Capítulo 15

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Anastácia Grey

Fiquei completamente encantada e comovida pelo departamento de pediatria
do hospital.
O lugar é incrível e extremamente equipado com tudo o que há de mais
moderno na área.
Mas o que me deixa de boca aberta é saber que Cristhian  é quem banca tudo.
Ele é o investidor principal da ala pediátrica do Harvey Clinic Hospital e não
o grupo Grey , ou a família, mas ele, Cristhian Grey .
— Ficou surpresa, né? Também queria que ele investisse no departamento
cardíaco, oncológico, ortopédico, cirurgia geral, pronto-socorro, mas ele me mandou
ir me foder e me virar.
Acabo sorrindo da maneira como ele fala, pois, é como se ele estivesse
falando de um Cristhian  que não conheço, completamente diferente do homem que me
humilhava e me tratava mal diariamente.
— Você estava querendo que ele bancasse praticamente o hospital inteiro.
— Quase isso, mas já ajuda e muito eu não ter que me preocupar com as
crianças. Manter um hospital desse tamanho requer muito trabalho e vários
investimentos, Anastácia . A medicina avança a cada dia e temos que nos manter
atualizados, por mais que a nossa receita de custos e gastos sejam altos para
acompanhar os novos avanços, ainda assim precisamos de investimentos. O custo
disso tudo é milionário.
Só de olhar para a grandiosidade do hospital consigo entender o que ele fala.
— Você é louco de tentar administrar tudo isso sozinho.
— Se o seu marido ajudasse, eu não teria que fazer isso tudo sozinho, mas ele
não se preocupa muito.
— Se está achando que é muito trabalho administrar esse hospital, tente fazer
isso administrando o grupo Grey  e a Oil Company, sem falar nos outros
negócios que a família tem.
— Deus me livre, não sei como o Cristhian  dá conta de tudo. Mas é bom ver
você defendendo o seu marido, achei que o odiasse.
— E eu o odeio, mas sei reconhecer o esforço e o trabalho dele.
— Eu não sei o motivo, mas eu não acredito muito nesse ódio todo. Agora
vamos, vou te levar para a sua sala, onde já pode começar a dar uma olhada nas
coisas e ir se inteirando de tudo. Amanhã, você começa a trabalhar oficialmente e eu
fico livre.
— Vai sonhando que vai ficar tão livre assim, vai sonhando.
Ele começa a andar e eu o acompanho.

— Não seja malvada, mulher, me deixa ter o gostinho da liberdade. Vou
marcar uma cirurgia de várias horas amanhã, apenas para você não me encher com
problemas burocráticos.
— Eu vou atrás de você no centro cirúrgico se for preciso.
Ele ri alto e joga o braço por cima do meu ombro, me abraçando. Assim
vamos andando juntos até o elevador.
— Você não teria coragem, tenho certeza de que desmaiaria.
— Sou mais forte do que imagina, Alexander.
— Já viu um coração de verdade? Um pulmão? Um intestino ou um rim? Um
corpo aberto ao vivo e em cores bem na sua frente?
Levanto a cabeça e o encaro.
— Tem razão, eu desmaiaria.
Ele gargalha e como é maior do que eu, apoia a cabeça ao lado da minha.
— Anastácia , vai ser muito bom trabalhar com você.
— Fico feliz que te divirto.
Fazia muito tempo que não me sentia tão bem, em um ambiente leve com
uma pessoa que me tratasse de igual para igual, como ele está fazendo.
No meu último local de trabalho o meu chefe não era tão acolhedor assim.
— Se você estiver livre podemos sair para jantar e conversamos mais sobre o
hospital, como tudo funciona. O que você acha?
Eu fico pensando enquanto olho para aos números do elevador.
— Por mim, tudo bem.
— Ótimo, você me espera na sua sala enquanto termino as últimas consultas
do dia. Tudo bem para você, senhora Grey ?
Ele não vai perder a oportunidade de me chamar assim.
— Eu espero.
— Excelente, vou te levar em um restaurante que vai te fazer querer sair da
dieta. — Ele aperta o abraço e as portas do elevador se abrem.
Quando vamos dar o primeiro passo para dentro, um homem com a cara bem
raivosa sai de dentro dele.
— Cristhian ...
— Se não tirar a porra das mãos da MINHA MULHER agora mesmo, eu as
cortarei, Harvey.
Alexander levanta as mãos em sinal de rendição.
— Foi mal, cara, já soltei. — Ele se afasta de mim.
— Agora, meu amigo, me diga que porra é que a minha esposa está fazendo
aqui? — Cristhian  pergunta entredentes encarando o amigo.
Vejo pessoas passando por nós, olhando a cena.
— Aqui não é lugar para isso, Cristhian , Alexander estava apenas indo me
mostrar a minha sala.
Não posso colocar mais lenha na fogueira, não na frente de pacientes e
funcionários do hospital.

