Catorze

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Acordei sem fazer ideia de quanto tempo depois

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Acordei sem fazer ideia de quanto tempo depois. Anna e eu tomamos um banho e fomos nos deitar um pouco, mas acabei pegando num sono profundo. Minha mãe vai me matar! Pensava.

Saí da cama deixando Anna descansar, cacei as minhas roupas pelo chão da cozinha e comecei a me vestir. Peguei o meu celular que deixei no bolso do shorts e fui checar as ligações e mensagens. Já passavam das 22:00 horas.

— Hum? Só o Jun-Seo me ligou? — Franzi a testa sem entender, resolvi retornar a sua ligação. — Alô?

— Oi, Rebecca! Ainda bem que você retornou as minhas ligações, eu fiquei preocupado depois que sua mãe me ligou perguntando sobre você.

— O quê foi que você disse?

— Nada. Eu menti dizendo que você estava aqui em casa.

Soltei o ar pela boca sentindo um alívio tomar conta de mim.

— Obrigada, Jun-Seo, você é o melhor!

— Só me diga onde você está.

Pensei um pouco, será que era uma boa ideia contar? Como vou explicar que do nada eu e a nossa professora dormimos juntas? Se bem que o Jun-Seo tem me ajudado tanto... Ele é o meu melhor amigo também e eu não aguento mais guardar isso só pra mim. Quero compartilhar os bons momentos com ele e não só os ruins. Então dessa forma, eu finalmente me decidi.

— Estou na casa da professora Anna Laquintinie! — Fechei os olhos com força esperando o sermão.

— Ufa, menos mal.

Deu para ouvir até sua respiração de alívio do outro lado da linha. Estranhei aquela reação no começo.

—Estou indo ai?

— Agora?

— É claro...

[...]

 
— Como assim vocês dormiram juntas e até se pegaram na biblioteca do colégio!? — Arregalou os olhos.

Soquei seu braço.

— Fala baixo, quer que toda a vizinhança escute?

— Me desculpa! — Massageou o local. — Só achei essa história um pouco louca. Se bem que eu não esperava menos.

— Você e sua mania de prever o futuro...

Ele deu de ombros.

— Mas e agora? O quê você vai fazer daqui em diante.

— Eu não sei, prefiro não pensar nisso agora.

Encostei a cabeça no banco do carro, havíamos acabado de chegar na rua da sua casa. Resolvi que dormiria aqui hoje já que a minha mãe sabe que estou aqui. Jun-Seo me salvou de uma enrascada daquelas.

Enfim, eu poderia muito bem acordar ao lado da professora pela manhã, mas não queria correr o risco dela me olhar e tudo o que ver ser um abismo de arrependimentos. Não aguentaria ouvir da sua boca que tudo o que tivemos até agora não passou de um erro. Infelizmente eu já estava enrolada até o pescoço com a Anna e não sabia como evitar. Sentia até mesmo que estaria gostando dela. Só que era cedo demais para dizer e obviamente ela não aprovaria.

Conversei mais um pouco com Jun-Seo e depois entramos para dentro de casa, eu ainda me sentia exausta e precisava descansar.

Pela manhã recebi um monte de chamadas perdidas da professora Anna. Retornei a ligação caso ela estivesse preocupada comigo, já que eu saí sem dizer nada.

— Eu acordei, olhei para o lado e você havia sumido. — Foi a primeira coisa que ouvi. — Aconteceu alguma coisa?

— Não... — Suspirei. — Só precisei voltar para casa, estava muito tarde já.

— E como você foi embora?

— Eu fui embora pra casa do Jun-Seo com o meu carro. — Comecei a brincar com o lençol da cama onde estava sentada para me distrair. Um silêncio se formou do outro lado da linha. — Alô? Anna, você ainda está ai?

— Sim. Me desculpa, só estava pensando em algumas coisas. Fico aliviada que não voltou de ônibus seria perigoso.

— Eu sei...

Outro silêncio.

— Acho que vou indo agora, preciso resolver umas coisas na rua daqui a pouco. Só liguei para saber como você estava.

— Tudo bem.

— Nos vemos no colégio. Tchau e tenha uma boa semana, Rebecca.

— Igualmente pra você. — E encerrei.

Larguei meu celular de lado. Jun-Seo entrou no quarto com uma cara amassada.

— Vêm tomar café! Eu fiz panqueca. — Sorriu.

— Já estou indo.

— Aconteceu alguma coisa? — Franziu a testa. Apenas neguei com a cabeça. — Hum, sua voz soou tão estranho agora.

Revirei os olhos.

— Não é nada, agora vai indo na frente que eu vou no banheiro ainda.

— Beleza, mas vê se não entope o vaso... — Brincou.

Fui em sua direção lhe expulsando do quarto.

— Ok, tchau, Jun-Seo! — Proferi batendo a porta. Virei de costas e contei até dez mentalmente, tentando levantar meu ânimo para que ninguém mais perguntasse se estava tudo bem comigo, porque sinceramente, eu não sei.

Só estava torcendo para que as coisas melhorassem na segunda-feira e que a Anna não ficasse estranha comigo. Isso era tudo o que eu mais queria.

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