XI

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– Você realmente achou que conseguiria fugir, portador da luz? – O bandido que havia sido atingido pela pedra de Sakusa estava ali, com o olho enfaixado e sedento por vingança.

 Ele estava encurralado. O beco escuro não tinha escapatória, sua saída bloqueada pelo novo grupo de ladrões.

– Eu sinceramente achei que você seria mais esperto que isso. – O ladrão avançou sua mão para a figura encolhida. Escondendo o rosto pálido com o capuz, apenas seus cachos poderiam ser vistos pela fraca luz. – Você vai nos contar quem era aquele com você, não é? Está andando com escolta agora?

 O ladrão segurou o manto, obtendo um barulho assustado dele.

– Hein, portador da luz? Não tem nada a dizer?

 Ele puxou o manto.

– Oh? Eu não. – Ele sorriu de forma maliciosa, encarando o ladrão com olhos brilhantes, bonitos e dourados.

– Seu merdinha! Que porra é essa? – O ladrão xingou ao ver o rosto de Sakusa se transformar na sua frente, virando o rosto do príncipe!

– Pessoa errada, garotão. – Atsumu estralou os dedos e então o pescoço. – Agora, se me permite...

 Então os socos começaram.

 Atsumu, aquele...! O que ele tinha na cabeça?

 Sakusa correu para encontrar um guarda mais próximo. Atsumu já havia começado a luta contra o bando, que estava em grande vantagem numérica. Ele prometera que os seguraria até que pudesse chamar um guarda, mas agora Sakusa duvidava que ele pudesse sair sem se machucar.

 Aquele plano maldito! E Sakusa ainda havia se sentido tímido ao ser encarado com tanta vontade por Atsumu, que afirmou estar "estudando seu rosto" para a transformação. Ele usaria o capuz que o grupo de ladrões o viu saindo com e Sakusa usaria sua jaqueta. Uma sensação estranha o invadiu quando a vestiu, a peça mais pesada do que ele esperava. Talvez fosse a raiva por ver aquele sorrisinho no rosto de Miya.

 Pelo menos ele não estava com frio, mas isso era de menos.

 Sakusa escutou um gemido alto de Atsumu. As ruas estavam silenciosas, deveria já ser madrugada, e apenas por isso ele pôde escutá-lo.

– Merda. – Atsumu não deveria estar pelo menos não apanhando?

 Até onde Sakusa sabia, seu treinamento era exemplar, mesmo que ele não fosse focado em lutar. Além disso, eram apenas alguns ladrões fajutos, qualquer um poderia lidar com eles! Havia algo de errado, definitivamente.

 O que Sakusa faria? Ele não poderia arriscar deixar o príncipe se ferir, mas um guarda certamente seria mais eficiente que ele para ajudá-lo. Mas quanto tempo ele levaria para achar algum? E se não desse tempo?

 Merda.

 Kiyoomi xingou toda a linhagem Miya ao dar meia-volta e correr diretamente para a briga. Ele tinha medo do que viria, mas não tanto quanto o medo da Coroa descobrir que ele tinha deixado o segundo filho do rei sozinho para se ferrar.

 O que restava era a opção menos pior, mas que pareceu realmente a pior quando ele se aproximou do beco onde estava acontecendo a briga. Que tipo de gente era aquela? Todos musculosos e com auras assassinas, pareciam ter vindo diretamente do inferno puxar Atsumu com eles.

 Kiyoomi não deixaria.

 Entretanto, parecia que sua técnica suprema de lançamento de pedrinhas não funcionaria dessa vez, não contra aqueles brutamontes. Um dos homens, o mais forte aparente, se ajoelhou e segurou um homem caído no chão. Atsumu havia sido derrato!

Acordei em um jogo otome mesmo sendo homem!Onde histórias criam vida. Descubra agora