Quinze

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Durante o final de semana, Jun-Seo, Asher, Xavier, Noah e eu fomos para o famoso parque de diversões que havia inaugurado

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Durante o final de semana, Jun-Seo, Asher, Xavier, Noah e eu fomos para o famoso parque de diversões que havia inaugurado. Já que o dia da inauguração passou, nós não precisaríamos ficar mofando na fila para comprar os ingressos como aconteceu com os meninos ao matarem aula.

— Viu? Não adiantou nada faltar no colégio, se nós poderíamos vim hoje ou qualquer outro dia.

— Você não entende nada, Jun-Seo! A melhor época de vim nesses lugares é no dia de inauguração. — Xavier pontuou.

— É isso ai! — Noah tocou em sua mão.

Eu só sorria ouvindo aquela conversa toda. Os meninos ficavam insistindo para que o Jun-Seo começasse a pegar umas “minas” porque segundo eles, o mesmo ficaria para titio daqui a pouco. E esse dia no parque seria uma boa oportunidade para ele conhecer alguém legal. Se não fosse eu para defende-lo de toda aquela encheção de saco, sua vida seria um tanto quanto, insuportável.

Pagamos os nossos ingressos e entramos.

— Vamos na montanha russa primeiro? — Asher perguntou.

— Eu topo.

— E vocês?

— Prefiro explorar o parque primeiro. — Avisei sendo seguida por Jun-Seo e Xavier. Então Noah acabou ficando junto com Asher nessa.

Andamos um pouco pelo local. Xavier estava com fome então passamos para comprar um algodão doce, algo leve por enquanto para não correr o risco de passar mal nos brinquedos depois.

— Quero ir no carrossel! — Apontei para o mesmo.

— Então vamos.

Assenti. Entrelacei meu braço com o de Jun-Seo e Xavier, um de cada lado até que chegássemos naquele brinquedo. Mas antes, avistei um rosto familiar de longe. Aqueles cabelos loiros e os olhos extremamente azuis, denunciava ser a...

— Professora Laquintinie! — Xavier exclamou ao vê-la de longe.

— Fala baixo. Você quer estragar mesmo o passeio da professora? — Um nervosismo foi tomando conta de mim. Não sabia como olhar em seus olhos novamente, acho que fiquei um pouco desconfortável.

Cutuquei Jun-Seo com tanta força que ele quase derrubou o seu algodão doce. Ele me olhou com um ar de reprovação, porém eu precisava da sua ajuda para calar a boca do Xavier e felizmente ele concordou.

— A Rebecca tem razão... Professor nenhum gosta de se encontrar na rua com um aluno.

— É... É isso mesmo... Porque já não basta ter que olhar para a nossa cara a semana inteira.

Jun-Seo e eu sorrimos de nervoso. Xavier deu de ombros indiferente.

— Besteira. — Se virou começando a acenar. — Ô professora de Francês! Ô Professora! — Exclamava, mas Anna parecia tão pensativa que mal conseguia ouvir.

— Viu? Ela não ouve nada, deixa isso pra lá. — Pedia.

— Ela deve estar ficando surda por causa da idade, coitada.

Soquei seu braço fazendo-o calar a boca.

— A professora Laquintinie não é tão velha assim, ela é até muito ativa. — E como.

— Eu sou o quê?

Ouvi sua voz atrás de mim fazendo com que todo o meu corpo se arrepiasse. Céus, como ela brotou aqui atrás de mim do nada? Será que ela ouviu o que a gente estava falando?

— Ah, oi professora Laquintinie.

— Oi, Xavier.

Eu só conseguia permanecer de costas, até que ela me chamasse.

— Rebecca, nós podemos conversar?

— O quê? — E finalmente eu voltei minha atenção para Anna.

— Sei que a senhorita está aqui para se divertir, mas preciso saber de algo sobre o colégio antes da segunda. Se não fica muito em cima da hora.

Ficamos nos encarando por um tempo. Eu sabia que não era sobre o colégio que ela gostaria de falar, mas acabei concordando depois que Xavier pediu para que eu andasse logo.

Jun-Seo comprimiu os lábios vendo toda aquela situação.

— Eu volto jajá, guardem um lugar para mim.

Ambos concordaram, então nós finalmente fomos conversar.

Sentamos em um dos banquinhos bem afastado dos meninos para não correr nenhum risco deles ouvirem a gente conversando. Anna sorriu meio sem graça, olhando para as crianças, adolescentes e até adultos que passavam. Um silêncio endurecedor permanecia entre nós, talvez ela quisesse que eu começasse dizendo algo? Não sei, eu também não conseguia proferir uma palavra sequer, então depois de longos minutos ela começou:

— Sei que é meio embaraçoso o que temos... Mas por quê foi embora daquele jeito? — E finalmente me olhou. — Poderia ter me chamado.

— Não queria acorda-la.

— Isso não importava. Só espero não ter criado um clima ruim entre a gente. — Deu uma risada sem humor. — Sinceramente, eu acho que passamos dos limites.

Franzi a testa.

— Não.

— Você mal consegue olhar pra mim. — Afirmou, segurando uma das minhas mãos. — Rebecca, eu só...

— Não! — Me afastei bruscamente. — É melhor a gente não ficar muito próximas uma da outra. — Olhei para trás. — Alguém pode nos ver.

Anna sorriu amargamente, concordando com a cabeça. Outro silêncio insuportável reinava sobre nós, eu não fazia ideia de como reagir, não sabia que ter dormido com a minha professora fosse mexer tanto comigo. Ela deveria imaginar isso, e de quebra, até sentir o mesmo. A verdade é que eu estou com medo do que viria depois disso.

— Foi uma puta coincidência a gente ter se encontrado aqui, acho melhor a gente conversar outra hora em um lugar mais calmo talvez.

— Em falar de coincidência... Depois daquele episódio entre a gente, eu pensei em te trazer para esse parque. Pensei que você não sabia sobre a inauguração dele, então queria ter feito uma surpresa. — Sorriu. — Mas você já tinha ido embora. Quando te liguei, pensei em te convidar novamente... Mas não sabia como. O clima estava tão estranho ao telefone.

Arqueei as sobrancelhas meio surpresa.

— Eu não fazia ideia.

— E como saberia? — Fez uma pausa até continuar: — Então eu resolvo vim mesmo assim para me distrair um pouco, mas no final a gente acabou juntas no mesmo lugar.

— Anna... — Antes que eu dissesse mais alguma coisa, ouvi as vozes dos meninos me fazendo recuar.

Abaixei a mão que estava prestes a tocar seu rosto assim que Asher e Noah apareceram na nossa frente. Ambos ficaram surpresos em ver a nossa professora aqui, eles á cumprimentaram antes que ela pedisse licença para se retirar.

Fiquei observando ela partir aos poucos, enquanto os meninos diziam o quão incrível foi a montanha russa.

— Montanha russa está a minha vida. — Murmurei baixinho para que eles não ouvissem. Me levantei e comecei a andar com eles me seguindo. — E diz ai, quantas vezes vocês foram nesse brinquedo?

— TRÊS VEZES! — Exclamaram em uníssono me fazendo rir.

Tentei aproveitar o restante do passeio, mesmo que as palavras e o rosto de Anna estivessem fixado em minha cabeça.

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