela assentiu com a cabeça e apertou minha mão.
—Bom treino. —Sorriu.
—Obrigado. —Sorri fraco e saí.
—Que idiotice a minha. —Mexo em meus cabelos.
Vou para o vestiário e cumprimento os jogadores.
Abro a gaveta, pego meu uniforme e ponho o mesmo.
Logo sento e olho para o chão.
—Está tudo bem? —Piquerez pergunta.
—Pra ser sincero? Não. —Digo, olhando para baixo.
—Cara, você tem que seguir em frente. —Disse.
—Como? Se eu ainda a amo?
—Tem certeza que ama? E a loira de ontem?
—C-como sabe?
—Está nas redes sociais.
—Por isso que a Leila sabe… —Digo.
—Todo mundo sabe. —Disse.
—O Abel deve estar bravo comigo, né?
—Eu acho melhor você falar com ele o quanto antes. —Disse.
Amarro minhas chuteiras e vou para o campo.
—Professor?
—Oi, Veiga.
—Eu preciso falar com o senhor. —Digo.
—Pode falar. —Disse.
—Desculpa pela indisciplina que cometi ontem. Eu sei que cada treino é muito importante, principalmente às vésperas de uma final.
—Raphael, o que você faz nas suas folgas ou nas férias, é algo seu, mas ontem foi dia de treino. Eu precisava de você assim como precisava de todos os jogadores. —Disse, calmo.
—Se quiser me pôr no banco ou me deixar de fora do jogo, eu entendo, não irei reclamar.
—Claro que não irei por você fora do jogo. Eu só espero que isso não se repita mais, cada um de vocês são muito importantes no Palmeiras.
—Obrigado por me ouvir, professor. —O abraço e ele retribui.
Os jogadores vieram para o campo e iniciamos o treino.
[...]
15:30
Tomo banho e me arrumo.
Saio do meu apartamento e vou em direção a casa do Martin.
—Padrinho! —Isabela me abraçou.
—Oi, meu amor. —Sorri, no abraço.
—E aí, irmão. —Martin sorriu.
—Oi. —Sorri. —Cadê o Matias?
—Saiu com a Marcela. —Disse.
—Entendi.
—E você, como vai?
—Bem. —Digo, brincando com a Isabela.
—Padrinho, por que não veio com a tia Becca? —Pergunta ela.
—É… É complicado, Isa.
—Diz pra ela que tô com saudades. —Disse.
—Digo. —Sorri, sem mostrar os dentes.
Isa voltou a assistir seu desenho e o Martin me olhou.
—O que aconteceu? —Pergunta ele.
—Terminamos. —Sussurro.
—Filha, fique aí quietinha, o papai e o seu padrinho vamos na cozinha.
Ela assentiu com a cabeça e saímos.
—O que aconteceu? —Pergunta.
—Foi um problema. —Digo.
—Bem grave, né. —Disse.
—É.
—A quanto tempo?
—Cinco dias.
—Tão recente. Vocês não tentaram se resolver?
—Não tem o que resolver. Já foi tudo esclarecido.
—Cara, vocês formam um casal tão bonito. —Disse.
—Eu
A campainha toca, me interrompendo.
—A Marcela deve ter esquecido a chave. —Disse, levantando.
Ouço uma voz reconhecível vindo da sala, junto com a voz da Isa.
Ela?
—Rapha, eu não sei se você vai gostar da visita… —Disse Martin.
Vou para a sala junto com o Martin e vejo ela.
—Você? —Ela pergunta.
—Bruna. —Digo.
—Sabia que eu vinha, não é? —Pergunta.
—Giramos em torno do Sol, não de você. —Digo e ela me olha séria. —É melhor eu ir.
—Fica, titio Rapha. —Disse Isa. —Por favor.
—Só mais um pouco. —Forço um sorriso.
[...]
Depois de olhar vários desenhos e tirar várias fotos com a Isa e o Matias, eu me dou conta que já está de noite.
Me despeço de todos e saio.
Eu pensei que a Bruna não estava aqui em São Paulo.
Chego em casa e vou direto para o meu quarto.
Vou para a varanda e observo o céu, que está com uma linda lua e diversas estrelas.
Ela provavelmente deve estar observando esse céu.
Esquece ela, Raphael, esquece ela.
|| Continua ||
🇦🇹🤝🇳🇬
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Eu não mereço você | Raphael Veiga
RomanceOnde os pais de Rebecca Antonelli precisam de dinheiro para pagar suas grandes dívidas e então, a mãe dela a obriga a se relacionar o mais rápido possível com o filho dos melhores amigos do casal, o jogador de futebol bem sucedido, Raphael Veiga.