Traitor - Larry Stylinson

IX.

Louis Tomlinson

Estou prestes a terminar a cirurgia que durou três horas. Foram três horas aterrorizantes!

Esse idiota quase se entregou duas vezes. Tivemos que trazê-lo de volta em uma das vezes por conta da grande quantidade de sangue que ele perdeu e estava muito fraco. Na segundo vez, a bala estava a centímetros de ser retirada e acabou soltando a veia que pressionava muito repentinamente, isso fez com que sua circulação entrasse em combustão, mas por sorte ele mesmo voltou a normalidade sem precisar de equipamentos para lhe trazer de volta.

– Pode ir Tomlinson, eu termino de suturar. – Taylor diz concentrada em seu trabalho.

É claro que não quero sair daqui por nada, mas tenho que admitir que isso foi muito mais exaustivo do que imaginava.

– Certo, obrigado. Quando terminar pode me entregar a ficha dele por favor? Estarei na sala de repouso. – peço me retirando de perto da mesa, lançando um último olhar para o rosto do garoto que agora já está fora de perigo.

A loira assente sem palavras e eu saio do local, arrancando minhas luvas e meu pijama cirúrgico e guardando minha touca de estrelinhas em meu bolso. Lavo as mãos e saio de vez, encarando o corredor mais calmo dessa vez.

E tudo estaria perfeitamente calmo se o idiotão do Ethan não estivesse parado em frente a porta pela qual acabo de sair. Assim que seus olhos me encontram, ele vem praticamente correndo em minha direção. Reviro os olhos mentalmente.

– Por que não me contou que ele estava aqui? – é a primeira coisa que ele diz.

– Ele chegou como um paciente como todos os outros. Não tenho que te dar satisfação dos pacientes que atendo. – rebato sem muita paciência.

Lembro de controlar meus ânimos, afinal ficarei na casa dele por uns dias. Não posso ser rude ou ele pensará que não estou nem aí pra ele, apenas para seu alojamento. Certo, eu não estou nem aí pra ele, apenas para seu alojamento, mas isso não vem ao caso.

– Certo, desculpe – ele diz sem parecer muito arrependido na verdade – Ele perguntou por mim?

Sério que essa é a pergunta dele? Não se ele está bem ou vivo?

Esse cara é um completo egocêntrico, não sei como pude pensar em sentir algo por ele.

– Ele chegou desacordado. – sou curto ao dizer e continuar andando, mas infelizmente ele ainda não largou meu cangote. – Preciso mesmo ir descansar, nos falamos depois.

– Não quer descansar de outra forma, querido? – pergunta maliciosamente.

O marido dele acabou de quase morrer, ele nem se deu ao trabalho de perguntar se ele está bem e já está colando em mim para transar? É isso mesmo?

– Não estou afim mesmo, me desculpa. – finjo um sorrio e saio dali antes que ele tenha outra ideia idiota em mente.

Chego ao quarto que está vazio e refrescante por conta do ar condicionado que está ligado. Retiro meus sapatos e me jogo na parte de baixo de uma beliche que possui ali.

Penso em todos os acontecimentos das últimas 24 horas antes de me entregar ao sono. Minha vida nunca foi tão agitada nesse nível.