CAPÍTULO 1

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Era uma noite como as outras: fria, silenciosa, com um sentimento tempestuoso em volta de si, um frio na barriga e a cabeça cheia de logísticas, apenas mais uma noite em que ela cometeria assassinato. Caminhando em meio às sombras dos becos, desviando de poças de xixi e ignorando o mau odor, ela seguiu seu rumo, repassando o plano milhares de vezes pela cabeça. Como havia combinado com o seu cliente, ela invadiria o prédio e assassinaria Gilberto Ricardo, um poderoso homem que trabalha nas empresas Estriks, e como prova levaria seu dedo e sua cabeça até seu cliente.

Ela já devia ter se acostumado com o sentimento, mas ainda sentia sua barriga gelar e suas mãos suarem. Ser uma assassina de aluguel era um trabalho muito difícil. Silenciosa como a noite, chegou ao local destinado, olhou em volta a procura de alguém ou alguma câmera, mas nem um sinal de ser vivo. Então escalou o muro que dava no estacionamento e se jogou do outro lado, rolando quando se encontrou ao chão, assim abafando o som provocado pela queda.

Ela já havia decorado a planta do lugar semanas atrás. Era um antigo prédio comercial chique, que seria utilizado para abrigar uma grande empresa, porém o arquiteto que o projetou, cometeu um erro e foi dado como um perigo de desabar. Bom, foi assim que saiu na mídia, mas a verdade é que era apenas um ponto de encontro para grandes vilões do Distrito de Toskosoko, um local conhecido pelo seu grande mercado clandestino e suas grandes máfias e facções habitadas.

Atrás do muro em que havia pulado, alguns carros totalmente pretos estavam estacionados, se escondendo atrás de um, ela pode observar o local. O estacionamento ficava na parte dos fundos, havia uma entrada para os carros que dava na rua e no grande prédio tinha apenas uma porta, que estava guardada por dois seguranças. Ainda observando o local, também percebeu ter mais cinco seguranças um do lado do outro na entrada que dava para a rua, e alguns espalhados pelo estacionamento, todos extremamente musculosos. E por conta do prédio ser antigo e abandonado, não tinha câmeras ou algum tipo de alarme. Logo tudo estava muito bem guardado pelos seguranças.

Se escondendo embaixo e por trás dos carros, desviando dos indivíduos de terno, ela conseguiu cruzar o estacionamento e chegar mais perto do edifício. E como havia planejado, disparou o alarme plantado no carro do outro lado do estacionamento, assim atraindo a atenção dos seguranças. Um que estava na porta foi correndo em direção, mas ainda restou o outro, que por sorte, estava encarando a confusão. Durante essa distração, correu em direção ao prédio, com os passos sendo abafados pelo alarme, e grudou no edifício utilizando mecanismos que pregavam em superfícies, então começou a escalá-lo.

A escalada não foi difícil, já estava acostumada, o prédio estava em boas condições e não havia risco de desabar. Sentia o vento frio batendo em seu corpo, o que não lhe causava arrepios, pois sua roupa, cobrindo dos pés a cabeça, guardava bem o seu corpo, enfrentando fortes temperaturas e também camuflando. Sendo um traje completamente preto assim como a sua máscara em seu rosto, que a ajudava a se esconder pelas sombras da noite.

Subiu até chegar em uma janela quebrada, no quinto andar, e espiou a sala à procura de alguém, mas estava tudo vazio. Então, entrou na sala branca com cheiro de mofo e seguiu em direção a porta. Ao chegar nela, colocou a sua cabeça e escutou através da porta, percebendo três passos distintos. Infelizmente, não poderia arrombar a porta no chute, teria que ser com um dispositivo próprio. Abriu delicadamente e espiou por uma frestinha o corredor, na direita havia um indivíduo no final do corredor de costas, e na sua esquerda percebeu mais um segurança também no fim do corredor. Acreditava que o terceiro estaria guardando o elevador e as escadas que ficavam, também, do lado esquerdo. Aproveitando que ambos estavam de costas, ela saiu sorrateiramente agachada da sala e foi em direção ao segurança da esquerda. Não sabia qual era o gênero nem a sua espécie, porém era uma criatura grande e forte, mas as habilidades de luta e nocaute da assassina de aluguel eram superiores. Ela pegou sua adaga, andou sorrateiramente até sua retaguarda e então rasgou sua garganta, segurou o seu corpo levando até o chão, impedindo fizesse barulho.

Os Caçadores FuriososOnde histórias criam vida. Descubra agora