XXXI.

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Louis Tomlinson

Sigo dirigindo bem devagar com Lottie no banco traseiro. Ela se recusou a vir para o da frente depois que Harry desceu e isso só comprava minha ideia do quão afetada ela está com a partida de Gemma.

Vi desde que nos encontramos no aeroporto, Lottie estava quieta e na dela, e mesmo que ela tente fingir que nada aconteceu, sei que ela me esconde alguma coisa.

Viro repentinamente o carro e estaciono em um acostamento qualquer, recebendo um olhar questionador da loira quando tiro meu cinto e me viro de frente para ela.

– Sério, Louis? O que deu em você hoje? – pergunta nervosa.

– Desembucha, o que houve? – digo firme.

– Você está louco? Não houve nada – ela desvia os olhos para algo além da janela do carro.

– Sei que você e Gemma ficaram muito próximas na última semana...

– Louis! – minha irmã me interrompe – Eu...não quero falar sobre isso

Olho em seus olhos tão azuis quanto os meus e vejo seu rímel borrado embaixo. A vi chorando mais cedo com Harry quando fui buscar o carro no estacionamento do aeroporto, resolvi enrolar um pouco mais do que precisava para que eles tivessem um tempo.

Sei que sou muito protetor com ela e o fato de ela não querer entrar em detalhes sobre o que está acontecendo com si nos últimos dias é uma prova de que coisa boa não é.

Minha mãe já tinha me alertado sobre o estado de Lottie a algum tempo. Faz tempo que ela não sai com os amigos da faculdade que diz ter e isso preocupa minha mãe, que, assim como eu, é bem protetora com nós.

– Tudo bem – aceito sua suplica – Mas, por favor, me diz se algo de ruim estiver acontecendo com você, maninha. Eu amo você demais e odeio ver você minimamente triste. Se alguém te fez mal...

Sou interrompido novamente por seus braços ao redor dos meus ombros e seu cabelo roçando em minha face. Lottie me abraça forte e eu retribuo, finjo que não sei que é apenas para que eu não a veja chorar.

– Amo você, maninho – sussurra – Sei que isso tem dedo da mamãe também. Eu menti para vocês, não tenho amigos na faculdade. Talvez seja por isso que me apeguei tanto a Gemma, a foi a amiga que eu sempre quis.

Sua confissão me pega de surpresa e aperto mais o abraço.

– Não fala nada, apenas confie em mim. Eu vou ficar bem, apenas preciso me acostumar com a volta a realidade – pede baixinho e aceno com a cabeça, fazendo como ela pediu e ficando em silêncio.

Ficamos assim por um bom tempo, não me importando tem um pouco com o meu atraso no trabalho. Minha irmã é muito mais importante que isso.

Em algum momento nos soltamos e voltamos para nossos acentos. Dirijo até a casa que cresci e deixo minha irmã, fazendo-a prometer que me manteria atualizado de tudo que tiver acontecendo com ela.

Volto o caminho até o hospital e me preparo rápido, ignorando Marina dizendo que estou atrasado como sempre e indo direto para a emergência...que está uma verdadeira loucura.

– Tomlinson! – ouço a voz de Liam agitada – Onde você se meteu? Preciso de você no centro cirúrgico. Agora!

Mesmo confuso, sigo o neuro que literalmente corre pelos corredores do hospital, usando as escadas ao invés do elevador pela demora do mesmo.

Traitor - Larry StylinsonOnde histórias criam vida. Descubra agora