Atualmente.
— E fim. — Sorri voltando a beber. — Essa é a história minha e da Anna, está satisfeita?
A loira se virou com um sorriso no rosto.
— Óbvio que não, eu tenho que confirmar tudo o que você me disse com a Anna Banana.
— Você encheu a porra do meu saco para ouvir essa história e agora não quer acreditar? — Dei risada.
Alessandra concordou.
— É que tudo isso parece até uma novela!
— Falou a mulher que se casou com a secretária depois de umas mil reviravoltas. — Arqueei as sobrancelhas.
— Isso vou ter que concordar. Angélica e eu passamos por poucas e boas para chegar até aqui... Mas em compensação você também sofreu que nem uma filha da puta.
— Acho que as melhores histórias são assim.
Nós voltamos a rir.
— Mas e os seus amigos? E aquele asiático fofinho...? — Inclinou a cabeça para o lado. — Você tem o péssimo hábito de contar as coisas e deixar pela metade.
— Bom, meus amigos seguiram com a vida deles como o esperado. Depois de tudo o que aconteceu, não quis revirar o passado então decidi que eles jamais saberiam da minha história com a Anna. Não tinha porquê eles saberem. Quanto ao "asiático fofinho" ele está quase terminando a faculdade de arquitetura como sempre sonhou, conheceu uma caloura um ano depois do ocorrido e estão super bem juntos. Cortei laços com todos do meu colégio. Depois de dois anos eu acabei conhecendo você em um cabaré... — Demos risada. — Isso é tão a nossa cara.
A mesma sorriu de lado.
— E graças a mim você acabou reencontrando a Anna em meio a minha confusão com a Angélica.
— Mas quem diria que elas iriam se conhecer e se tornar amigas? — Revirei os olhos. — Isso é tão clichê.
Alessandra concordava. Voltamos a beber enquanto conversávamos trivialidades, até que as nossas parceiras retornassem.
Anna e Angélica se sentaram com a gente para beber. Elas estavam se divertindo na boate em que viemos, enquanto eu contava a nossa história. Ambas quase não tinham tempo para sair, mesmo que a Lindsey estivesse tão grande, elas resolveram que adotar uma segunda criança seria a melhor das hipóteses. Seu nome era Abby e ela era a bebê de seis meses mais fofa do mundo. Só faltava acertar todas as burocracias para que ela pudesse sair do orfanato, enquanto Anna e eu? Bom, resolvemos ser as "tias ricas" não queríamos ter toda essa responsabilidade.
Nós adorávamos viajar. Não tínhamos um lugar certo... Vivíamos explorando o mundo e certamente estávamos na nossa melhor fase. Tudo o que aconteceu na época de colégio e logo em seguida, valeu super a pena. Tivemos que lutar contra vários complexos, tive que passar por cima do meu orgulho para perdoar a Anna depois que ela retornou para a minha vida.
Depois daquela noite da formatura, Anna terminou com Ferdinand. Foram muitos desencontros até que voltássemos a ficar juntas, mas no final deu tudo certo.
— Você contou a ela? — A Francesa questionou se aproximando de mim e envolvendo seu braço ao redor da minha cintura.
— Sim, mas ela não quer acreditar!
— Ah, fala sério... — Sorriu.
Angélica voltou sua atenção para Alessandra.
— No que você não está acreditando? Eu quero saber também.
— É UMA LONGA HISTÓRIA! — Nós três falamos em uníssono.
Peguei a minha bebida.
— Acho melhor a gente só brindar por esse dia.
Todas concordaram pegando suas bebidas e levantando para o alto. Brindamos e depois voltamos a curtir a noite como se nada tivesse acontecido. Angélica queria saber a todo custo o que havia acontecido, então Alessandra avisou que mais tarde contaria. Ficava muito feliz em ter as duas nas nossas vidas, amigas que fossem parecidas com nós, tínhamos uma base e nos sentíamos em família.
Em um certo momento encarei a imagem de Anna que ria das bobagens que Alessandra dizia e a cena se passava quase que em câmera lenta. Simplesmente não pude evitar de dizer:
— Eu te amo, Anna. — Falei de repente trazendo sua atenção até mim novamente.
— Também te amo.
Ela sorriu após beijar os meus lábios novamente e encostou a cabeça em meu ombro. Então realmente me dava conta de que tudo isso, valeu a pena...
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A Tout de Suíte?
RomancePara a minha querida professora de Francês, por ter me ensinado que a vida não é um conto de fadas. OBS: Leiam essas obras na ordem que quiserem, mas o aconselhável é ler Meraki primeiro. OBS: PLÁGIO É CRIME!