XVII.

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Harry Styles

Puta merda.

Esse é o meu primeiro pensamento e acho que o verbalizei alto já que Louis concordou silenciosamente.

Estou com os olhos arregalados, o rosto quente e em completo choque. Eu o beijei. Eu simplesmente o beijei. E o pior...ele retribuiu.

E como retribuiu...

Sua boca tem um gosto único. Cafeína.

Faz anos que a única pessoa na qual tenho contato íntimo é a mesma, Ethan, ter esse contato com Louis fez com que milhares de sensações diferentes explodissem dentro de mim. Sensações boas.

– O que...

– Calado! – ordeno para o moreno que iria começar a falar algo completamente embaraçoso e ele se cala.

Não sei ao certo o que fazer ou como agir no momento, mas conhecendo Tomlinson (há alguns dias) sei que ele iria dizer algo confuso, como se desculpar, e não é disso que preciso agora.

Engulo em seco vendo que sua expressão é a mesma da minha: confusão e choque.

Estou prestes a dizer algo quando milagrosamente seu celular toca, soando alto pelo cômodo. Ele o pega em seu bolso traseiro e o leva até a orelha para atender e eu não posso estar mais agradecido.

– Taylor? – ele diz quando atende a chamada – Do que precisa?

Não consigo ouvir a voz da mulher já que o celular não está no viva voz.

– Certo, já vou indo – profere desligando o celular – Preciso ir ao hospital, parece que houve um acidente grande e precisam de todos os médicos disponíveis. Posso te ajudar com isso mais tarde?

– Sem problemas. Vai logo, o dever te chama – sorrio tranquilizador.

– Obrigad...

– Harry! – nós dois nos assustamos com a voz de Ethan do outro lado da porta, que graças aos céus está trancada – Está aí?

Um gelo sobe por mim e Louis trava no lugar onde está. A última coisa que preciso é que ele saiba que Tomlinson está aqui, então faço sinal para ele se calar e me levanto cuidadosamente.

– Estou querido, só um minuto! – minha voz sai firme e Louis faz uma cara de deboche pelo apelido usado.

Ele imita minha fala sem som algum e com a cara em completo sarcasmo e deboche, me fazendo ter uma vontade imensa de rir. Pressiono a mão na boca para impedir que saia um riso e dou a volta na mesa indo até ele, o segurando pela gola da camisa e o arrastando até a outra extremidade da sala onde possuí a grande janela.

Indico com a cabeça para a mesma e sua face que a poucos segundos era de diversão, se torna em uma expressão de horror. Ele nega várias vezes com a cabeça e sou firme em minha decisão, fazendo altas caras e bocas para que ele entenda que não há opção.

Ele cede, talvez percebendo que não tem muita escolha e abre devagar a janela deslizante.

– Ainda não acabamos, Styles... – sussurra perigosamente em meu ouvido e sai pela janela, não antes de me lançar uma piscadela e sumir por trás da casa.

Traitor - Larry StylinsonOnde histórias criam vida. Descubra agora