CAPÍTULO 34

626 75 19
                                    

Anastácia Grey
.
Saio da festa desolada, afinal meu padrinho nem mesmo permitiu que eu
falasse com ninguém. Ele apenas me entregou para um dos seguranças que me trouxe
para casa.
Simples assim.
Ele nem mesmo me deixou falar nada, disse que era um assunto para ser
tratado depois.
Eu odeio quando ele faz isso, que ódio.
Meu padrinho me sufoca com tanto cuidado, mas ele é o pai que nunca tive,
então tenho que obedecê-lo.
Queria saber o que está acontecendo na mansão, saber se ele irá falar a
verdade para os filhos.
A verdade sobre mim.
— Acalme-se, Anastácia, ficar desse jeito não vai adiantar nada. — É o que falo
para mim mesma, respirando fundo para buscar a calma. — Um banho vai ajudar e
logo depois o sono vem.
É isso que faço, vou para o meu quarto e me olho no espelho mais uma vez,
antes de tirar o lindíssimo vestido do corpo.
— Como você é lindo. — Acaricio o tecido uma última vez e o guardo.
Logo depois vou para o chuveiro, onde me permito ficar por vários minutos,
sentindo a água quente escorrer pelo meu corpo.
— Eu preciso dormir. — Saio do banheiro, me enxugo e pego a camisola.
Quero a minha cama e apagar para esquecer o que aconteceu.
Depois de vestida, me deito e puxo o lençol macio para cobrir meu corpo.
Depois de muitos minutos, pensando, o sono me vence e adormeço.
***
O toque macio de lábios contra os meus, me desperta e eu me assusto, mais
logo sinto o cheiro maravilhoso amadeirado e o meu corpo se agita, ansiando por
mais.
— Cristhian…
O quarto está escuro, frio, mas consigo enxergar os contornos do seu corpo
grande.
— Estou aqui — fala baixinho, percorrendo a boca por meus seios, me
sentindo.
Quero acender a luz para enxergá-lo bem, mas sou engolida por seus beijos e
não sei como reagir.
Como ele entrou na minha casa?

E, por que está agindo dessa forma?
Eu não estou entendendo nada.
Sua língua passeia por minhas curvas com uma adoração que aperta meu
peito.
— Meu anjo lindo e precioso. — Sua voz parece falhar.
Mas não tenho tempo de analisar, pois, ele esfrega a barba na minha barriga,
me arrepiando inteira.
— Faça amor, comigo.
Há tanto sentimento em sua voz que mesmo sem enxergá-lo com clareza,
posso sentir sua tristeza, sua dor e isso me deixa assustada.
— Cristhian ...
— Preciso tanto de você. — Sua voz é abafada pelos beijos molhados que
deixa em minha pele. — Me perdoa, pelo amor de Deus, me perdoa. Estou
implorando, meu amor. Eu te amo, Anastácia . Eu te amo, porra!
Nessa hora, acho que o meu coração vai falhar, que vai parar de bater, mas
não, ele acelera mais ainda no peito.
— Eu também te amo. — Enfio as mãos em seu cabelo, o puxando para mim.
O contato do seu corpo desnudo contra o meu, envia choques de prazer. Fico
molhada apenas com a expectativa do que acontecerá.
— Me beija. — Arqueio o corpo, o buscando, mas ele parece não ter pressa.
Ele está calmo, paciente, degustando, gemendo baixinho, me marcando de
um jeito doce.
— Meu Deus, como eu te amo. Diga que me perdoa, meu amor, minha joia
mais preciosa, meu anjo perfeito.
Antes que eu possa dizer qualquer coisa, ele me toma em um beijo
arrebatador que leva embora todos os meus pensamentos coerentes.
Tudo se torna ele, sua boca na minha e nós.
Minhas mãos percorrem suas costas e ele geme em minha boca, me
devorando com tanta fome que luto para acompanhar seu ritmo.
Há muita entrega, amor, saudade e algo mais que adiciona uma pitada extra
de emoção.
O que me faz ter certeza do perdão é quando sem querer provo o sabor de
suas lágrimas, se misturando ao nosso beijo.
Mesmo sem entender, meu coração se parte, pois compreendo que essa
entrega toda é porque ele já sabe da verdade.
Meus padrinhos contaram tudo.
— Preciso estar dentro de você e sentir que me perdoa. Seja minha mulher,
seja minha esposa, amor. — Ele geme, acariciando minha boceta com os dedos,
brincando com a minha entrada, me provocando. — Diga que me quer e que me
perdoa.
— Eu quero você, amor. Eu te perdoo, é claro que perdoo, só não quebre o
meu coração novamente. — Entrego meu corpo, aceitando nossa união, sua demanda

