IX

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 Dias se passaram, com seu braço totalmente curado, Kiyoomi amanhece determinado, estudando o livro novo com as esperanças renovadas de que conseguiria algum progresso. Ele sentia que estava perto de conseguir respostas, e não queria perder tempo em descobrir a forma de voltar para casa. Sua irmã e sua mãe já deveriam estar preocupadas! Seu pai... talvez ele nem tivesse notado o sumiço, mas tudo bem, ele ainda tinha sua adorável irmãzinha para fazê-lo esquecer dele.

 Como Sakusa queria abraçá-la! Para ser sincero, ele provavelmente jogaria fora seu jogo preferido, mas daria mais atenção ao que sua pequena teria para o contar. E sua mãe! Como queria comer de novo aquele prato especial que só ela sabia fazer, enquanto falava para sempre sobre histórias antigas! Ele dormiria em sua cama, acordaria para trabalhar... sim, tudo voltaria ao normal.

 Kiyoomi treinou como nunca, pronto para compensar a semana perdida por conta do ombro lesionado. Ukai o usou como exemplo para o resto da equipe, que acabou por também ficar mais energética. Sakusa ficou surpreso por ser ele a influência que aumentaria o desempenho da equipe, mas orgulhoso de si mesmo.

 O almoço com Yachi fora um alívio depois do treino pesado, e até mesmo ela parecia ter notado que ele estava mais animado. Ao ser perguntado sobre o motivo, Sakusa explica parte dele:

– Pedi a Kageyama para que me incluísse em sua aula de química. Ele contou uma vez sobre como aprender reações foi bom para que tivesse referências em como usar seu poder, então achei que seria uma boa ideia, sabe... controlar a coisa.

 Yachi o parabenizou, feliz por Sakusa estar indo atrás de aprender mais sobre sua magia.

 Sakusa também foi elogiado pelos mestres de suas aulas da tarde, que notaram o esforço e a atenção de Kiyoomi em suas aulas e os gratificaram por isso.

 A tão esperada aula da noite, que Kageyama havia concordado em apresentar Sakusa dias atrás, teve seu começo tranquilo. A parte teórica era sempre mais fácil, mas a parte prática...

– Yama, tem certeza de que isso tá certo? – Hinata o pergunta, meio confuso.

 Kageyama pareceu ter sido insultado.

– Claro que está!

 O mestre, do outro lado da sala auxiliando outros estudantes mais jovens a manusear o experimento, não da ouvidos às discussões, parecendo até mesmo acostumado com elas. Ele joga o líquido transparente num vidro com outro líquido transparente e ele muda de cor!

 Sakusa anota o resultado esperado em um pequeno bloco, curioso de como Kageyama e Hinata fariam isso dar certo.

– Yama... você não está sendo orgulhoso só porque o Sakusa está aqui com a gente, né? – Hinata não era conhecido por sua genialidade, nem por análise de coisas óbvias.

– Não estou. – Kageyama murmura, então, como prova de sua inocência, ele joga o líquido misterioso do frasco em sua mão no vidro sobre a mesa.

 Boom!

 A reação é instantânea, e os três tiveram a visão de um clarão que estilhaça o vidro e faz um barulho horrível.

– Tobio, seu burro! – Hinata riu.

– ... – Kageyama não sabia o que dizer.

– Deuses! O que foi isso? – O mestre foi verificar o estado dos estudantes.

 Todos imersos em suas próprias reações, não notam Sakusa completamente em silêncio, com um olhar aterrorizado em seu rosto.

 Aquela luz ofuscante... ele já a viu uma vez. Como ele pôde esquecer? Essa luz... a luz de um veículo. As coisas se encaixaram com uma facilidade cruel na cabeça de Sakusa.

Acordei em um jogo otome mesmo sendo homem!Onde histórias criam vida. Descubra agora