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Changbin.


O dia foi tão cansativo na delegacia, apesar de ter mudado de cargo e ser apenas um mero detetive, ainda é sobrecarga pois ninguém sabe de porra nenhuma nessa caralha e sobra sempre pra mim resolver os assuntos mais complicados.

Talvez seja hora de sair de vez desse lugar e procurar algo mais calmo, sei lá, virar pescador ou ser um viajante. Algo que me desestresse. Eu deveria ter pegado o rumo junto dos meninos e ido trabalhar na empresa do Minho, lá seria bem melhor que conviver com esses merdas traiçoeiros.

Enfim, cada um sofre com suas escolhas de merda.

Irritado com a falação do ambiente eu pego minhas coisas e vou embora, quero paz. Praticamente corro até meu carro na intenção de ir pra casa, mas, infelizmente, recebo a pior ligação que já tive na vida: Meu pai. O velho resolveu lembrar que ainda existo e veio atrás.

Penso se atendo ou não, dá última vez que nos falamos ele gritou comigo me chamando de irresponsável por não ter arrumado nenhuma esposa ainda. Ele sempre esquece que sou gay, quer dizer, não aceita até hoje.

Só vou me estressar, então, desligo na cara dele evitando passar raiva.

O caminho para casa foi tranquilo graças ao trânsito calmo, abro os vidros para entrar um vento no carro e respiro fundo. Na verdade, meu estresse não é com o trabalho ou qualquer outra coisa, apenas desconto nele pra aliviar.

Meu motivo é o Félix. Ando tão perturbado por conta dele, tudo referente à ele. Antes de Jisung acordar do coma eu fui visitá-lo no trabalho para ver como estava, levá-lo pra jantar ou beber alguma coisa comigo no caminho. No entanto, ao chegar lá, fui destratado sem motivo algum e mandado embora como se fosse um desconhecido. Eu entendi, estava estressado com tudo e acabou descontando em mim, então não dei muita bola e esperei que viesse até mim pedir desculpas.

Ele veio, dois dias depois. Com a desculpa que esqueceu. Ué, eu sou tão insignificante pra ele ao ponto de esquecer um maldito pedido de desculpas? É assim que diz gostar de mim? Estou chateado, não irei atrás de forma alguma pois não estou errado em nada. Nem briga era pra ter, estávamos tão bem pra ele fazer uma burrada assim.

Já passou quase quatro semanas e nada de conversamos pra resolver essa situação infantil. Eu sou um homem adulto que raramente briga com alguém por motivos bestas, na verdade, nem brigar com as pessoas eu gosto. Sou mais no quesito conversar e resolver. Pronto.

Mas Félix é um puta indeciso do caralho que me atormenta á seis anos, estou exausto de amá-lo. Se não vier atrás, vamos continuar nessa palhaçada até eu mesmo ir e terminar o que nem começou.

Não sou nenhum adolescente pra ficar brigando por coisa besta.

Estou com saudades entrando em abstinência de seus beijos, mando mensagem pra ele normalmente e até ignorado estou sendo. Que porra! Eu não fiz nada de errado! Respiro fundo segurando o volante com firmeza doido pra desviar o caminho e ir atrás dele pra xinga-lo e depois, fodê-lo até reconciliar aquilo que tínhamos. Mas não vou, sempre sou eu á ir e nunca ele. Dessa vez, deixo o serviço pra ele.

Quero pedi-lo em namoro, no entanto, com essa caralhada de coisa surgindo no trabalho e nossa briga, eu não tive tempo.

Chego em casa jogando tudo pelo caminho e sento no sofá, passando as mãos nos cabelos tentando acalmar meu coração saudoso. Mas, sou impedido quando escuto o celular tocando no fundo avisando que há alguém me enchendo a paciência.

Ao olhar, novamente, reviro os olhos lendo o nome do meu pai no contato.

Penso se atendo, aceito a ligação querendo me livrar logo desse peso nos ombros que é sempre o que sinto quando vou falar com alguém da minha família, seja por celular ou pessoalmente.

O TUTOR || Minsung  Onde histórias criam vida. Descubra agora