Capítulo 5

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Cristhian Grey

Julguei não ter escutado direito suas palavras.
Sabia que seria difícil, mas ver e escutar Anastácia  jogando contra mim, as
minhas palavras, está me deixando sem saber o que fazer.
Anastácia  realmente falou isso e no momento achei que era loucura da cabeça
dela, mas aqui estou eu, pedindo perdão e ela falando que jamais me concederá tal
feito.
Ela não irá me perdoar, ela não quer me perdoar e terei que ser muito paciente
para conseguir isso dela.
— Não vou desistir do seu perdão. Faça o que quiser, até mesmo jogar em
minha cara cada uma de minhas palavras. Eu mereço. Mas não vou desistir, Anastácia Grey .
Ela morde o lábio absorvendo o que falei.
— Devo informar que vai perder o seu tempo. Eu não tenho a mínima
intenção de te perdoar e nem de continuar casada com você.
Nesse momento, paro o carro no sinal que está vermelho, então aproveito
para olhar para ela.
— Não vou aceitar a anulação e nem o divórcio, Anastácia . Eu não vou assinar.
E se isso for para o litigioso, o escândalo será enorme e afetará diretamente os
negócios da família, os negócios do meu pai, e você não quer isso. Eu nunca me
imaginei em uma situação dessa, mas aqui estou eu, pedindo perdão a mulher que
julguei de maneira errada e que agora, mesmo que de um jeito errado, é minha
esposa.
Ela esfrega uma mão na outra e me encara.
— Sinto muito, Cristhian , mas depois de tudo o que aconteceu simplesmente
não consigo. Não consigo esquecer e muito menos te perdoar. E espero sinceramente
que não tenhamos que entrar em uma briga judicial. Eu amo os meus padrinhos e não
quero de modo algum prejudicá-los.
Anastácia  ama meus pais, essa é a arma que tenho contra ela e vou usá-la.
Podem pensar o que for de mim, que não valho nada, que sou um cretino, mas quero
conhecer melhor a minha mulher.
Dizem que no amor e na guerra vale tudo e eu vou com TUDO, até o meu
limite.
— É o que vai acontecer caso continue insistindo nessa história de divórcio.
Vai prejudicar não só as empresas como também a galeria de arte que é a vida da
mamãe. Se você os ama como diz que ama, não vai querer fazer isso com eles.
Ela suspira fundo, o sinal abre e o carro volta a andar.

— Por que está fazendo isso? Porque quer me torturar desse jeito, Cristhian ?
Será que não se cansa de me fazer mal? Você nunca gostou de mim e agora está
insistindo em um casamento que nem mesmo era para ter acontecido. Você me odeia
e nunca escondeu isso de ninguém.
— Odiava. Você é minha esposa agora. — Continuo prestando atenção no
trânsito.
Ela fixa a sua atenção em mim, me olhando intensamente, tanto que chego a
sentir meu corpo queimar diante do seu olhar, até que chegamos no prédio dela e
entro na garagem, estacionando o carro.
— Parou de me odiar por que me tornei sua esposa? Então, isso significa que
vai me amar agora?
Olho para ela sentindo o peso de suas palavras.
Amor não é um sentimento que eu acredite muito.
Sei que meus pais se amam, mas talvez eles sejam uma exceção da vida.
Diante dessa situação, poderia facilmente tentar justificar minhas ações, mas
ela tem o seu contraponto. Pensando pelo lado dela, não tenho o que responder.
Anastácia  tem razão, além de muitos motivos para me odiar e me querer o mais
longe possível dela.
Mas da minha parte, só quero corrigir o meu erro.
Não chegarei ao ponto de amar, não sei se conseguirei amar alguém, tendo
em vista que na minha idade nunca nem sequer me apaixonei.
— Amor é uma palavra forte demais para essa situação que estamos vivendo.
Respeito e confiança poderiam funcionar bem no nosso caso.
— Cristhian , você parece fora da realidade, parece não escutar, não consegue
entender. Cada vez que age dessa forma comigo, mesmo que possa haver alguma
justificativa, você deixar de pensar em como me sinto. Já tentou se colocar no meu
lugar por pelo menos um segundo?
Confesso que não fiz isso, não me coloquei no lugar dela e admitir que estava
errado já é quase que demais para mim.
— Não, Anastácia , não me coloquei no seu lugar. Como acha que eu lidaria com
a situação? Eu já admiti para você que estava errado e já até te pedi perdão, você é
que está querendo complicar as coisas.
Ela sorri e abre a porta do carro, já que não travei.
— Você é inacreditável, Cristhian Grey . Inacreditável. E para de tentar
usar o meu padrinho e os negócios da família contra mim. Se não assinar o divórcio
será você quem estará os prejudicando e não eu. Não jogue essa culpa toda em cima
de mim. Estou tentando dar a solução e não querendo complicar as coisas como está
falando, ou me acusando de fazer algo que não estou fazendo mais uma vez. — Ela
bate a porta do carro com força e saio do meu lado.
Anastácia  é esperta, mas eu sou mais.
— Anastácia , volta aqui que não terminamos a nossa conversa, querida.

