Capítulo 16 • Febre

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Raphael Veiga |

Meus encontros com a Rebecca aumentaram cada vez mais

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Meus encontros com a Rebecca aumentaram cada vez mais. É difícil e muito complicado de dizer, mas eu não consigo mais tirar ela da minha cabeça. Seus lindos olhos, seus traços, sua voz.

Sobre a Bruna, ela saiu de São Paulo. Por algum motivo saiu daqui e não deu explicação alguma. Acredito que ela tenha voltado para o Rio.

Eu fiquei aqui sem entender nada.

A Rebecca ainda segue fria comigo, quando conversamos ela só fala o necessário de palavras.

Meus pais andam frequentando a casa dos pais dela, às vezes eles vem aqui, mas a Rebecca não vem mais desde aquele dia.

Minha mãe ultimamente insiste que a Rebecca seria a nora perfeita para ela. É Rebecca pra lá e Rebecca pra cá.

Assim fica bem fácil de esquecê-la.

Hoje meus afilhados estão aqui comigo. Marcela e Martin foram para praia, e como hoje estou de folga, dei a ideia de eles deixarem a Isabela e o Matias comigo e eles toparam.

É muito bom passear o dia com eles, quando eles estão aqui é uma casa cheia.

Como hoje estava muito calor, levei eles para a piscina. Claro, com a autorização dos pais. Coloquei as boias neles e ficamos aqui um tempinho. A diversão aqui é ilimitada.

Agora já está de noite. Matias está aqui no sofá, tirando um soninho, enquanto Isabela está assistindo desenho comigo.

Olhei um pouco o celular e levei um susto ao ouvir o choro do Matias. Pensei que tivesse caído no chão, mas graças a Deus não.

—O que foi, campeão? —Pergunto e ele continua chorando sem parar.

Fui pegar ele no colo e senti a pele dele muito quente.

—Meu Deus, você está queimando de febre. —Digo, um pouco nervoso.

Liguei para a Marcela e ela pediu para que eu levasse o Matias no hospital.

Desliguei a ligação e fui logo para o hospital.

Rebecca Antonelli |

Hoje estou cumprindo mais um horário aqui no hospital

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Hoje estou cumprindo mais um horário aqui no hospital.

Estava sem nenhum paciente na minha agenda depois de já ter atendido todos de hoje e mais os que chegaram sem agendar.

Já que não havia nenhum registro no computador, fui comer alguma coisa aqui no restaurante do hospital.

Enquanto comia, acabei sendo interrompida pela secretaria do hospital.

—Oi, doutora. Desculpa incomodar mas, a doutora Mariana já foi embora e só restou você aqui.  Tem um moço lá no saguão desesperado porque o menino que está com ele não está bem.

—Obrigada por avisar. —Agradeci e fui rapidamente para o saguão.

Cheguei lá e encontrei o Raphael com duas crianças.

Como assim ele tem filhos?

—Rebecca? —Pergunta ele.

—Oi, Raphael. É ele que não está bem? —Pergunto olhando para o menino em seu colo.

—Sim. —Disse nervoso.

—Me acompanhe. —Peço.

—Ela pode ir junto? —Pergunta, mostrando a menina que está do seu lado.

—Claro. —Digo e eles vêm atrás de mim.

—Sente-se. —Aponto para a cadeira. —O que aconteceu com o Matias? —Pergunto, visto que o nome do menino aparece no computador.

Raphael explicou o que aconteceu, fiz alguns exames no Matias e logo detectei o problema.

O tempo todo o Raphael segue apreensivo. Não vou negar que meu coração ficou molinho quando vi ele assim. Todo preocupado com o menino..

—E então? —Pergunta.

— Levantando em conta o que você relatou, isso ocorreu por conta da mudança de temperatura. É um resfriado.

—E se a febre voltar? Eu tenho que dar algum remédio? —Pergunta.

—Eu já dei um remédio a ele, é muito provável que a febre passe. Se voltar, você coloca roupas muito leves nele, ou só uma camisa. Ficar em um lugar arejado ajuda também.

—Que alívio. —Disse.

Matias deu um leve sorriso para mim.

Que coisa mais fofa!

—O que foi, lindo? Você já está melhor? —Pergunto, sorrindo.

Dessa vez, quem sorriu foi a menininha.

—Eu não estou sabendo lidar com esses sorrisos. —Digo, sorrindo.

—Se apresente, princesa. —Disse. —Diz que você é a Isabela.

Conversei um pouquinho com a Isabela e ela ficou grudadinha em mim.

—Pelo visto eles gostaram de você. —Disse Raphael.

—Eles são uns amores. —Digo.

—Não sabia que você é pediatra. —Disse.

—Sou, não faz muito tempo.. —Digo.

—Obrigado por ter cuidado tão bem do meu afilhado. E pelo carinho com a minha afilhada. —Sorriu.

Ah, são afilhados…

—Não tem o que agradecer. —Digo.

—Até mais Rebecca, que dizer, doutora.

—Pode continuar me chamando de Rebecca. —Digo.

Me despedi desses nenéns e arrumei minhas coisas para voltar para casa, visto que meu horário acabou.

|| Continua ||

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Eu não mereço você | Raphael Veiga Onde histórias criam vida. Descubra agora