XXVI.

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Louis Tomlinson

– Precisamos sair dessa casa.

Harry e eu estamos em um curto debate sobre o que fazer de agora em diante.

Hoje é sábado, minha folga. O único dia que tivemos para conversarmos sobre o que fazer, já que estivesse trabalhando durante toda a sexta feira.

– Louis, eu volto ao trabalho na segunda! Não tenho tempo de arranjar um lugar para morar de última hora – Harry argumenta, andando de um lado para o outro, como sempre faz quando não sabe o que fazer – você pode ir para casa da sua mãe se não tiver aguentando aqui, mas eu não.

– Ei, ei, ei, calma aí! – digo levantando os olhos para lhe encarar. Diferente dele, estou jogado tranquilamente na cama grande – Vamos sair daqui juntos, não vem com essa.

Isso o faz parar bruscamente e virar seu corpo para mim, com uma expressão de confusão, choque e dúvida na face.

– Espera...está insinuando para irmos morar juntos? – pergunta analisando minhas reações.

Essa foi uma coisa que sempre esteve em minha cabeça, mas nunca me veio a tona até o momento. Nem eu havia notado que estava insinuando isso, na verdade.

– Já não fazemos isso? – rebato sua pergunta com outra, não querendo lhe dar a resposta que sei que quero dar, mas não sei se ele irá acatar.

Ele franze o cenho por um instante repensando, levantando o dedo indicador em minha direção, como se tivesse pronto para abrir um inquérito.

– Eu não tinha pensado nisso – confessa – mas não tivemos tempo o suficiente para nos conhecermos completamente antes de irmos morar juntos, não conhecemos a rotina um do outro.

Sento-me na beirada da cama, com os pés descalços no chão e sorrindo tranquilo para ele, que está o completo oposto de mim.

– Você odeia desorganização, todos os produtos de limpeza devem cheirar a lavanda se não você não tem a impressão da casa estar limpa, você tem três escovas de dentes; uma no banheiro do seu quarto, uma no banheiro do corredor e uma em sua bolsa, em caso de emergência – conto completamente avoado – colheres e garfos devem ficar em gavetas separadas, seus panos de pratos novos são escondidos com chave em seu armário para serem usados apenas em ocasiões especiais, as almofadas da sala são coloridas para deixar um ambiente alegre e as dos quartos em tons neutros para darem sono. Ah, além de sempre ter um estoque de macarrão.

Sua expressão cai e ele me encara surpreso, prestando bastante atenção para ver que eu estou disposto a continuar listando suas manias caseiras.

– Como você repara em tudo isso? – questiona de boca aberta, andando até mim.

Ele se aproxima da beirada da cama e eu me sento virado para si, abraçando sua cintura e acariciando ali com os polegares, lhe encarando nos olhos.

– Não é difícil ficar admirando tudo o que você faz.

Harry tenta esconder o sorriso bobo que brota em seu rosto inutilmente e eu me inclino para beija-lo, sendo agraciado pelo sabor de seus lábios mais uma vez.

– Essa é a única rotina que eu nunca me canso – sussurra contra minha boca.

– Que ótimo! Temos isso em comum – digo divertido e voltamos a nos deleitar com nossos sabores.

Traitor - Larry StylinsonOnde histórias criam vida. Descubra agora