Traitor - Larry Stylinson

X.

Harry Styles

Passaram-se duas horas desde a visita dos médicos que estão cuidando de mim. Para meu infortúnio, um desses médicos é o Tomlinson, amante do meu marido.

Ainda não acredito que eu sugeri aquele trato louco e ele concordou. Não posso negar que é um acordo atrativo, favorece os dois lados. Além de poder me vingar de Ethan com sabor. Desculpe quem não é de guardar rancor, mas eu sou.

Não aceito ter jogado fora três anos da minha vida, isso precisa ter valido de alguma coisa.

Nesse momento, estou comendo o café da manhã horrível em uma bandeja que está em meu colo que é servido nesse hospital, quero minha casa urgentemente. Talvez tenha uma lanchonete por aqui, mas estou impossibilitado de me locomover e não há ninguém aqui comigo já que Ethan não deu as caras.

O Dr. Payne esteve aqui um tempo depois que Tomlinson saiu, ele me disse que Cara, Zayn e Menendes estão bem e em repouso em outros quartos aqui. Disse que quando eles acordarem irão dar a notícia de que estou bem.

Não tive ninguém para vir me dar informações sobre o que aconteceu com a operação. Preciso passar meu relatório ao delegado rápido para dizer minha suposição sobre haver algum traidor entre nós.

Os membros da gangue chegaram até nós rápido demais para uma operação surpresa, além de estarem fortemente armados. Eu já imaginava que chegariam até nós com algumas armas, mas não tão rápido e nem com armamento forte assim. Não foi algo previsto nem por nós, nem pelos delegados.

Meus pensamentos são interrompidos pela porta de correr sendo aberta abruptamente e uma figura masculina entrando.

– Amor, o que houve? Vim correndo assim que soube! – Ethan praticamente grita chegado ao lado da minha cama.

É a primeira vez que o encontro desde saber toda a verdade sobre a traição, o que aconteceu ontem mais cedo mas parece uma eternidade. Só consigo sentir repulsa ao olhar para seu rosto, todavia tenho que manter o disfarce de bom marido corno sonso para seguir o plano.

– Estou bem. – tento fingir o melhor sorriso que consigo.

– O que aconteceu? – ele se senta nos pés da cama onde estou segurando minha mão.

Quase reviro os olhos diante de tal audácia. Ele já sabia a horas que eu estava aqui, o doutor me disse que ele sabia quando esteve aqui à duas horas atrás, sabe se lá que horas eles se encontraram para ele saber.

– Estava em operação, fui baleado na costela. Mas já fui operado e estou fora de perigo.

– Céus, que perigo! Como te colocam em linha de frente assim? – ele parece indignado ao dizer.

– Como assim? Acha que não sou capaz de operar em linha de frente? – arqueio a sobrancelha ao dizer.

– N-não é isso, querido. É só que existem pessoas mais experientes na área, não acha? – não respondo sua questão para não me irritar logo cedo e ele parece notar.

Um silêncio se instala entre nós. Estou tentando deixar as coisas mais normais possível, mas está cada vez mais difícil agora que a máscara dele caiu. Ele está em um relacionamento a oito meses, quem garante que nos outros dois anos ele também não me traiu com outros? Nosso casamento é uma mentira, uma grande mentira por parte dele já que eu sempre tentei ser o mais transparente possível nessa relação, o que sempre foi um desafio pra mim em qualquer situação.