Capítulo 10

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Cristhian Grey

Saio da empresa para resolver o problema chamado Marina, marquei um
jantar com ela em um restaurante, um lugar público para que ela não faça escândalo,
onde romperei de vez o nosso contrato.
No caminho, recebo a ligação de um dos seguranças da minha esposa que
simplesmente saiu na chuva, completamente desolada, segundo as palavras do
segurança dela.
Eu já até imagino o motivo do seu comportamento, com certeza Beatriz
abriu a boca, coisa que não era para ela ter feito.
Há mais de uma semana venho impedindo de Anastácia  conseguir um
trabalho, pois a quero de novo dentro do grupo Grey  e tem sido bastante fácil
fazer isso. Com apenas uma ligação minha, Anastácia  escuta um não.
Mas Beatriz me deu trabalho hoje, tanto que tive que entrar em uma
reunião com ela e a ameaçar caso contratasse a minha esposa.
Lógico que ela ficou indignada, pois, queria a minha mulher trabalhando
para ela, tanto quanto eu a quero de volta na minha empresa.
Mas, no final, ela percebeu quem mandava nesse jogo e acabou cedendo a
minha vontade.
Por mais bem sucedida que a empresa dela seja, não pode bater de frente
com a minha e Beatriz é uma mulher inteligente ao ponto de saber que perderia essa.
Droga!
Eu tenho tentado me manter longe de Anastácia, afastado, tanto que não a
procurei, mas sei de cada passo que ela dá.
E, porra!
A cena da nossa primeira vez juntos não sai da minha cabeça e isso está me
enlouquecendo.
Aquele momento entre nós dois foi intenso, cheio de surpresas e
revelações, foi ali que me fodi todo, porque ela era virgem e todinha minha.
Pode parecer arrogância, mas eu não precisava fazer qualquer esforço para
ficar com uma mulher. Aquele instinto primitivo de caçar estava morto e enterrado
dentro de mim.
Tudo do prazer da conquista e o tesão da expectativa sumiram.
Agora era só sexo rápido, gostoso, duro e do jeito que gostava com a
submissa que eu quisesse, sem nenhum envolvimento, porque de cara já notava o
interesse gritando.
No começo é até fácil lidar com trepadas fáceis, não tenho problema em
ficar de pau duro, tampouco sou tolo de recusar uma mulher, mas...

Foda-se!
Às vezes é impossível.
Eu aproveitei todas as oportunidades que tive, fodi todas que quis do jeito
que eu gostava, mas o melhor vinha depois, quando as mandava de volta para o lugar
de onde saíram.
Não sou nenhum rapaz do tipo fácil de se apaixonar, que acredita em
relacionamento ou qualquer merda parecida.
Podem me chamar de coração de pedra.
Foda-se, não estou nem aí.
Eu não ligo para os corações que fingem ser partidos. Gosto de sexo e tudo
que o envolve, mas não confio e jamais permito que um encontro sexual evolua. Até
porque, sou muito consciente que o interesse real é no status de senhora Grey  e
tudo o que vem no pacote, riqueza e poder.
Teoricamente para isso acontecer.
Precisaria aceitar a algema em meu dedo, mas isso nunca aconteceria
porque me casar estava fora de cogitação. Isso até encher a cara e me casar na igreja
do Elvis em Las Vegas, com a mulher que até então eu odiava por achar que era
amante do meu pai.
— Chegamos, chefe, a senhora Grey  está lá dentro — meu motorista
fala apontando para um lugar bem simples que parece ser um pequeno bar.
— Me espere aqui.
— Sim, senhor.
Saio do carro e corro até a entrada do pequeno bar, já que está chovendo
muito.
Assim que entro a vejo na mesa dos fundos, sentada como se estivesse
escondida, olhando algo no celular.
Quando me aproximo, a vejo pegando uma garrafa de tequila, bebendo
direto do gargalo.
— Deus, como isso é horrível! — ela fala fazendo uma careta engraçada.
— Realmente para quem não tem o costume de beber, tequila é muito
forte.
Ela bate a garrafa na mesa e me olha de uma maneira que nenhuma mulher
tinha me olhado.
— O que você quer aqui? E não se sente na minha mesa, quero ficar
sozinha.
Eu ignoro a segunda parte do que ela fala e me sento a sua frente.
Ao ver o que faço, ela pega a garrafa de novo e quando vai levá-la a boca
eu impeço, tirando-a de suas mãos.
— Que porra você quer, Cristhian? Se era me ver no fundo do poço,
conseguiu. Parabéns! Conseguiu destruir a amante vadia do seu pai. — Ela começa a
rir e a chorar, ao mesmo tempo.
Meu Deus, o que fiz com essa menina?

