Capítulo 87 • Me perdoa

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Rebecca Antonelli |


—Filha. —Fernanda me abraça.

—Oi.

—Eu senti muito sua falta. —Diz. —Oi, Raphael.

—Oi. —Raphael diz.

—Sentem por favor.

—Tienes treinta minutos. —Diz o policial.

—Eu lamento muito, filha, por fazer você me ver aqui presa, mas eu precisava muito que vocês viessem.

A olho e não digo nada.

—Como você está? Como vocês estão?

—Muito bem e muito felizes. —Digo.

—Eu sei que causei muitos problemas entre vocês, fiz de tudo para continuar com os luxos que eu tinha, e não pensei em você, filha.

—Pela primeira vez você reconhece. Você me fez muito mal, sabe disso.

—Eu sei, eu reconheço tudo que fiz, por isso eu pedi que viessem.

Ela segura minha mão mas eu rapidamente me solto.

—Filha?

—Eu tenho medo de você. —Digo com a voz embargada.

—Eu imagino. —Sussurra. —Eu mesma tenho.

—O que você tinha na cabeça em matar uma pessoa por dinheiro? Você é louca?

—Eu precisava de dinheiro.

—Isso não justifica. Nada justifica matar um pessoa inocente, Fernanda.

—Eu sei, mas eu precisava de dinheiro.

—Que dor conhecer verdadeiramente o tipo de pessoa que eu chamava de mãe.

—Filha.

—Se você foi capaz de fazer o que fez com meu pai, quem você dizia amar tanto, imagino faria o mesmo com outras pessoas. Na verdade fez, e até pior.

—Eu sei que o cometi é desumano, e é por isso que estou aqui.  Eu estou muito arrependida. —Diz.

—Espero mesmo que esteja reconhecendo.

—Me perdoa, filha. Por favor.

—Eu de verdade não consigo. É impossível.

—Raphael, me desculpa por tudo. Eu prometo pagar cada centavo depois que sair daqui. 

—Pelo seu caso isso vai demorar.

—Eu sei, mas eu prometo que vou pagar. Você é um homem muito bom e honesto e não mereceu nada do que fiz.

—Espero que seu arrependimento seja verdadeiro, Fernanda. —Diz.

—Pode ter certeza que é. —Limpa uma lágrima. —Filha, você está grávida?

—Sim.

—Está muito linda. —Ela sorri. —Uma pena não poder conhecer meu neto ou neta enquanto bebê.

—Foi você que optou por isso. —Digo.

—Você tem toda razão.

—El tiempo acabó. —Diz o policial.

—Eu desejo que vocês sejam muito felizes. —Ela diz e sai.

Raphael me abraça e eu desabo no choro.

—Que dor, Raphael.

—Calma, estou aqui com você. Vai passar. —Ele me abraça forte.

|| continua ||

Desculpem o sumiço 🥹

Amo vocês 🤍

Eu não mereço você | Raphael Veiga Onde histórias criam vida. Descubra agora