V

132 28 6
                                    


Antes que sua mente tivesse uma reação, seu corpo se defendeu sozinho.

Boom

Sakusa sentiu sua magia se desprender de seu corpo instintivamente, o protegendo da coisa que certamente o atingiria.

- Deuses! Você tá bem, cara? - Um rapaz veio correndo, oferecendo a mão para Sakusa se levantar.

Ele não fazia ideia de como caiu no chão. Provavelmente com a força de seu próprio poder.

- Estou bem. - Sakusa se levanta sozinho, tirando o pó residual da coisa que ele explodiu.

- É claro que está! Viram? Vocês não me ouvem, eu falei que ele não era um fracote! - O rapaz ficou ao lado de Sakusa e o abraçou pelos ombros.

Sakusa imediatamente quis morrer.

- Isso foi muito maneiro, cara, de verdade. Eu sou o Tanaka, prazer! - Então ele da uns tapinhas em seu ombro e o solta, graças a todos os bons deuses.

- Kageyama! Não faça essa cara de quem aceitou a derrota ou eu vou contar pros seus pais! - O tal Tanaka pôs as mãos nos bolsos de seu uniforme esportivo e chutou a canela do homem a sua frente.

- Vai se foder. - Kageyama xinga, e Hinata, ao seu lado, da uma risadinha.

- Ele é mais forte que você, Yama. - Hinata falou num tom provocativo.

- Cale a boca você também. - Então se vira, decidindo não os dar moral alguma.

Kageyama se aproxima.

- Eles são... uns idiotas. Desculpe pela bola. - Kageyama abre boca, como se fosse falar algo a mais, mas a fecha, então volta para o campo com as bochechas levemente rosadas.

Sakusa estava atônito. Talvez fosse menos impossível lidar com poderes malucos do que com... bem, pessoas. Aquela dose de interação social que teve nos dois dias nesse mundo foi maior do que teve em anos, sinceramente. Ele estava tonto. Era mais fácil com Yachi, que era metódica em suas explicações, muito profissional. Eles só pareciam um grande grupo de amigos. Ugh.

Espere, aquilo era só uma bola? Sakusa não queria imaginar o nível da força dos jovens ali, se aquela foi só uma brincadeirinha.

- Tanaka, cem flexões. - Tanaka resmunga audivelmente ao ouvir uma voz vinda de trás de Sakusa. - Se tem força para reclamar, tem para fazer mais cinquenta, o que acha?

Tanaka imediatamente cala a boca.

- Gostaria que vocês não fofocassem que nem minhas vizinhas. Deixem o novato em paz. - O treinador era alto, com cabelo descolorido e uma carranca natural.

- Kageyama, pode puxar o aquecimento. - Então o treinador joga os bastões que trouxe consigo para ele, que os agarra e distribui, logo fazendo o que lhe foi mandado.

- Sou Ukai. É um prazer finalmente conhecê-lo, senhor Sakusa. - Ukai o entrega a barra que sobrou em sua mão. - Estou a par de sua... situação com a magia. A maioria dos meus alunos descobriu o poder quando criança, então estão acostumados. Você foi diferente, como portador da magia de luz, ela só foi aflorar em você quando mais velho. Foi uma grande surpresa para todos, hein? Quem poderia imaginar que um simples camponês poderia curar um ferido milagrosamente, sem nenhum estudo ou treinamento?

Obrigado por me contar minha história, Sakusa pensou ironicamente. Ele sabia, no entanto, que essa fala do treinador era estratégica, para os novos jogadores saberem mais sobre o passado da protagonista. Era verdade que ela (e ele, aparentemente) encontrara um soldado ferido, a beira da morte em sua vila, que ficava no fim do mundo, se ajoelhou e curou seus ferimentos como se não fossem nada. O soldado, depois de muito agradecer, foi para a Capital relatar os acontecimentos, então a notícia de que alguém sem ser de uma família poderosa obteve uma tão rara magia de luz que poderia curar alguém a beira da morte se espalhou por Lovellin inteira muito rapidamente.

Dentro de poucos dias, Motoya atendeu um oficial real com uma carta de convite para a Academia, com todas as despesas pagas pela Coroa. Era no mínimo suspeito, levando em conta de que, fora ser um grande poder, não tinha nada demais. Talvez Sakusa estivesse negligenciando uma característica importante sobre a própria magia, mas ele realmente não se lembrava.

Porém, quem deveria ter falado isso era uma outra professora.

Para falar a verdade, nada daqueles acontecimentos eram relatados no jogo. A protagonista mal tivera treinamento físico. Sakusa culpou o fato de que ela tinha ido a Academia com mais experiência do que ele próprio.

- Não se preocupe com isso. Você logo vai poder sair por ai fazendo seja lá o que sua magia fodona faz. - Curar? Espere, então realmente havia mais... Ukai passa por Sakusa, se juntando ao grupo de estudantes. - Essa execução poderia fazer meu avô levantar da cova para chorar, Hinata. Mais vinte!

Sakusa respira fundo, então começa a se aquecer com os outros, imitando Kageyama, que obviamente evitava seu olhar.

Acordei em um jogo otome mesmo sendo homem!Onde histórias criam vida. Descubra agora