CAPÍTULO 3

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O silêncio ensurdecedor os acompanhou durante todo o trajeto. Uma pequena caminhada, andando no meio dos prédios, pulando bêbados desmaiados no chão e animais pestosos comendo vômito. Seguiram Reiyeh até um beco bem estreito entre dois prédios bem altos e desgastados, que Roy achou que não iria conseguir passar. Entraram em uma porta de metal, antes sendo aberta com a digital de Reiyeh. Deram em um corredor iluminado por luzes fluorescentes verdes, e ao final havia outra porta, porém essa de metal blindado que sobreviveria a uma explosão nuclear, nem maçaneta ou fechadura encontrava na porta.

Reiyeh liderou o caminho e bateu com uma sequência de batidas na porta, que logo após uma câmera surgiu na parede olhando para cada um deles, depois voltou a sumir no concreto. Lentamente a porta de metal se abriu, os levando para uma câmara de descontaminação, porém nada aconteceu e uma outra porta a frente se abriu.

Entraram no que parecia uma casa bem pequena com dois andares, toda iluminada por leds e aparelhos eletrônicos distribuídos por todo o local. O primeiro andar possuia uma área de máquina de lavar, sala e cozinha toda junta, apenas o banheiro era fechado. Ao canto subia uma escada para o segundo andar que era aberto, onde havia uma cama e um enorme setup de computador, com inúmeros teclados e telas exibindo diversas imagens, códigos, vídeos e etc. O lugar enfeitado por bagunças de pacotes de comida, pichações neon pelas paredes e móveis, fiação e engrenagens poluíam o ambiente sem nenhuma janela. Poderia dizer que um adolescente rebelde vivia ali.

Reiyeh entrou até o meio da sala e alguém pulou do segundo andar na frente dela. Possuía uma aparência andrógina, de pele bem negra, mais escura do que a de Roy e de Reiyeh. Um cabelo afro amarrado em chiquinhas, vestindo um macacão jeans e uma blusa amarela por baixo, reparou então em seu braço, era de metal e alguns fios estavam soltos, depois percebeu que em seu rosto havia um arco brilhando em sua têmpora, a marca dos andróides. O sujeito virou a cabeça de forma brincalhona para os dois homens os observando e depois foi em sua direção, esticou o braço para um aperto de mão que Roy aceitou, e ao tocar em sua sentiu uma pitada de algum o furando e o tirou rapidamente.

— Øyvind Hangan. Espécie: Híbrido Humano Aprimorado com Taurinus. Idade: 28 anos. Expectativa de vida: 200 anos. Sexo: Masculino. Ocupação: não informada. Criminoso procurado pelos seguintes crimes: Tráfico de seres vivos; destruição de patrimônio privado; fuga do local do crime; remoção do PDI sem a autorização; violação das fronteiras; envolvimento com gangues e facções; atribuição de falsa identidade; vandalismo e agressão física. — Disse o andróide de modo robótico como se lesse algo na sua frente, mas não havia nada.

— Eita porra, nem sabia que tinha cometido tanto crime assim. Esse tráfico de seres vivos ta errado, eu não fiz isso não. — Corrigiu Roy.

— Eles culparam a gente pelo incidente que teve no prédio. — Explicou Reiyeh, achando cômico a reação do homem que se importou apenas com o tráfico humano e ignorou os outros crimes.

— Nooo, paia isso ai ein.

O andróide esticou a mão para Kristian, que deu um passo para trás, a mão do androide então se esticou tão rápido que o homem nem teve tempo de pensar.

— Kristian Ferreolius. Espécie: ERROR. — Disse com a voz de robô no momento do erro, mas continuou lendo. — Espécie: Humano Aprimorado. Idade: 26 anos. Expectativa de vida 200 anos. Sexo: Masculino. Ocupação: Formação em direito. Criminoso procurado pelos seguintes crimes: Tráfico de seres vivos; destruição de patrimônio privado; fuga do local do crime; remoção do PDI sem a autorização; violação das fronteiras. — Terminou de ler o androide. — Sua espécie não conta no meu sistema, mas no seu PDI sim, o'que você é?

Os Caçadores FuriososOnde histórias criam vida. Descubra agora