Galhos secos queimam mais fácil

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Extra, extra! Logo logo o show começa
Melhor do que a subida só mesmo assistir a queda

(A queda, Glória Groove)

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A arena estava ocupada pelos aprendizes, que gritavam fazendo um verdadeiro pandemônio, naquele dia abafado e quente, de forma a parecer que havia muito mais pessoas ali do que realmente havia. Também estavam presentes Manigold, Selinsa e seu irmão caçula, Shion e Albafica. Alexia mordeu o lábio inferior, nervosa, ao vê-lo na arquibancada. Onde esteve durante o café da manhã, que não foi capaz sequer de desejá-la um simples "boa sorte"? Talvez suas desculpas não fossem tão genuínas.

No outro extremo da arena, de pé em uma postura rija como um poste, estava Agathia. A máscara impedia de ver sua expressão, mas Alexia tinha certeza de que ela sustentava um sorriso de escárnio. Era como se aquele sorriso estivesse esculpido no metal.

– Isso não podia acontecer. – murmura Selinsa, na arquibancada, roendo as unhas. Sabia que a questão ali era, acima de tudo, pessoal e passional. As duas não lutariam de forma amistosa.

– Eu tentei interromper, mas Dohko não está. Somente ele poderia cancelar a ordem que deu. – explica Albafica.

Ele havia acordado antes do sol nascer para procurar Dohko e revogar o duelo. Tinha que dizer a ele que Agathia mentiu, e portanto, não havia motivos para permitir um duelo daquele tipo. Também não havia de quê Alexia defender sua honra, uma vez que não era culpada de nada. Mas foi informado de que Dohko estava fora, e Régulus seria o árbitro em seu lugar.

– Como pode o mestre da Arena não estar presente para assistir a algo que ele mesmo decidiu? – pergunta Manigold, indignado.

– Deve ter sido uma emergência. Dohko também tem um discípulo muito esquentado. – responde Shion.

– Ai, o Régulus. Vai começar. – Selinsa aperta o punho de Manigold com tanta força que ele jura não ter mais circulação sanguínea ali.

Todos voltam a atenção para o centro da arena. Régulus levanta a mão, e há um silêncio ansiogênico. Sua voz reverbera, tão forte e alta, que ninguém diria que ele tem apenas 16 anos.

– Este é um duelo em que Alexia tem a chance de recuperar sua honra, e Agathia de restituir-se da injúria sofrida. A luta acaba quando uma das duas não puder mais ficar de pé. – ou quando uma das duas morrer, estava subentendido – Comece!

Mal ele deu a ordem, Agathia já estava em cima da rival, com um golpe pronto que ela defendeu no susto. O soco atingiu o chão, ao que Alexia aproveitou para se distanciar e evocar as rosas com seu cosmo. As duas mãos estavam armadas, como um leque, que Alexia atirou na direção da oponente. Agathia conseguiu se desviar da maioria, mas duas a atingiu - no braço e perna esquerda.

Isso enfureceu Agathia, que avançou para a outra com os punhos carregados de cosmo. Ela se movimentava muito rápido, o que dificultava a defesa de Alexia, que não era uma guerreira do tipo corpo-a-corpo. As duas seguem se enfrentando.

Porca puttana! – berra Manigold quando Selinsa aperta mais ainda seu punho.

– Eu não consigo ver isso! – exclama.

Albafica também sente seu coração se despedaçando ao ver Agathia sobre Alexia, prendendo-a no chão e golpeando-a seguidas vezes. O sangue da italiana espirra, manchando o chão ao redor, e Agathia não parecia nada disposta a parar. Tomando fôlego, Alexia concentra seu cosmo e a empurra, ganhando distância. As duas se encaram, recuperando as forças.

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