e desespero.
Não consigo ver seu rosto, apenas senti-lo dentro de mim e ouvir seu gemido
sofrido, me deixando levar para onde ele quiser me levar.
Fecho os olhos, me abrindo ainda mais, enlouquecendo com os sons dos seus
gemidos masculinos.
O prazer que me engole e domina.
Somos dois corpos se doando mutuamente, numa louca tentativa de resgatar a
conexão mais primitiva que um homem e uma mulher podem ter.
Nosso encaixe é apertado, quase dolorido, mas ele toca nos lugares mais
secretos, lugares únicos.
Cristhian  é como um maestro que rege o meu corpo.
— Cristhian ... — ofego, o puxando para mim.
Ele me beija e nossos corpos estão tão colados que sinto que ele está perto de
gozar também.
Pensei que quando nos entregássemos novamente, faríamos um amor louco.
Mas nunca imaginei que fosse ser assim, tão visceral, perfeito e, ao mesmo
tempo, doloroso.
— Eu sou seu, anjo, completamente seu — sussurra em meu ouvido, me
fodendo com força. — E você é minha, somente minha.
Eu não entendo o seu tom de voz porque meu prazer é maior que qualquer
coisa.
Grito, lutando para não perder o agarre com a realidade. Minha barriga treme
e aperto os olhos, assustada com a intensidade do orgasmo.
Por um instante, penso que vou desmaiar com o prazer arrebatador.
— PORRA, EU AMO VOCÊ, CARALHO! — Cristhian  grita, apertando
minha cintura, como se quisesse ir mais fundo. — Meu Deus… — geme alto,
gozando.
Meu corpo treme quando ele desaba, tanto que mal posso respirar, é como se
ele não suportasse a ideia de ter alguma parte minha que não estivesse tocando.
Ele sai de dentro de mim e tira a camisinha de seu membro que nem vi como
colocou, em seguida dá um nó e deixa ao lado da cama, no chão.
Volta a me abraçar apertado.
— Você me faz sentir completo, era a parte que faltava em mim.
Eu me arrepio com o roçar da sua barba e a voz rouca em meu ouvido.
— Só você me faz sentir isso.
Estou tentando formular uma resposta adequada quando ele me beija. Dessa
vez lento, cheio de amor e calma.
O desespero passou, então poderemos conversar, desfrutar do nosso
reencontro de outro jeito.
Pelo menos era o que esperava, mas, outra vez, provo suas lágrimas.
E não são lágrimas de amor, são de dor, confirmadas pelo desespero com o
qual ele toma minha boca, arranhando minha pele com sua barba áspera.

— Cristhian , amor. — Puxo seu cabelo para conseguir afastá-lo.
Preciso respirar, pois, já me sinto tonta e ele me devora.
Enterra o rosto em meu pescoço, depois se ergue, me arrastando para ele, sem
permitir que nossos corpos se separem.
— O que aconteceu, Cristhian ? — Acaricio suas costas.
Ele está me abraçando tão apertado que não consigo respirar fundo.
Eu já imagino o que aconteceu, mas quero escutar da boca dele.
— Cristhian , olha para mim? — Engulo em seco quando ele nega.
— Você está bem?
Seu corpo treme em meus braços, mas ele não fala nada.
Nem precisa.
Eu já sei o que aconteceu para deixá-lo desse jeito.
Não insisto, pois, ele não parece estar pronto para conversar. Então, só fico
ali, o abraçando em silêncio e agradeço o quarto estar mergulhado no escuro.
Eu não sei quanto tempo se passa, até que ele fala:
— Desculpa por não conseguir me controlar.
— Não precisa. — Engulo o caroço que estava parado em minha garganta.
— Estar triste e demonstrar isso não te faz menos homem, acredite. Às vezes,
é bom colocar para fora.
— Porque não me contou antes, Anastácia ? Porque não me contou na primeira
vez em que...
— Você não acreditaria em mim. Vamos ser sinceros, meu amor, naquele
momento você não acreditaria em nada que eu viesse a falar.
Ele fica calado e me obrigo a ser paciente, a deixá-lo falar no seu tempo e
como quiser.
— Engraçado como sempre me orgulhei de cada aspecto da minha vida —
sussurra. — Você sabe que sou arrogante, mas hoje me sinto envergonhado de tudo o
que fiz e falei para você. — Ele dá uma risada. — Eu nunca fui famoso por ser gentil
ou bondoso, muito pelo contrário, sempre retaliei, fazendo com que pagassem caro
qualquer ato contra mim. E foi com esse pensamento que acabei machucando você.
— Ele levanta o rosto e me encara.
— Eu já disse que te perdoo.
— Eu não mereço o seu perdão, anjo.
Acaricio seu cabelo.
— Mas eu te perdoo, meu amor. Vamos passar uma borracha no passado e
começar de novo, agora do jeito certo. — Eu o puxo e ele vem até mim, me beijando
novamente.
— Eu te amo, Anastácia , e demorei demais para perceber isso. Diga para mim,
que não foi tarde demais.
— Não foi tarde, Cristhian , estou aqui.
Ele me abraça com tanta força como se tivesse medo de que eu fosse sumir.

Sei que temos muita coisa para conversar, mas por hora só quero ficar no
calor de seus braços.

Continua....

PRINCIPE DO PETRÓLEO  Onde histórias criam vida. Descubra agora