Treze

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Após chegar, toquei o interfone e ela deu o número do apartamento para que eu subisse

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Após chegar, toquei o interfone e ela deu o número do apartamento para que eu subisse. Fiz conforme seu pedido. Chegando lá em cima fui recebida por uma versão da Anna Laquintinie mais despojada: calça jeans justa, uma regata branca e seus cabelos presos em um rabo de cavalo.

Sorri involuntariamente.

— Você vai ficar ai fora ou pretende entrar? — Deu uma risadinha gostosa de se ouvir.

— Licença...

— Toda, só não repare na bagunça.

Assenti.

Haviam várias coisas espalhadas pelo apartamento e algumas caixas também. Se tratava de roupas, utensílios, coisas do tipo. Anna apoiou as mãos na cintura e começou a explicar o que realmente aconteceu aqui.

— Eu dei um tempo com meu marido. Ele voltou pra França, não sei por quanto tempo pretende ficar lá.

— Que tristeza, eu sinto muito.

Anna agradeceu, mas era óbvio que eu havia mentido. Na verdade eu queria soltar vários fogos de artifício nesse momento, mas precisava manter a pose.

— Só me diga por onde começar, afinal eu vim para ajudá-la com as coisas.

— Pode encaixotar essas roupas que estão espalhadas pelo apartamento, eu cuido dos utensílios, não se preocupe.

Concordei, então finalmente nós começamos.

Anna e eu ríamos, conversávamos sobre assuntos completamente aleatórios e até escutávamos música para o serviço não se tornar algo tão maçante, segundo ela. Passar esse momento ao lado dela estava sendo muito bom até, era ótimo conhecer mais a fundo essa mulher tão encantadora fora do colégio. Se pudesse eu passaria horas, dias, meses, anos... A eternidade com ela. Não faço ideia de como o marido dela teve coragem de deixá-la para trás. Eu jamais faria uma coisa dessas.

— No que está pensando? — Perguntou depois que terminamos o serviço. Sentamos no balcão da sua cozinha americana.

— Não é nada.

Anna foi até o armário pegando duas taças.

— Você quer vinho?

— Pode ser, não curto muito, mas acho o vinho a única bebida alcoólica suportável. — Sorri meio sem graça.

A mais velha assentiu e logo em seguida serviu as nossas taças. Me entregou uma e voltou a se sentar.

— Agora dívida seus pensamentos comigo, por favor, sei que mentiu quando disse que não era nada.

— Sei lá, eu só... Só fico pensando em como o seu marido foi capaz de te largar aqui sozinha. — Beberiquei um pouco do líquido. — Não imagino como alguém possa fazer isso com você.

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