prólogo II

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Louis Tomlinson

O relógio marca 7h58am quando entro pelas portas duplas automáticas do hospital. Estou dois minutos adiantado então ando despreocupado.

O dia está com um ar geladinho de início de manhã, chega a ser aconchegante quando piso dentro do hospital e sinto o ar quentinho do aquecedor.

– Bom dia Dr.Tomlinson! – Marina, uma enfermeira de certa idade me cumprimenta quando chego perto dos elevadores.

– Bom dia Marina – respondo simpático – Como estão meus pós operatórios?

Ela me entrega uma das fichas grandes que estão empilhadas em seus braços e eu logo abro.

– O senhor Kenny acordou pouco mais de duas horas atrás, sem dores além das pós operatórias comuns.

O senhor Kenny chegou ontem a tarde após um acidente de carro. O carro capotou na rua deslizante por causa da chuva forte de ontem. Ainda não entendo por que as pessoas teimam tanto em não usar o cinto de segurança, principalmente com a rua naquele estado. Ele estava sozinho no carro, a caminho de buscar os filhos na escola, como disse a esposa quando chegou aqui.

Ele poderia ter se machucado bem menos se estivesse com o cinto, mas por sorte as lesões não foram tão graves. Consegui reverter uma hemorragia interna a tempo na cirurgia ontem, e pelo visto ele só acordou nessa madrugada.

– Ok, obrigado – fecho a ficha assim que o elevador chega – Vou passar lá para verifica-lo assim que me vestir.

Ela acena com a cabeça antes de seguir o caminho para a ala dos enfermeiros.

Dou uma breve olhada lá antes de entrar no elevador, procurando por uma pessoa em específico, mas como não o vejo sigo meu caminho.

O elevador chega e eu vou até a área dos médicos e vejo que está bem calmo. Esse é o horário de menos movimento no hospital onde alguns médicos do turno da noite estão saindo e outros do turno da manhã estão chegando. Além da maioria dos pacientes desse horário serem apenas os que estão internados.

– Já está indo, Payne? – digo ao meu colega de trabalho e amigo quando o vejo no fundo do cômodo grande.

– Chegando essa hora, Tomlinson? – ele devolve com humor.

Sigo meu caminho até meu armário e enfio minha mochila ali de qualquer jeito, não antes de pegar meu uniforme.

– Duvido que pego o turno da noite essa semana. Na semana passada fiquei todas as madrugadas no hospital, sinto falta da minha cama de vez em quando – digo tirando minha camisa polo preta e colocando a de uniforme azul escuro, fazendo o mesmo com a calça jeans.

– A fala sério! Todo mundo daqui sabe o quanto as madrugadas nesse hospital são as melhores – ele diz jogando a mochila nos ombros – Chegou um cara alucinado na psiquiatra hoje, disseram que era caso cirúrgico então fui dar uma olhada e adivinha? Ele tinha um tumor dos grandes no cérebro.

Liam é mais da área da neuro e psiquiatria, eu prefiro ficar na parte de traumas. É cada caso doido que chega por lá que eu chego a ficar encantado.

Como um cara que teve uma estaca de metal atravessada no crânio e tiramos em cirurgia. Por incrível que pareça, ele não teve nenhuma sequela! Se a estaca tivesse acertado um centímetro se quer para lado ele perderia os movimentos dos braços e das pernas, mas onde o acertou não teve o menor dano.

Traitor - Larry StylinsonOnde histórias criam vida. Descubra agora