O TUTOR || Minsung

|21|

≻───── ⋆✩⋆ ─────≺

Jisung.

Finalmente acordo melhor hoje, minha cabeça já parou de doer e agora estou apenas espirrando a todo momento. Ainda é domingo e já são quase dez da manhã, resolvir dar uma limpada na minha casinha antes que os bichos venham morar comigo também.

Odeio bagunça, mas como estava de cama ontem, não conseguir fazer nada.

Agora vou tentar dar uma organizada, e ver se consigo ao menos ir no mercado fazer minhas compras. Já chamei o Seungmin pra ir comigo, só que ele sempre some do nada e volta com a maior cara de bandido.

Amanhã já é segunda e terei que encarar meu chefe, e isso é tudo que eu não quero mais. É pelas crianças que mantenho-me ainda lá, ou já teria metido o pé dali há muito tempo.

Já notei que meus sentimentos não são mais um simples gostar, eu amo aquele homem. Me apaixonei perdidamente sem pensar nas consequências. Quis tanto ele pra mim que esqueci que jamais o teria, minha função naquela casa nunca mudou, ele só queria me levar pra cama.

Por sorte, não rolou nada que simples beijos.

Será duro com meu coração o ver todo dia e não poder ao menos beijá-lo, será a coisa mais difícil que passei na vida. E olha que a lista é grande. Mas sobre o amor, eu sempre fui muito intenso e sincero. Se eu me apaixonar por alguém, me entrego de corpo, alma e coração.

Sempre entrego tudo de mim, e recebo nada.

Sou um trouxa mesmo!

Ignorando esses pensamentos de hoje, tomo um bom banho demorado para lavar meus cabelos ressecados, o hidrato e passo um creme pra deixá-lo forte e resistente. Saindo, eu visto um conjunto de moletom preto e passo meu perfume de bebê, penteio meus cabelos e estou pronto.

Arrumo a bagunça da minha casa deixando tudo no lugar certo, tomo meu remédio e vou á pé mesmo pro mercado. Se eu esperar por Seungmin, não irei nunca e ficarei com fome o mês todo.

Caminho pelo corredor, entro no elevador e chego no saguão. O dono do prédio estava sentado na cadeira mexendo em alguma coisa, e quando me viu, seu olhar tornou-se algo estranho e isso me fez andar ainda mais rápido pra fora.

Tenho que ficar esperto com esse homem.

As ruas estão molhadas pela chuva de ontem, um pouco frio e tinha um pouco de vento também. Eu odeio esses tempos, me deixa doente e molenga. Como agora, meu corpo pesa e fico sem ar facilmente. Na verdade, isso é minhas crises de ansiedade atacadas por conta de tantos problemas surgindo na minha cabeça ao mesmo tempo. Não surtei ainda por estar tendo apoio, se não, eu já terei metido um fim no meu próprio sofrimento.

Suspiro pesado chegando no mercado mais próximo, pego um carrinho e vou comprar. Gastar o dinheiro que nem tenho. Ponho tudo que é necessário para sobreviver esse mês, algumas guloseimas que não sou de ferro e pronto, não tenho tanto dinheiro assim.

Nunca demoro muito aqui, ou estouro o limite do meu cartão de crédito. Nem sei como consigo o pagar todo final de mês. É, eu estou exagerando. Meu salário naquela casa é ótimo vivo de boa, só estou fazendo um pouco de drama.

Pago tudo e saio do mercado. Nossa, hoje está tão tranquilo e parado, nem parece minha vida. Estou começando a ficar com medo, parece que a qualquer momento pode acontecer alguma coisa comigo.