— Anastácia , vamos, eu te levo para casa. — Tento segurar na mão dela, mas
ela não permite e a puxa.
— Eu não quero ir para casa, quero beber, beber muito para esquecer que
você existe na minha vida. — Ela tenta pegar a garrafa de novo, mas eu não deixo.
— Achei que tinha dito que nunca mais iria beber na vida, da última vez
que fez isso não deu muito certo.
Ela ri de novo.
— A primeira vez que bebi não foi com a intenção de ficar tão bêbada ao
ponto de me casar com você. Só que dessa vez quero ficar bêbada para esquecer
você.
Eu não tenho muita paciência para isso, hoje não.
— Anastácia , vamos embora daqui.
— Não vou, você não manda em mim e nem se atreva a abrir essa sua boca
maldita para dizer que manda porque é meu marido. Eu odeio você, odeio por tudo o
que está me fazendo passar. Como tem coragem de impedir que eu consiga um
trabalho, Cristhian? Isso é ser muito baixo até para você.
Antes que consiga impedir, ela pega a garrafa e vira de uma vez, tomando
vários goles, se engasgando no final.
Essa é a cena de uma pessoa completamente desesperada.
— Anastácia , pelo amor de Deus, não faça isso com você mesma. — Vou até
ela, a ajudando, já que está tossindo muito.
Depois de uns segundos tomando folego, ela fala:
— Você está fazendo isso comigo, Cristhian, e não eu.
Tiro a garrafa que ela segura
como se sua vida dependesse de tomá-la toda
e a coloco em cima da mesa.
— Se soubesse como é terrível uma ressaca de tequila não estaria tomando
desse jeito.
— Não deve ser pior do que a ressaca da primeira vez — ela fala limpando
a boca com as costas da mão, me empurrando logo em seguida.
— Acredite quando digo que pode ser sim.
— Não quero você perto de mim, se afaste de mim, afinal Anastácia, bebida e
Cristhian  é uma combinação muito perigosa. Da primeira vez foi o casamento, da
segunda vez pode ser um filho e não quero correr esse risco.
Eu volto a me sentar e a encaro enquanto ela me olha de volta.
Um filho?
Se casamento nem se passava pela minha cabeça, imagina um filho...
Um filho meu e dela.
— Não me olhe desse jeito, Cristhian , seria castigo demais carregar um filho
seu. Eu me tornei uma pessoa amarga por sua causa. Eu era feliz, gostava de sorrir e
de abraços, você sabia disso? — Ela sorri.
Com certeza já está bêbada, mas escutar que seria castigo demais carregar
um filho, me faz sentir algo diferente dentro de mim.

— Seu sorriso é lindo.
— Não diga que nada em mim, é lindo, não pode fazer isso. Não tem esse
direito. Por que não volta a me tratar como me tratava antes, hein? Você gostava de
me chamar de amante.
— Porque é minha esposa agora.
Ela me olha e gargalha alto.
— O que eu fiz para o destino ser tão cruel comigo? — Ela tenta pegar a
garrafa de cima da mesa novamente e eu me levanto.
Ela já está bêbada e falando besteira.
Vou levá-la para casa, na verdade, vou levá-la para a minha casa.
— Vamos embora, você é a pessoa mais fraca para bebida que eu conheço.
— Eu não vou embora coisa nenhuma.
— Vai sim, e vai ser agora. — Vou até ela e a pego no colo, mesmo contra
a sua vontade.
Mas ela não tem força para lutar comigo, então quando passo pela senhora
que assistiu tudo de longe, falo:
— Sou o marido dela, um dos meus seguranças vai acertar com a senhora a
conta.
A mulher me encara.
— Deveria cuidar melhor da sua esposa, ela não parece gostar muito do
senhor.
— Eu sei disso, eu sei. — É tudo o que falo antes de sair do bar e entrar no
meu carro, com a minha mulher praticamente desmaiada em meus braços.
— Para a cobertura ou para a mansão, chefe? — o motorista pergunta e
penso por uns segundos.
— Para a mansão, lá a minha adorável esposa não vai ter coragem de fazer
um escândalo e tentar me matar quando acordar amanhã na minha cama.
— Sim, senhor. — Ele coloca o carro em movimento.
Chego a sorrir só de imaginar a cara dela quando acordar amanhã.

Continua....

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