CORRI ATÉ O QUARTO DE MINHA AVÓ, ela que estava mexendo em seu computador.
─ Feliz aniversário, idosa feliz. ─ A abracei.
Por quê eu fui falar isso?
─ Idosa é meus ovo! ─ Exclamou. ─ Obrigada pinguinho.
Ela devolveu o abraço, pelo menos não apanhei.
─ Quantos anos? ─ Perguntei após me distanciar.
Ela levantou a cabeça, aparentemente pensativa.
─ Parei de contar no vinte e cinco, então eu tenho vinte e seis. ─ Sorriu irônica. Soltei uma risada nasal por conta da piada.
Reparei que ela usava uma blusa vermelha, com listras pretas… Não me é estranho, acho que que conheço de algum lugar.
─ De onde é essa blusa?
─ Blusa não, manto! É meu time, o Flamengo sempre me deu sorte. ─ Franzi o cenho.
Flamengo?
─ É time de futebol? ─ Ela assentiu. ─ Aaaata.
─ Hoje tem jogo, por isso tô trajada. ─ A encarei desentendida. ─ Por isso tô com a blusa, meu Deus, tenho que te levar pro Brasil o mais rápido possível.
─ Irei ser eternamente grata. ─ Sorri.
─ Grata, tá me lembrando da Carol de carrossel. ─ Falou se concentrando novamente no computador.
─ É Chiquititas mãe. ─ Ruth, minha mãe, abriu a porta e entrou no quarto.
─ E o que eu falei?! ─ Nina exclamou.
─ Carrossel!
─ Olha Ruth, você não me tenta viu, eu sou sua mãe! Me respeita.
Saí daquele quarto rindo, tenho uma avó e uma mãe loucas da cabeça.
─ Eu quero um manto autografado, assinado pela seleção inteira, até pelos reservas. ─ E vieram as duas atrás de mim.
─ Você quer uma blusa tamanho GG? Haja pano pra todo mundo assinar. ─ Minha mãe zombou.
─ Se for preciso sim! ─ Foi a última coisa que escutei, Fui até meu quarto e fechei a porta.
[...]
Minha mãe e Fred haviam saído para comprar o presente da minha avó, eu sou sedentária e não fui junto. Dona Nina até me perguntou onde eles iam, mas eu disse que iam na casa de algum amigo.
Agora estamos na cozinha, ela decidiu fazer um doce marrom, estranho.
─ Qual o nome disso? Parece petróleo. ─ Encarei a comida.
─ Isso? Brigadeiro, você vai adorar, é viciante. ─ Ela riu. Continuei encarando aquilo com medo.
Isso vai me fazer um mal…
Me sentei no balcão e fiquei esperando ela terminar de fazer o tal doce.
Ontem choveu bastante aqui, seu uma pausa mas voltou a chover novamente. Gosto de dias chuvosos, mas sem ser chuva exagerada.
─ Tá caindo mó toró lá fora. ─ Minha avó disse ainda mexendo o tal doce na panela.
─ É, acho que vai demorar pros meus pais chegarem, essa chuva só aumenta… ─ Balancei minhas pernas. Minha avó diminuiu a frequência conforme ela mexia a colher, parecia ter ficado triste com a notícia.
Meus pais não saíram exatamente pra comprar um presente, e sim preparar o dia de amanhã. Minha avó sempre teve esse jeito brincalhão, também sempre deixou claro que a melhor parte da sua vida, foi a infância.
─ Vó? Tá bem? ─ Perguntei após ver ela passando as mãos por baixo dos olhos, aparentemente limpando lágrimas.
─ Ah sim, tá tudo bem. ─ A mulher fungou, seu tom era choroso.
─ Não tá não, pode falar vovó…
─ É a sua mãe, ela esqueceu que dia é hoje. ─ Não esqueceu não Dona Nina, espera só mais um pouco. ─ Só você lembrou.
Observei as íris esverdeadas, os olhos dela estavam marejados.
─ Ahn… Sinto muito vó. ─ Desci do balcão e segurei as mãos frias da mulher em minha frente. ─ Não chora, hoje é seu aniversário! Eu tô aqui com você, eles devem estar ocupados. ─ Vi as lágrimas descendo pelas bochechas dela. ─ Eu te amo muito!
A Ballard mais velha passou as mãos na bochecha, limpando as pequenas gotas de lágrimas salgadas. Abracei a mesma, em forma de consolo. Logo em seguida, deixei um beijo na bochecha dela.
─ Eu também te amo pinguinho, te amo muito. ─ Falou. ─ Agora vamos, o jogo vai começar.
[...]
─ Gabi, pelo amor do Flamengo, acerta esse pênalti! ─ Minha avó suplicou de joelhos, na frente da tv.
O jogo já acabou na real, não teve desempate nos acréscimos, ou prorrogação, agora foi pros pênaltis.
Senti meu celular vibrando em meu bolso, era uma ligação de Mason.
─ Vou atender uma ligação, já volto. ─ Avisei antes de sair da sala. Atendi a ligação. ─ Alô?
─ Quer sair? ─ Disse
─ Nessa chuva? Tô fora. ─ Ri sem graça.
─ Aaaah gatinha, meus pais deixaram a chave do carro aqui. A gente pode… Sei lá, sair pra jantar.
─ Olha Mase, eu vou ter que recusar. Hoje é aniversário da minha avó, ela tá bem triste porque acha que minha mãe esqueceu. ─ Justifiquei enquanto batucava os dedos na mesa.
─ Certo, você sabe se ela prefere prata ou ouro? ─ Franzi o cenho.
─ Pra quê? Do nada
─ Você não falou que era aniversário dela? Então. ─ Eu sinto que ele sorriu ao dizer isso.
─ Onde você vai arranjar uma coisa dessas a essa hora? São… ─ Olhei pro relógio de parede. ─ Oito e meia da noite.
─ Mason tem tudo que quer, na hora que quer, já já apareço aí. Beijos de luz Estevão Ferreira. ─ Ele desligou a ligação.
Ok…
─
Maratona surpresa :: 1/3
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𝐕𝐀𝐂𝐀𝐓𝐈𝐎𝐍' mason thames
Fanfic𝐎𝐍𝐃𝐄 Stayce Ballard consegue se reconciliar com seu amigo de infância, Mason Thames.