A.N.A.R.C.O.S III: ASCENSÃO

Capítulo 95

LARI

Foi uma noite bem engraçada, meu pai estava chocado que eu estava grávida de novo e a Marta por sua vez não parava de sorrir. Minha irmã quando me viu veio correndo pros braços, o Rafa também e não desgrudou do Felipe pelo tempo que ele ficou na sala com todos.

Nem preciso dizer que matei a saudade dos meus bebês, Matheus ficou grudado comigo me contando as novidades e o Henrique ficou no colo do alemão. E eu finalmente me senti em casa, com todos eles aqui. Ainda que faltasse minha mãe, mas me sentia completa sabendo que ela estava sendo muito bem cuidada. Meu pai dizia que sempre visitava ela, e essa semana eu também iria lá.

- tá tudo bem? - perguntei quando o alemão deitou na cama comigo

- agora ta - ele diz deitando o corpo em cima do meu com cuidado

- vou ver se essa semana vou no médico, vai começar tudo de novo - falei passando a unha pelas costas dele numa tentativa de carinho - você também vai no médico ver esse seu coração né

- carai, pra que? Eu tô ótimo - alemão diz

- fodase, você vai no médico sim! Chega, você vai ter outro filho e vai se cuidar sim - falei e ele reclama - nada de me deixar sozinha nisso

- tenho outra escolha?

- não!

- aonde será que eu consigo maconha por aqui? Devia ter trazido pelo menos um ice de lá - ele diz

- caralho, nem começa! - falei e ele ri

No outro dia o Felipe estava arrumando as coisas dele no quarto e eu fui no mercado, assim que voltei vi a esposa do Eduardo provavelmente indo malhar. Ela me viu e abriu um sorriso, caralho que merda! Pensei mas também abri um sorriso quando ela se aproximou.

- Oi Lari, quanto tempo! - ela diz - como você está?

- Oi, eu estou bem e você? - perguntei - desculpa eu não sei seu nome

- pode me chamar de Naty, eu queria saber se vocês ainda querem jantar lá em casa! Não vi mais vocês e não quis ir na porta da sua casa, achei meio invasivo e sem noção - ela diz e por algum motivo senti sinceridade nela

- ah, eu estava no Rio com meu afilhado - falei dando de ombros - e acho que podemos tentar esse jantar, vai ser legal eu acho...

- claro, sexta feira às 20h então! Obrigada Lari, te vejo lá - ela diz e sai correndo

Fico ali olhando sem entender, porra! Eu falei que podíamos tentar e ela marcou pra sexta já e nem me deixou falar nada. Nem pra recusar. E algo me dizia que o alemão não iria gostar nenhum um pouco. Fui pra casa e enquanto os meninos meninos estava no quintal, comecei a preparar o almoço.

O Matheus estava na escola, teríamos que matricular o Rafa também em algum momento e colocar o Henrique na escola pra começar a pensar em trabalho. Nós almoçamos e ficamos conversando durante, o pai do alemão queria ir embora pra Sorocaba aonde ele tinha uma antiga casa e o bar. Aonde ele se escondeu na verdade né! Mas o alemão não quis.

Embora o pai dele quisesse nos dar privacidade e ter um espaço só pra ele também, entendi os dois lado e sinceramente não ligaria se ele continuasse aqui. Era bom tê-lo por perto e sei que o Felipe também ia gostar, além dos meus filhos.

- o que acha da gente jantar fora na sexta - falei arruma a sala com o alemão quando as crianças foram dormir

- só nós dois? - ele pergunta

- na verdade a família toda - falei dando de ombros

- como assim? - ele perguntou desconfiado

- talvez eu tenha dado a entender que vamos jantar na casa da nossa vizinha sexta feira - falei rápido e ele olha pra mim com raiva

- por que tu fez isso Larissa? Caralho, não gosto dessa gente!

- ela parece legal e solitária - murmurei

- fodase, eles são esquisitos! Não!

- amor, é só pra jantar - falei - pensa na comida de graça

- NÃO!

- a gente come e vem embora, oque pode dar errado?

- Larissa, nós não somos amigos desse povo! Para de forçar uma coisa que não existe, a gente não vai! - Felipe diz firme e subindo a escada

~❤️~

Coloco um vestido de alça verde escuro, até o meio das coxas. Escovei o cabelo, fiz uma maquiagem básica e passei perfume. Depois desci pra cozinha pra tirar as panquecas do forno e ficaram perfeitas, coloquei numa travessa bonita de vidro que a Marta me deu e estava pronto. Assim que volto pra sala vendo o Rafael e o Matheus arrumos assistindo tv.

Alguns minutos depois o alemão desce com uma cara de cu enorme segurando nosso filho, mas ainda sim tava lindo. Uma camisa polo azul escura, uma bermuda branca e tênis. Todo cheiroso, tinha feito a barba e o cabelo que estava um pouco maior penteado pra trás.

- tudo pronto? - perguntei e os meninos fazem que sim, mas o alemão nem responde

- vou pegar as panquecas tia Lari - o Rafa diz e vai pra cozinha

- tem certeza que o senhor não quer ir? - perguntei vendo o pai do alemão descer a escada

- tenho querida, podem ir!

Depois que o Rafa chega com a travessa saímos todos e vamos em direção a casa do Eduardo, era uma casa com um portão grande com uma cerca elétrica em cima. Tocamos a campainha e logo depois a Naty atendeu com um sorriso enorme no rosto, ela tava linda com um vestido laranja claro que ia até os pés.

- Lari, que bom que vocês vieram! Vem, fiquem a vontade por favor - ela diz liberando a passagem