CAPÍTULO 20

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Entraram no casarão enquanto recebiam olhares selvagens vindo de todos os cantos, mas devido a escuridão da noite era difícil enxergar quem estava ali. Seguiram em direção a área de treinamento com Touro liderando, por já estar tarde da noite o local já estava vazio, até mesmo com quase todas as luzes apagadas.

Caminhando pelos corredores apostando quem ganharia o duelo, acabaram cruzando com alguém que Roy não queria ver nem pintado de ouro: a subchefe da gangue O Rebanho, Onça-Pintada. Chegou desfilando acompanhada de mais três amigas, Onça era uma mulher baixa e gorda, com suas curvas bem marcadas com sua roupa curta e apertada, super estilosa usando estampa de onça e com um perfume tão doce que fizera suas narinas arderem. Possuía uma beleza felina e poderosa, sua pele negra era ressaltada com suas jóias douradas, assim como seu cabelo crespo preso em bantu knots. Suas amigas eram igualmente bonitas e bem arrumadas. Mei ficou surpresa do quão ela era atraente, se não fosse a ex cuzona de seu parceiro adoraria conhecê-la melhor.

Seu olhar felino passou por cada centímetro de Roy de uma forma faminta, lambeu os lábios carnudos antes de dizer:

— Olha quem voltou! Sentiu falta da oncinha? — Seu olhar soberbo passou por Mei e Kristian, os encarou de cima a baixo com desgosto e suas amigas acompanharam a expressão de sua líder. Ambos a encaram da mesma forma, com uma única exceção de Mei, que sorria levemente admirando a beleza da mulher. — Ficou guloso hein, agora tá até comendo dois para me esquecer.

— Olá para você também Onça, agora licença, tenho compromissos!

O homem respondeu secamente e começou a desviar da mulher indo para a academia, mas na hora a subchefe se enfiou na sua frente.

— Por que a pressa, meu bem? — Ela perguntou para o homem e logo colou os olhos na assassina a sua direita, que agora estava de cara fechada após perceber que tipo de mulher Onça era, aquelas patéticas sedentas de atenção. — Essa é a putinha que surtou hoje? Fiquei sabendo que quase bateu no Tigre, escolheu uma atrevida dessa vez?

Ambos os homens já olharam para a assassina mandando ficar quieta, e assim ela fez, provando que sabia ser boazinha. Porém tinha que admitir, teve que se segurar muito para não humilhar a mulher, mas disse para si mesma que tinha controle da sua raiva. Então só a encarou de cima a baixo dando um risada e se virando para Kristian, e o mesmo na hora entendeu o'que fazia, e ambos fingiram que estavam rindo da Onça conversando debochadamente entre olhares. Onça na mesma hora levantou a sobrancelha se sentindo afrontada, suas amigas caladas os encaravam prontas para uma briga, a subchefe começou a ir para cima de ambos, mas não teve nenhuma autoridade.

— Algum problema comigo, ein seus ratos? Vão ficar de risadinha ai? Sabem quem caralhos eu sou?

— Não, mas adoraria conhecê-la! — Provocadamente Mei disse com um sorriso de canto.

Roy a olhava com um olhar repreensivo e Kristian assistia oque sua parceira tramava.

— Toma cuidado se não quiser perder esse seu cabelo bonito. — A subchefe ameaçou levantando suas unhas afiadas no rosto de Mei e a mesma apenas sorria perigosamente. — Tá achando só porque tá mamando o chefão pode ficar falando o'que quer? Vê se fica esperta, se abrir essa boquinha de novo eu te mostro quem eu sou, piranha do caralho.

— Vamos deixar essa vagabunda careca igual a última! — Sua amiga mais alta com rosto de uma girafa se posicionou ao lado de sua líder mascando um chiclete enquanto a encarava com nojo.

— Onça, não queremos problemas, tamo de boa! — Roy interviu dizendo calmamente com uma pitada de raiva na voz. — Vai embora e deixa a gente seguir nosso caminho.

— Só não vou te comer na porrada agora porque já estou atrasada pro baile, mas se eu ver vocês dois de de novo... — Onça deixou as palavras no ar batendo as unhas na cara de Mei antes de estalar os dedos e saírem com suas amigas pelo corredor mal iluminado.

Os Caçadores FuriososOnde histórias criam vida. Descubra agora