— Sua sala? Está de brincadeira comigo? Alexander não contrataria você
sem antes falar comigo, ou me perguntado se poderia fazer isso ou não. — Ele
termina de falar encarando Alexander com uma cara muito feia.
— Pois é, meu amigo, contratei e você está olhando exatamente agora para a
nova vice-presidente do Harvey Clinic Hospital.
Cristhian  trava a mandíbula, dá um passo na direção dele e entro na frente dos
dois.
— Alexander Harvey! Você não teve coragem...
— Olha só, uma emergência no pronto-socorro, tenho que ir. Você pode
mostrar a sala dela, meu amigo. Ela vai ficar com a sua. Agora tenho que ir mesmo,
nos vemos mais tarde, senhora vice-presidente — Alexander fala olhando para o
celular, em seguida começa a correr e vejo os outros enfermeiros fazendo o mesmo.
— Esse desgraçado sempre foge de mim, com uma emergência. Mas o
pegarei depois — Cristhian  fala e depois me encara como se estivesse esperando uma
explicação, coisa que não vai ter.
— Será que pode me levar até a minha sala?
— Vai mesmo trabalhar aqui, Anastácia? Vai fazer isso com o papai?
Lá vem ele de novo com esse jogo pra cima de mim, mas não vai colar
mesmo.
— Vou sim. Se o meu padrinho me ama como ele fala vai ficar feliz por mim
e vai me apoiar, porque o apoio da madrinha eu já tenho. Agora se não pode me levar
até a minha sala, vou atrás de alguém que possa fazer isso.
Ele fica me encarando.
— Alexander vai me pagar caro por isso.
Cristhian  segura meu pulso e me puxa para dentro do elevador que já está com
as portas abertas. Ele aperta o botão do último andar e puxo a mão do aperto dele.
Respiro fundo soltando o cabelo e o amarrando de novo em um rabo de cavalo alto.
— Puta que pariu! — Ele coça a garganta.
— Algum problema, senhor Grey ?
— Não me provoca, Anastácia , já estou na porra do meu limite com você desde
ontem.
— Foi você que foi atrás de mim, no bar, eu não pedi por isso, tinha tudo sob
controle.
Cristhian  segura meu braço e me puxa para ele.
— Sério mesmo, Anastácia? Teria saído de lá com quem se eu não tivesse
aparecido? Teria ligado para o seu amiguinho, Jonas, para ir te buscar?
É sério mesmo que ele está falando isso?
— Não tinha pensado nele... Teria ligado para a Duda, mas agora que você
deu a ideia na próxima vez que resolver sair para beber já sei a quem pedir
companhia.
Ele parece ficar com mais raiva ainda.

— Anastácia, Anastácia, você é a porra da minha mulher. Vou colocar um batalhão
de seguranças atrás de você, te seguindo como se fosse a sua sombra e ninguém em
sã consciência vai te tocar a não ser eu, o seu marido.
Sinto o coração batendo mais forte no peito com a maneira que ela fala.
Não entendo o motivo do Cristhian  estar com esse sentimento de posse para
cima de mim, já que sempre deixou bem claro o seu desafeto pela minha pessoa.
Mas não vou permitir isso, somos casados apenas no papel porque ele se
recusa a assinar a droga do divórcio.
— Cristhian, você não manda em mim, assim como eu também não mando em
você.
“Nosso casamento foi um erro, na verdade, o nosso casamento não deve ter
passado de uma brincadeira de um bando de gente bêbada que estava se divertindo
jogando poker. Só que essa brincadeira infeliz tem validade legal e isso não significa
que temos que viver como pessoas casadas.
“Eu não devo satisfações a você de nada que eu faça ou deixo de fazer.
“Será que deu para entender dessa vez tudo o que estou falando ou vou ter
que desenhar para que entenda?”
Ele me olha intensamente, as portas do elevador se abrem e ele me puxa para
fora.
— A sua sala é aquela ali. Vamos lá que vou te explicar direitinho como a
porra do nosso casamento funciona.

Continua....

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