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─EU ESTAVA PENSANDO EM CHAMAR A FAMÍLIA dos Thames pra passar o dia de ação de graças conosco, o que vocês acham? ─ Dona Nina perguntou, em seguida minha mãe assentiu.
Cruzei minhas pernas e continuei mexendo no meu celular.
─ O que você acha, Star? ─ Mamãe perguntou.
─ Do que?
─ Dia de ação de graças com os Thames. ─ Minha avó respondeu.
─ Mas e o dia do fondue? ─ Dramatizei.
─ Podemos fazer outro dia, vai ser legal Star! ─ Hesitei, mas assenti.
Agora são quatro horas da tarde, minha mãe estava pintando as unhas junto com minha vó, e eu estava fazendo companhia.
─ Vou subir, só me chamem se a casa estiver pegando fogo. ─ Guardei o celular no meu bolso. Quando eu ia passar pela porta, a campainha tocou. Me aproximei dela e abri.
Avistei o homem de cabelos morenos e olhos azuis, vestido de terno e com rugas quase imperceptíveis no rosto.
─ Filha! ─ Era meu pai. ─ Meu Deus, que saudades de você minha filha. ─ O homem me envolveu em eu abraço, eu não correspondi.
─ Filha? Quem é? Fred! ─ Minha mãe apareceu, se juntando no abraço também.
Saí do meio dos dois, fui até minha avó, que estava escorada no batente da porta da sala.
─ Como vocês estão? ─ perguntou o homem.
Fiquei quieta, não quero trocar uma palavra sequer com ele.
─ Bem, não é? ─ Mamãe indagou.
─ E aí, Fred Ballard, quanto tempo. ─ Minha avó respondeu em tom de sarcasmo e o homem a encarou.
Não estou acostumada com a presença do meu pai, ele nunca foi ativo na minha vida, só aparece em feriados, às vezes nem aparece.
Isso fez com que eu o tratasse como um desconhecido, é meu pai, mas não tenho intimidade nenhuma para chamar ele assim.
Os adultos ─ No caso, Fred e Minha mãe ─ continuaram conversando, eu apenas subi pro meu quarto e me tranquei nele.
"Seu pai finalmente está de volta, por que não vai lá dar um abraço nele?"
Eu simplesmente não consigo, ele some por meses, não manda uma mensagem pra saber como a filha está, e volta como se nada tivesse acontecido? Sério?
Coloquei um tênis qualquer e desci pela janela, tenho muita sorte de ter um quintal com grama, por que o tombo que eu levei...
─ Ai!!! Merda! ─ Resmunguei.
Me levantei rapidamente, limpei minha roupa e comecei a andar sem rumo algum, só quero ficar longe dessa casa.
Inacreditável a hipocrisia dele, trata a filha como algo inexistente, só dá atenção quando quer. Duvidam quanto que nem o dia do meu aniversário ele deve saber?