— Já terminou sim, vamos nos divorciar e ponto final. Cada um vive a sua
vida.
— Eu já disse...
— Algum problema por aqui, Ana?
Sou interrompido pelo tal de Jonas e se já não tinha ido com a cara desse
homem, agora é que não vou mesmo.
— Pode nos dar licença, por favor? Estamos conversando — falo de forma
autoritária deixando claro que ele deve se retirar.
— Não estamos conversando nada, Cristhian , a conversa já acabou e já deixei
mais do que claro o que pretendo fazer. Então, aceite.
Eu tento dar um passo até ela, mas o tal de Jonas se coloca na minha frente,
tentando me impedir de chegar até ela.
— Sai da minha frente ou vou quebrar a sua cara, filho da puta — falo, o
encarando.
Nossos rostos bem próximos um do outro e tudo o que o idiota faz é sorrir.
— Quero só ver você tentar, riquinho. Ana já deixou claro que não quer mais
conversar com você.
Eu o seguro pela gola de sua camisa malpassada e rosno para ele.
— Ana , não. Você não terá essa intimidade toda com a minha mulher. Para
você, ela é a senhora Grey  e não queira ficar no meu caminho, pois você não
vai gostar nadinha. Esse já é o segundo aviso que te dou, se é que me entende.
Quando ele tenta me atacar, Anastácia  entra no meio.
— Já chega disso, chega. E você, Cristhian , vai embora daqui, tenho certeza de
que tem muito trabalho para fazer na empresa, ainda mais sem ter ninguém no meu
cargo. Com a compra do Bellagio, o grupo Grey  deve estar uma loucura.
— Quando você vai voltar para a empresa? Seu cargo é importante demais
para ficar desocupado.
— Eu não vou voltar. Você me demitiu, esqueceu?
— Anastácia … Não teste a minha paciência.
— Não estou testando nada, agora vai embora daqui. — Ela segura na mão
do tal Jonas e sai da garagem com ele.
Essa porra não vai ficar assim, mas não vai mesmo.
Vou para o meu carro, puto de ódio, querendo derrubar o mundo se for
preciso.
Assim que fecho a porta, faço uma ligação que logo é atendida.
— Chefe!
— Compre o prédio em que minha esposa mora e transforme o lugar em uma
fortaleza. Indenize todos os moradores do lugar. Quero a minha mulher mais
protegida do que o presidente. Ela é a senhora Grey  agora.
— Considere feito, chefe.
Desligo a ligação com um sorriso no rosto, mas minha vontade era de
arrancar fora a porra da mão daquele filho de uma puta que tocou na mão da minha

mulher.
Você é minha, Anastácia, e vou engolir esse tal de Jonas.
Sou um tubarão faminto.
Ele que não se atreva a ficar em meu caminho, afinal não me conhece, mas
terei prazer que me conheça. E, caso não saia do meu caminho, eu saio com ele, mas Anastácia  é minha.

Continua.....

Meus amores comentem e votem o que tão achando da história.

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