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 Sakusa mentiu. Aquele sim era o pior cenário possível.

 Como? Como era possível? Sakusa havida fugido de todos os gatilhos para o encontro com Miya! Céus, ele realmente não tinha sorte.

 Atsumu riu.

– Sabe, Omi, os olhos são os mais difíceis. Geralmente não preciso lidar com eles, mas você é mais esperto que qualquer um, não é?

 Sakusa não respondeu, o que Atsumu pareceu interpretar como uma deixa para se sentar ao seu lado. Uma piscada e o rosto verdadeiro do príncipe já havia retornado a sua face.

 Oh, então era isso, aquela sensação estranha que Sakusa sentiu era a magia de Atsumu. A capacidade de remodelar suas feições, assim como várias características de seu corpo, era esse o poder do segundo príncipe. Muitos o considerariam fraco por não ter muita utilidade em batalha, mas Atsumu nunca fora um guerreiro. Pelo que Kiyoomi se lembrava, ele era uma espécie de diplomata ou algo assim. Sempre em missões pelo mundo afora, se infiltrando em diversos lugares a mando de seu irmão, o príncipe herdeiro.

 E, por fim, a rota "mais legal" do jogo.

 Sakusa não fazia ideia do que viam naquele homem. Ele era insuportável. Nunca se sabe quando pode confiar nesse tipinho, que gosta de brincar e manipular para seus fins. Kiyoomi sabia que no fim Atsumu não era uma pessoa ruim, mas isso não o impedia de desprezar sua personalidade horrível.

– Ei, não me olhe assim, Omi. – Atsumu franziu o cenho, fingindo estar ofendido.

 O príncipe pediu uma bebida para os dois, que Sakusa tomou sem pensar muito. Se ele quisesse o envenenar, que seja. Ele não tinha muito a perder mesmo.

 Atsumu virou junto sua bebida, o olhando de uma maneira estranha. Talvez tenha sido imaginação de Sakusa, porque o olhar sumiu depois de um segundo.

– Quer dançar?

 Atsumu de repente o ofereceu sua mão. E talvez fosse o álcool, ou todos os acontecimentos prévios que o desanimaram até a morte, mas Sakusa incrivelmente aceitou. Ele segurou a mão de Atsumu e o olhou nos olhos, se deleitando com a surpresa neles.

 Atsumu jogou uma moeda para um garçom e deu uma piscadela. O homem entendeu o recado e foi até a banda, que cochichou entre si. Uma música mais lenta logo começou a ser tocada, perfeita para dançar em par.

 O príncipe puxou Sakusa pela cintura e calmamente guiou seus passos para uma dança suave. Kiyoomi nunca foi um bom dançarino, coisa que o fez se arrepender de aceitar o convite no momento em que sentiu as mãos unidas.

 Entretanto, não foi tão ruim assim. Atsumu parecia saber muito bem o que estava fazendo, e avaliou rapidamente a experiência de seu parceiro, tomando a liderança e fazendo passos fáceis para que Sakusa o acompanhasse.

 Se fosse outro momento, Sakusa admitiria que estava sendo divertido.

– Não tem problema em ser reconhecido? – Sakusa não sabia o porquê de estar puxando conversa. Atsumu pareceu respeitar seu tempo em silêncio, até mesmo havia os levado para um lugar da taverna onde continha menos pessoas.

 Porém, algo naquela intimidade aleatória que eles estavam tendo o fez se sentir na necessidade de conversar. Atsumu segurava firme em sua cintura, e Sakusa não estava pronto para dizer que gostava.

– Estão todos bêbados. – Ele riu consigo mesmo. – Com exceção de alguns, mas eles parecem ocupados.

 Atsumu girou e deu um olhar sutil para o lado. Sakusa acompanhou o olhar e viu um casal de homens se beijando profundamente. Atsumu o encarou de forma sugestiva e Sakusa conteve o rubor nas bochechas. Por que diabos ele era assim? Deuses, Kiyoomi se arrependeu dos pensamentos positivos que teve de Miya e revirou os olhos.

Acordei em um jogo otome mesmo sendo homem!Onde histórias criam vida. Descubra agora