Cinco

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E finalmente havia dado o horário da sua aula

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E finalmente havia dado o horário da sua aula. Anna entrou na sala pisando firme, deixou as coisas na sua mesa e começou a anotar no quadro. Em seguida ela se virou para nós e começou um discurso.

— Um dia ouvi de uma aluna que a minha matéria não fazia muita diferença no seu boletim. Como se as notas que eu fosse dar, não importasse na hora de passar de ano... — Enquanto proferia, eu me recordava da nossa última conversa na cantina e praguejei mentalmente por ter dito essas besteiras, eu sabia que ela estava falando de mim. Estava na cara que ela não deixaria barato. — Por isso comuniquei a direção e eles concordaram que toda forma de ensino é válida! Dessa forma, tudo o que vocês julgam sem importância vai cair em peso esse ano. — Sorrio com certo deboche. — Pelo menos uma prova á cada quinze dias nós teremos,  fora os trabalhos...

A sala começou a murmurar entre si, todos visivelmente putos da vida.

Senhor, eu vou ser linchada na saída se descobrirem que fui eu.

— Quem foi o filho da puta que falou uma merda dessas pra professora Laquintinie? Agora nós estamos mais ferrados do que nunca. — Noah reclamou no meu ouvido, já que ele sentava quase do meu lado.

Olhei em sua direção e dei de ombros, fingindo não saber de nada. Voltei minha atenção para Anna e notei seu olhar de deboche sobre mim.

— Senhorita Walsh?

Estreitei os olhos assim que ouvi ela me chamar.

— Sim?

— Pode ir na outra sala buscar os livros para mim? Vocês tem muito o que ver da minha matéria esse semestre, e no outro, e no outro... Até o final do ano. — Sorrio novamente me deixando ainda mais com raiva.

— Ah, é claro.

Fui buscar os livros.

Retornei e distribui para todos, sobrou uns três ainda, então levei até a sua mesa.

— Ainda gosta da minha aula, senhorita Walsh? — Perguntou com a voz carregada de ironia e olhando no fundo dos meus olhos.

Dessa vez foi a minha vez de sorrir.

— Mas é óbvio que sim! Você é a minha professora favorita, sabia? — Observei o seu ar de deboche se desfazer aos poucos. — Ficarei feliz em tirar todas as minhas dúvidas com a senhora, e até passar um tempo a mais se for necessário. Afinal, tem tanta coisa pra aprender e eu não quero perder um só segundo! — E isso foi o suficiente para tirar a professora Francesa do sério.

— Vá se sentar. — Primeiro ela pediu, vendo a minha enrolação, ela entornou o caldo. — Agora! — Ordenou.

Tá, era para mim sentir medo? Porque minha vontade de agarrar essa mulher só aumentava, e as vezes, sentia que ela sabia muito bem disso.

Sua aula continuou normalmente e no final ela recolheu rapidamente suas coisas e foi embora sem olhar para trás.

— Francês? Não entendo porque tiveram que incluir outra matéria justo nesse ano letivo!

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