XV.

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Louis Tomlinson

Depois da nossa conversa na varanda, Harry e eu voltamos para dentro da casa em busca de se abrigar da ventania gelada que batia em nossos rostos do lado de fora.

Ele disse que iria preparar um chá e me ofereceu, porém eu sou o cara do café, então recusei e peguei uma xícara de café que possuía na cafeteria pelo café da manhã recente.

– Você toma cafeína demais, deveria saber que isso faz mal – comenta.

– Como chegou nessa conclusão? Me conhece a uma semana! – questiono sentado na cadeira da mesa enquanto ele faz atentamente seu chá na cozinha.

– Todas as vezes que você foi ao meu quarto no hospital, estava com um copo de café na mão – ri – E você, por mais que seja calmo, é bem inquieto também.

Inclino um pouco a cabeça pensando no que ele acaba de dizer.

– Você daria um bom psicólogo. Por escolheu ser policial?

Ele suspira terminando de adoçar o conteúdo da caneca e se sentando em minha frente na mesa.

– Um psicólogo precisaria ter uma cabeça muito boa para poder cuidar dos outros, coisa essa que eu não tenho – começa – E foi uma surpresa para todos eu ser policial também, mesmo eu tendo esse meu jeito duro, nunca foi minha praia a violência.

Ouço tudo atentamente, prestando atenção em cada palavra. Fico feliz que estejamos nos abrindo mais um para o outro, nunca pensei que essa relação estável irá se estabelecer entre nós.

E sinceramente estou adorando conhecer mais sobre ele.

Mais cedo quando estávamos tomando café junto a Ethan, pude perceber algumas coisas estranhas entre eles. Como por exemplo o modo que ele se dirige a Harry.

Quando o cacheado mencionou alegremente sobre um tal de Niall, que suponho que seja um amigo bem próximo, a maneira que ele lhe cortou me incomodou.

O modo que ele pôs a mão sob o joelho do mesmo quando ele estava "falando demais", achando que eu não notaria, e o corpo de Harry ficou tenso na hora me mostrou que essa não fora a primeira vez que ele faz isso.

Me pergunto como Harry aguentou isso por tanto tempo.

– Então por que escolheu ser policial? – sou curioso ao perguntar.

Ele faz uns gestos com as mãos se prontificando para explicar, apoiando o copo na mesa e se virando totalmente para mim.

– Quando eu tinha por volta dos 14 anos eu sofria muito bullying na escola, eu era o famoso nerd – começa – as vezes eu até acabava apanhando no final das aulas por me recusar a fazer o dever de casa do "popular valentão" da escola.

Suas palavras não carregam tristeza nem mágoa, consigo sentir neutralidade em sua voz que não falha por um segundo sequer ao revelar seu passado.

Aceno com a cabeça mostrando que estou entendendo para que ele prossiga.

– Não foi fácil, eu não tinha ninguém para me defender já que Gemma estudava em um colégio particular no qual passou com uma bolsa de estudos e minha mãe vivia trabalhando. Além de eu também não ter amigos, como já deve ter notado – ri sem humor.

– Sinto muito, Harry – descanso minha mão sobre a sua que está sob a mesa e o gesto não passa despercebido por ele, que para meu alívio, não recua.

Traitor - Larry StylinsonOnde histórias criam vida. Descubra agora