Capítulo 9 • Chifres

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Rebecca Antonelli |

Cumpri meu último dia aqui na faculdade e no meu trabalho.

Expliquei tudo para a tia Luisa e por sorte, ela compreendeu muito bem.

Gostei bastante de trabalhar na empresa dela, foram semanas muito produtivas. Os contratos começaram a aumentar depois que eu entrei no marketing e eu fiquei muito feliz com isso. Ela me deu uma boa quantia de dinheiro como recompensa.

Meu pai foi à faculdade e conversou com a diretora sobre eu poder terminar online. Ele não falou nada do que disse a ela, mas garantiu que ficou tudo certo e eu poderei terminar mesmo não estando presencialmente.

É, eu pareço uma adolescente que precisa sempre do meu pai para falar por mim, mas a real é que ele tem o simples e educado jeito dele de conversar e resolver certos assuntos. Meu pai faz muita coisa por mim, mas também muitas vezes ele me faz encarar novos desafios "sozinha", digamos assim. Mas sempre estando ao meu lado. Ele é um pai incrível. Já não posso falar o mesmo da minha mãe…

—Não dá para acreditar que depois de tantos anos você irá embora. —Disse Bia.
—Será necessário, Bia. Mas saiba que eu sempre levarei sua amizade comigo. —Digo.
—Para, vou chorar. —Disse.
—Lembro até hoje quando você chegou aqui, com 8 anos de idade. —Disse.
—Parece que foi ontem. —Sorri.
—Bom amiga, eu desejo que você seja sempre muito feliz e quando der, vem me visitar, tá bom? —Pergunta, em meio às lágrimas.
—Prometo. —Sorri em meio às lágrimas e nos abraçamos.
—Quem sabe não encontra um jogador de futebol lá que seja do seu agrado. —Riu.
—Credo! Jogadores de futebol simplesmente não prestam! —Reviro os olhos.
—Isso você diz agora. —Riu.
—Agora e sempre. Prefiro ficar anos sozinha do que namorar um jogador de futebol. Seria mais uma que entraria para o time das par de chifres.
—Rebecca! —Gargalha.
—Amiga, minha hora está acabando. Terei que ir. —Digo.
—A não! —Disse. —Fica mais.
—Tenho que terminar de arrumar minhas malas.
—Tudo bem então. —Disse triste. —Que horas você vai?
—Amanhã, às 9 da manhã.
—Está certo.

Nos despedimos e eu fui para minha casa.

—A conversa foi boa. —Meu pai riu, me abraçando.
—Foi sim. Não poderia me despedir rapidamente da Bia. —Digo cabisbaixa.
—Não fique triste, meu bem. Quando as coisas melhorarem, você vem visitá-la. E quem sabe, não volta a morar aqui novamente.
—Quem sabe. —Digo e o abracei.
—Quer ajuda para terminar de arrumar suas malas?
—Não precisa. Já está no finalzinho. Mas mesmo assim, obrigada. —Sorri sem mostrar os dentes.

|| Continua ||

Becca está indo para São Paulo, galerinhaa

Eu não mereço você | Raphael Veiga Onde histórias criam vida. Descubra agora