— Para onde você tá indo?
— Dá para calar a boca e só me seguir?
— Se você seguisse a porcaria do caminho certo.
— Esse é o caminho certo, inferno, só estamos pegando um atalho.
Caminhavam em um beco estreito e escuro, Kristian era totalmente contra a ideia, já que ele os levava para o sentido oposto da onde iam, enquanto isso Mei liderava pulando as fiações soltas no chão.
Roy dirigia tranquilo a quilômetros de distância de seus dois parceiros, escutava sua música após desligar o fone em seu ouvido, o qual nunca se silenciava com as brigas de uma certa dupla. Haviam se separado para seu plano, e Roy estava quase chegando ao seu destino e logo teria que voltar a falar com os dois gatos brigões.
— Para de ser teimosa e segue o PDI que nos leva exatamente ao lugar que More nos disse. — Kristian queria puxá-la pelos cabelos e ir para o endereço o qual deveriam pegar o veículo que os levaria para a Mansão Beniviato.
— Agora tudo de você é a More, já que são tão amigos, pede para ele ir no meio da madrugada comprar sorvete para o bonitinho que vive com calor. — Mei xingava até ter que parar ao ver um muro bloqueando sua passagem.
— É você quem faz isso? Achei que era o Roy. — Kristian respondeu confuso.
— Você acha que o Roy deixaria o sorvete até de manhã na geladeira? Você sabe que ele não tem controle quando o assunto é sorvete, ele come tudo.
Era verdade aquilo, mas não tinha ideia que era Mei que comprava os sorvetes. Sempre havia um na geladeira, e sempre no sabor preferido de Roy, de chocolate amargo. Por isso não poderia ser Mei que fazia, pois quando ela descobriu que Kristian tinha sorvete de baunilha como seu predileto, escutou tantos xingamentos sobre ele ser fútil e sem graça que sentiu dor de cabeça o resto do dia.
— Você está com ciúmes? — Kristian cruzou os braços sorrindo.
— De você? — Ela se virou com tanta força que seu rabo de cavalo chicoteou no ar. — Você poderia ser engolido por um buraco negro e eu festejaria até o fim de minha vida.
Kristian apenas a encarou pensando se deveria ou não fazer oque pensava, Mei o encarava esperando ele falar alguma coisa, já pronta para ofendê-lo. O homem então estalou a língua e se aproximou da mulher.
— Já peço desculpas por quebrar sua regra. — Kristian informou, e Mei o observou confusa até ser levantada do chão e jogada nos ombros do homem.
Soltou um gritinho de surpresa e logo tinha suas pernas no alto enquanto encarava a bunda de seu parceiro. Tentou acerta-lo com chutes, mas ele apenas segurou suas pernas antes, sobrando apenas seus socos em suas costas.
— Tá maluco, filho da puta!?
— Você é uma ratinha teimosa.
Percebeu que não iria conseguir sair do seu aperto e então desistiu, poderia esfaqueá-lo e realmente derrubá-lo, mas por incrível que pareça, ela não queria machucá-lo. Aproveitou então a carona em seus ombros, e ignorou as borboletas em seu estômago. O homem reparou que em nenhum momento ela pediu para ser posta no chão ou ter dito a palavra ''não'', mas estava preparado para que no momento em que ela dissesse, a obedeceria.
— Você tem um bundão. — Mei comentou observando o belo formato da bunda de Kristian.
— Obrigado. — Ele agradeceu.
Seguiram pelo caminho correto, ignorando os olhares que recebiam dos seres à sua volta, Mei apenas as mostrava um dedo do meio. Não deveriam chamar a atenção, mas estavam ali vestindo roupas pretas e pesadas, armados até os dentes, com enormes mochilas com tantos equipamentos bélicos e espiões que o fariam ficar o resto da vida na prisão, e ainda havia Mei em seu ombro como um cervo de caça.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Os Caçadores Furiosos
Ciencia FicciónEm um planeta criado com o intuito de proteger o universo de seres malignos, conhecido como Organização dos Defensores do Universo, ou ODU, um governo utópico, onde a população vive em meio a tecnologia e paz. Seres de diferentes espécies, planetas...