CAPÍTULO 16

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A chuva só aumentava conforme seguiam para casa de More, e dessa vez não havia tensão no ar, apenas os três no carro admirando as gotas colidirem com o vidro. A rádio de notícias falando sobre os novos criminosos e seu perigo contra a população da ODU — os quais eram eles — e com nenhuma informação nova, apenas falácias sobre o trio e o como eles eram maldosos e agressivos, talvez nem tudo era mentira.

A chuva caia como uma pancada, transformando tudo em volta em uma grande neblina. O'Que era estranho, chuvas assim não eram normais. Todos os fatores naturais do país eram controlados artificialmente, desde as estações até os fenômenos meteorológicos. Logo todo fenômeno natural, que não era natural, que acontecia tinha um porquê. Normalmente as chuvas eram para representar o luto da nação quando alguém poderoso vinha a óbito, esse sendo o mais comum. Mas podia ser também para ''tirar os ratos de suas tocas'', ou seja, fazer com que moradores de rua ou populações que viviam em áreas com tendência a alargar se mudassem, pois o mesmo estaria incomodando o governo com sua habitação. Porém, oque desconfiava que estivesse acontecendo neste momento, era que estavam tentando esconder algo, mandando todos para sua casa e deixando a chuva dificultar a visão das câmeras. Só não sabia oque estavam escondendo.

Por mais que estivessem agora protegidos, teriam que devolver o carro, pois além de ser uma pista para a localização dos mesmos, não era de sua posse. Deixariam em um estacionamento abandonado — assim um de seus contatos iria buscá-lo — e seguiram a pé até a casa, mas com a tempestade que iluminava os céus com relâmpagos, deixariam sua caminhada ainda mais difícil.

Quando finalmente chegaram, totalmente encharcados, esperam pela porta abrir, o que não aconteceu. Debaixo da chuva então esperaram, pelo menos estavam vestidos com o traje de proteção, que mantiveram suas temperaturas normais e não os deixou com frio. Parados em frente a porta por vários minutos esperando que o androide abrisse, perderam sua paciência, mais especificamente a Mei. Esmurrou a porta enquanto gritava para More abrir, e recebeu em troca um silêncio, oque a motivou a bater ainda mais, se o androide não a respondesse ela iria quebrar a porta apenas no soco. Vendo essa situação, More finalmente respondeu, uma câmera saiu da parede e encarou cada um e respondeu:

— Eu não vou abrir, e se você continuar batendo vou explodir sua cabeça.

— Anda logo, More, o mundo tá caindo aqui fora — gritou por cima do barulho da chuva irritada com seus cabelos totalmente molhados.

— Não, cansei de vocês, procurem outro lugar — respondeu em total apatia.

— Você tá de brincadeira! — riu incrédula — esqueceu da porra do nosso acordo?

— Não esqueci, só não aceito vocês aqui, estão me dando nos nervos — bufou More — Peça outra coisa, me recuso a fornecer abrigo a vocês três.

— Não é assim que o nosso acordo funciona! — gritou estridente já imaginando quebrando todas as peças do corpo robótico do androide — Abre logo essa merda!
Seus socos começaram a amassar a porta, e nesse momento uma metralhadora enorme saiu da parede apontando diretamente para ela. Mei encarou furiosa esperando os tiros achando que poderia sobreviver, na mesma hora Roy a puxou pelo braço salvando a sua vida.

— Mei do céu, sai daí — puxou a mulher para longe, que encarava emburrada a câmera, e na mesma hora ela se desvencilhou de seu aperto com brutalidade — Nós não vamos conseguir entrar, deixa esse robô feioso pra lá.

Sem opção, a mulher obedeceu, mas antes, levantou seu dedo do meio para a câmera que respondeu sumindo junto com a arma. Roy indicou a saída do beco estreito, e esperou a mulher ir e depois também a seguiu, Kristian se mantia calado, louco para tomar um banho e irritado por estar agora desabrigado. Mei emburrada murmurava diversos palavrões para More enquanto especificava o'que iria fazer com ele caso o visse. Roy observava o rato nadando na correnteza e Kristian suspirava cansado.

Os Caçadores FuriososOnde histórias criam vida. Descubra agora