CAPÍTULO 59

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Nada havia mudado desde a última vez: a mesma bagunça, a mesma quantidade de tralhas jogadas para todos os lados, os equipamentos e armas pendurados nas paredes e embalagens de comidas espalhadas. A única exceção era a falta do sofá, e todos sabiam o motivo. Estavam proibidos de se abrigarem ali, More nunca havia os deixado voltar, apenas após muito custo de Kristian para convencer o androide que conseguiram entrar na casa, tal forma que, poderiam buscar seus novos equipamentos e Kris conseguiria testar os medicamentos desenvolvidos.

More sempre estava a desenvolver novos dispositivos e armas, e a aliança que possuíam lhe davam um acesso a tudo que produzia. E já Mei, desde de que conhecera More, sempre pôde utilizar tudo que quisesse, afinal, era ela quem buscava os materiais necessários para a fabricação, mas como estavam brigadas, More não queria deixar nem Mei pisar dentro de sua casa.

Observavam os trajes reconstruídos pendurados no armário, e como haviam sentido falta daquelas belezinhas. Tais trajes os protegiam de absolutamente tudo, e ultimamente precisavam lidar com suas missões sem eles, tendo relembrado a dor de quebrar ossos ou de ter uma hemorragia interna. E na sala de armas aberta, nas prateleiras e balcões, haviam antigas armas anteriormente utilizadas, mas melhoradas, além de dispositivos novos, e até mesmo as máscaras que Roy havia pedido para serem feitas. Todas as três feitas remetiam sua aparência à animais, um design preto e vazio, com aspectos assassinos e medonhos. Um de serpente, de touro e de coruja, suas novas identidades no Submundo.

Entretanto, Mei se recusava a aceitar aquilo, e More se recusava a olhar para a mulher, fingindo que ela nem mesmo estava ali.

— Muito obrigada, More, ficou incrível, igualzinho como eu imaginava! — Roy agradecia vestindo sua máscara de crânio de touro.

Além de ser uma nova identidade à sua imagem, a fim de aterrorizar inimigos, criando um legado em cima de seu nome, a máscara também funcionava como uma arma, caso queira assim interpretar. Pois possuíam visão infravermelha, uma inteligência artificial própria que os ajudava a conhecer o ambiente, e ao próprio traje e corpo.

Roy ficou muito animado, e ansioso para testar, Kristian também vestiu a sua, analisando o funcionamento de seu novo aparelho. E Mei não pode evitar de cruzar os braços e desviar o olhar, pois a única coisa em que pensava era ter os dois vestidos daquele jeito em cima dela.

E, rondando Roy, estava More, com um semblante arrogante ao investigar o braço biônico de Roy, que com uma simples olhada já havia percebido diversos erros.

— Senta ali. — More mandou com sua arrogância, apesar que seu tom parecia estar mais amigável. — Irei melhorar essa tecnologia porca, e estão completamente proibidos de utilizar qualquer outros equipamentos que não sejam criados por mim, não vão levar meu nome junto a criações burras. Eu não erro, e muito menos faço braços biônicos tão limitados. Anda logo, Roy!

O androide já vestia óculos enormes, feitos para ver o'que seus olhos não conseguiam, e de seu tronco, braços com ferramentas mecânicas saíram, e logo, após tomar o braço de Roy com brutalidade, com ele rindo de nervoso com tantos equipamentos assustadores, começou o processo de melhoria, o abrindo por completo, desmontando e inspecionando ao mesmo tempo em que xingava o homem inquieto.

Mei continuava na porta com o queixo erguido olhando para o além, se recusando a fazer qualquer coisa, como uma criança pirracenta, apenas a espera de irem embora. Quando acordou e descobriu que estavam indo até a casa do Fantasma do Binário, ela desceu da carruagem e andou em direção oposta e, após muita discussão, conseguiram convencer ela a ir até sua antiga parceira de negócios. Por mais que houvera aceitado, se arrependia ao ver a ignorância do androide sobre si.

Kristian lançou olhares aos seus parceiros, enquanto averiguava os novos dispositivos médicos, tudo que havia pedido estava ali, inclusive os novos remédios e antídotos que próprio havia desenvolvido após noites viradas, e mesmo após todo o seu trabalho, não se sentia confiante com o resultado, pois o inimigo a qual lutava era imprevisível e mutável, e odiava a ideia de piorar a situação de sua mulher ao invés de melhorar. Então a observou encostada na porta com os braços cruzados, toda aquela raiva exposta em seu semblante e em cada pedaço de seu corpo, sempre o seu campo de força.

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⏰ Última atualização: Oct 13 ⏰

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