CAPÍTULO 2

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O prédio todo chacoalhava e o pó da parede caía em sua cabeça. E de supetão o prédio caiu um andar, derrubando alguns guardas e os compradores que estavam na sala. Lua Branca se manteve em pé, mas cambaleou para trás. O guarda que segurava a faca em seu pescoço, a soltou, assim ela aproveitou os tremores para se levantar e atacar. Ela pegou a espada que estava na sua frente e degolou os dois guardas caídos atrás de si, e logo partiu para os homens que antes seguravam Roy. Fez isso tentando se equilibrar ao máximo, porém fez tão rápido que ninguém teve tempo de reagir. Ao se abaixar para soltar Roy, e nem sequer sabia o motivo de soltá-lo, ela deveria apenas fugir, mas o salvou. O prédio parou de tremer e tombou para o lado, ela tentou se levantar ajudando Roy.

Se preparou para o ataque dos guardas e de Lua Branca. Ela acreditava que o Lua Branca não iria a atacar, estava se divertindo com toda a situação, mas não sabia sobre os outros. Mas então, mais uma vez um canto de passarinho soou, como se fosse um sinal. Cacos de vidro começaram a voar para todo lado, pois pessoas com capas começaram a invadir pelas janelas, portando armas totalmente da cor prata, que ela nunca havia visto, que logo apontaram para cada indivíduo na sala, menos para ela e Roy. Todos ficaram paralisados com medo dos encapuzados, pois sua fama de rebeldes impiedosos os intimidavam. Menos Lua Branca, que sorriu para tudo aquilo como se estivesse vendo um filme. Então, alguns gritos ressoaram, vindo da sala do lado e depois barulho de passos, a assassina deduziu que os inocentes que seriam vendidos estavam sendo pegos. Então a porta da sala, da onde os gritos vieram, se abriu com um homem encapuzado liderando pessoas atrás de si, ele ignorou todos na sala, menos a assassina, e acenou com sua cabeça coberta por um capuz para ela parecendo estar comunicando algo, ficou confusa, mas tinha um palpite. Depois se dirigiu para a porta que levava para a janela defronte ao beco, que havia falado ao artista censurado, seu palpite se tornou mais certeiro. Os compradores continuaram paralisados caídos no chão sem saber oque acontecia, olhando do homem encapuzado para a assassina tentando entender qual era a ligação dos dois. Lua Branca ao notar que o homem de capuz acenava para a assassina, fechou a cara na hora, ela imaginou que ele iria então lutar e enfim matá-la, mas ele apenas sentou no sofá e acariciou sua cobra.

O homem encapuzado continuou guiando os inocentes atrás de si, todos de aparência limpa e de que foram bem tratados, vestindo roupas bem pequenas, para que os compradores avaliassem melhor o produto. Seus rostos assustados e olhos arregalados percorriam pela sala, algumas crianças andando de mãos dadas e segurando o choro, e quando uma delas avistou todo o sangue que havia no chão e o corpo dos guardas, se escondeu atrás de uma moça mais velha, que o pegou no colo. Entraram enfim na sala e a porta se fechou, após, o assobio de um pássaro então cantou. Todos os homens encapuzados na sala correram em direção às janelas e pularam para fora do prédio. A assassina, aproveitando o momento de distração, jogou uma bomba de fumaça não achada pelos guardas, que escondia no meio de suas roupas, puxou Roy pelo braço e correu até a varanda, saindo da sala em que estavam e fugindo pelo corredor.

O plano havia falhado completamente, tinha caído em uma armadilha, todos sabiam a sua identidade e ainda traiu seu patrão, e dessa vez não haveria perdão. Não sabia o que iria fazer depois, como iria sobreviver. Após esse incidente todos iriam caçar ela, era questão de tempo até ela ser pega e ter o final que tanto teve medo. Pelo menos aquelas pessoas inocentes haviam sido salvas, salvas pelos Uirapurus. Rebeldes contra o governo, pessoas que sabiam a verdade sobre o sistema em que viviam e iriam lutar contra ele. Os inocentes estavam em boas mãos, e mesmo se não estivesse, não havia algo que ela poderia fazer, queria ao menos se certificar que estivessem bem.

Assim, correu em direção ao estacionamento para fugir e esperando que avistasse pelo menos algum dos rebeldes ou dos inocentes. No meio da fumaça ninguém pôde ver para onde estavam correndo, mas ainda sim alguém os seguiu, e ela esperava muito que não fosse Lua Branca. Não olhou para trás e junto com Roy, continuou correndo.

Os Caçadores FuriososOnde histórias criam vida. Descubra agora