Não era oque tinha planejado, mas havia dado tudo certo. Se soubesse que Roy iria fazer aquilo, não teria perdido seu tempo humilhando Cuxiú. Mas havia sido bem legal ver o homem se tremer de medo dela. E agora estava suja com o sangue do mesmo. Caminhava em direção ao banheiro para se limpar, e atrás de si, seus dois parceiros a seguia. Entrou no lugar fedido e foi em direção a pia para limpar aquele sangue nojento. Kristian corria para o vaso segurando seu vômito.
— Puta merda. — Roy suspirou.
— Puta merda. — Mei concordou.
Kristian saiu da cabine e foi limpar sua boca na pia, sua cara estava bem doente.
— Por que você fez aquilo? Não era o plano. — Kristian disse extremamente bravo, mas com uma voz lenta, pois estava quase vomitando novamente. Segurava firme no balcão respirando lentamente.
— Eu seguirei seus planos chatos e ''sem assassinato'', mas ele irá deixar de existir no momento em que alguém tentar matar vocês. — Mei respondeu também com raiva se sentando no balcão enquanto passava papel em seu rosto.
— Não precisava ter... — Kristian não conseguiu terminar a frase.
— Ter arrancado a cabeça dele? Claro, eu deveria ter deixado ter sido a de Roy. — Mei respondeu com sarcasmo esfregando o papel com força em seu rosto.
— Não foi isso que eu quis dizer. — Kristian rebateu franzindo as sobrancelhas.
— Calma, gente, já passou. — Roy interferiu antes que uma guerra começasse. — Mei, obrigado, por mais que eu queira sempre ir por caminhos sem mortes, estaria mentindo se dissesse que aquele filho da puta não mereceu.
Kristian negou com a cabeça, seu problema não era o fato de Cuxiú ter morrido, ele merecia. Mas era ter visto Mei arrancando a cabeça de um ser vivo com tamanha brutalidade, o havia assustado.
— Eu não achei que ele fosse tentar me matar. — Roy respondeu passando a mão na cabeça. — Pelo menos minha trança continua intacta. E porque você sumiu do nada?
— Não importa mais, mas olha oque eu consegui. — Mei retirou o celular do bolso e mostrou uma gravação de Cuxiú ajoelhado implorando por perdão para a máfia Sangreal. Roy quase morreu de tanto rir enquanto assistia o vídeo. Kristian se recusou a ver aquilo.
A mulher havia ido se encontar com Cuxiú e os dois subchefes, os fez tremer com seus segredos revelados. Mostrou os fatos de não conseguirem combater Sangreal e ordenou o líder a implorar perdão. Antes mesmo da luta começar já o havia feito deixar seu cargo, assim como Boto e Onça, e todos os homens que seguiam eles também iriam embora. Mas não contava com a vingança final de Cuxiú. Mas isso não importava, não iria mostrar a Kristian que ela havia seguido seu plano pacifico.
— Como você convenceu ele a fazer isso? — Roy perguntou sem acreditar no vídeo e entregou o celular de volta para sua parceira. — É muito estranho ver o cara que eu morria de medo patético assim.
— Posso ser bem convincente quando quero, mas eu quero saber por que você não desistiu da luta? Estava indo muito bem, parecia até que você era mais fraco que ele.
Roy se calou e sua expressão se fechou.
Mei viu a aura mudar e Kristian começou a prestar atenção na conversa.
— Brump trabalha no Comando Grønn, e ele disse que Mogak Belly quer sequestrar Kristian.
— Ela o'que!? Por que eu!? — Kristian perguntou frustrado e amedrontado.
— Eu estava certa. — Mei respondeu e se virou para Kristian que tinha os olhos aflitos. — Mas não tenho ideia do por quê ela querer Kristian.
Kristian suspirou fundo e fechou os olhos, sua mão estava branca apertando o balcão da pia.
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Os Caçadores Furiosos
Science FictionEm um planeta criado com o intuito de proteger o universo de seres malignos, conhecido como Organização dos Defensores do Universo, ou ODU, um governo utópico, onde a população vive em meio a tecnologia e paz. Seres de diferentes espécies, planetas...