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Jisung.

Às vezes me pergunto que diabos eu fiz pra deixar minha vida chegar nesse nível, tão sofrida e dolorosa. Pensei que tudo já tinha acabado e poderia viver em paz, mas não, o caos veio de novo destruindo minha felicidade.

Três semanas sem ver o Minho, as crianças eu vejo pois Félix faz questão de levá-las até mim quando pedem. Ao menos isso, jamais aguentaria ficar longe deles. Mas... não é o suficiente, pois quem eu queria mesmo ver é o pai deles.

Encolho meu corpo na janela do quarto, vendo a chuva cair lá fora. E junto delas, lágrimas em meus olhos. Não aguento mais essa sensação que alguma coisa está prestes a acontecer novamente, vivo com medo por conta do assassino.

Antes, me sentia seguro pois tinha Minho ao meu lado sempre prometendo que não deixaria nada me acontecer.

Como eu sinto falta dele, meu Deus! Parece que há um buraco no meu peito que não se fecha, não cicatriza, apenas abre mais. Aquele dia que tive que ir embora da casa dele, ponho como o pior dia da minha vida.

A única coisa que me faz sair de casa é o emprego de meio período que arrumei na escola perto do hospital, na minha área. Ao menos nisso eu tive sorte, estava pensando em ir morar sozinho também, mas não me sinto pronto.

Ainda tenho medo.

Até quando viverei com a porra desse medo em mim? Aonde eu olho, parece que vejo aquele desgraçado, é agoniante.

Fecho meus olhos respirando fundo e logo os abro olhando as horas, está quase na hora de ir trabalhar, e com essa chuva, tudo fica pior.

Passei a odiar chuvas, pois toda vez que brigo com Minho chove no dia. Não há uma vez que diga, parece até karma. Peguei ranço dela só por isso.

Saio de casa minutos depois pra não chegar atrasado, entro no táxi que chamei totalmente sem ânimo para mais um dia de trabalho. É um bom emprego, paga bem e só cuido de crianças da idade de Subin e Jihye, meio período e quase não canso.

O negócio é comigo mesmo, não estou bem e isso mexe com tudo a minha volta.

Chego na escolinha, pago o táxi e desço escutando a gritaria lá dentro. Respiro fundo me mantendo focado agora em outra coisa, coloco um sorriso no rosto para todas as crianças que vinha na minha direção, abraçando meu corpo e logo sumia pela Escola.

É uma das melhores sensações, ser amado por crianças.

____ Jisung.

Me viro vendo o professor Park sorrindo, com suas roupas habitual preta. Esse homem, desde que entrei aqui, fica dando em cima de mim, não pode me ver que vem na minha direção. Flertando e cheio de provações estranhas.

O estranho é ele ter entrado no mesmo tempo que eu, todos dizem que ele surgiu do nada.

Bem, não me importo. Só quero que fique longe mim, não estou com cabeça para flertes de estranhos.

____ Olá, professor Park. Como está? ____ Me faço de Miss simpatia, não vou demonstrar que não gosto dele.

Vejo seu sorriso clarear mais, enquanto aproximava-se.

O TUTOR || Minsung  Onde histórias criam vida. Descubra agora