PRINCIPE DO PETRÓLEO

CAPÍTULO 32

Cristhian Grey

Quando vi a Anastácia  entrando no salão de braços dados com a minha irmã,
me senti um filho da puta sortudo.
A minha mulher estava radiante e linda pra caralho.
Ela estava tão linda que perdi o ritmo da respiração e olha que estava puto de
raiva dela.
Mas vê-la deslumbrante me acalmou um pouco, me acalmou até ver um
medicozinho de quinta passar a mão pela cintura dela, a apertando.
E o sorriso dela, como se gostasse daquilo, me deixou vendo vermelho de
raiva.
Achei que ela viria até mim, mas estava enganado.
Ela vinha me ignorando há dez miseráveis dias, mas eu sabia de cada passo
que ela dava através dos seguranças.
Eu sabia que hora ela chegava em casa e a hora que saía. Eles me mandavam
fotos dela diariamente e, porra, já estava me cansando daquele jogo duro da Anastácia 
para cima de mim.
Eu não sabia mais o que fazer, já pedi perdão, reconheci que estava errado e
que tinha agido feito um idiota, mas para ela era como se isso não bastasse.
Tudo na vida tinha um limite e o meu estava quase chegando ao fim.
— O que você fez, Cristhian? — Alexander pergunta assim que volto para lado
dele.
— Mostrei para a minha querida esposa a quem ela pertence e logo ela estará
aqui ao meu lado, como deve ser. — Passo a mão pelo nariz e sinto o seu cheiro de
mulher entre meus dedos, pegando logo em seguida um copo de uísque que me é
servido.
Anastácia  é minha.
— Tem certeza disso? — ele fala e mostra algo com a cabeça.
Quando olho na direção que ele mostra, sinto a raiva crescer dentro de mim.
Nesse momento, deixo que o ciúme tome conta de mim.
— Eu vou matar esse filho da puta.
— Não vai não. Ele é um especialista da neurologia, foi o primeiro médico
que a sua esposa contratou. Eu tentava há meses contratá-lo, mas ele nunca aceitava
a minha proposta. Porém, ele parece ter gostado da sua mulher. Ele é um dos
melhores na área.
— Ótimo, ser um dos melhores não quer dizer que é o único, deve existir
outro, então esse morre hoje. — Viro de uma vez a bebida e quando vou dar um
passo, Alexander segura meu cotovelo.

— Estou falando sério, porra.
— Eu também estou. — Olho para os dois de novo e vejo Anastácia  sorrindo.
— Você quer mesmo acabar com a noite dela? Tem noção do quanto essa
menina trabalhou para que tudo isso saísse perfeito? Ela conseguiu um alto valor em
doações antes mesmo dessa festa acontecer. Os bilionários simplesmente a amam.
Deixe a Anastácia  aproveitar a festa.
— A culpa disso tudo é sua, Harvey.
— Não coloque em mim, uma culpa que é só sua amigo. Segura bem a sua
onda que vou fazer o meu discurso ao lado da vice-presidente do hospital, sua
belíssima esposa. Era para você estar do nosso lado agora... Ah, é, você não liga para
o hospital, me lembrei desse pequeno detalhe. — Ele bate no meu ombro e vai até
Anastácia .
Alexander fala algo no ouvido dela que a faz abrir um lindo sorriso, o sorriso
que era para ser dado a mim e não para outro homem.
Os dois sobem ao palco de braços dados sob uma chuva de aplausos e logo
mais distante vejo meus pais olhando para a afilhada com os olhos brilhando de
orgulho.
— Essa menina é bonita e inocente demais para você e suas perversões. Vai
quebrá-la, irmão, e isso vai destruí-la — minha irmã fala ao meu lado, batendo
palmas.
— Você não sabe de nada, Callie, então fica na sua.
— Dê o divórcio a ela. Eu gostei dela, Cristhian. É uma pessoa boa e não vai
aceitar ser a sua... — Ela se cala e morde o lábio.
Eu sei do que ela está falando.
— Ela é minha mulher.
— Esse é o seu lado dominador falando e sabe disso. Vai destruir a vida dessa
menina, Cristhian . Será que...
— Cala a boca, Callie, e não se meta na minha vida, que não me meto na sua.
— Depois não diga que não avisei. Volte para a mansão, papai quer conversar
com a gente e algo me diz que a conversa é relacionada a sua esposa, parece que
finalmente vamos descobrir de onde surgiu essa afilhada misteriosa.
Callie se afasta no exato momento em que olho para o palco e vejo o tal
médico especialista em sei lá o que, abraçando a minha mulher. O que me deixa mais
puto é vê-lo beijando o pescoço dela, sentindo seu cheiro que me pertence.
Essa porra já foi longe demais.
Quando me aproximo do palco, eles estão descendo e a primeira coisa que
faço é segurar forte no braço da Anastácia , a puxando para mim, o que a assusta.
— Cristhian , o que você vai fazer? — Alexander pergunta nervoso.
Ele é meu amigo e só de me olhar sabe o que se passa pela minha cabeça.
— Não se mete, Alexander.
— Quem você pensa que é para pegar assim no braço dela. — O médico tenta
se colocar entre nós dois.

— Eu sou o marido dela e você não vai querer ficar entre nós dois, porque se
fizer isso acabo com você com apenas uma ligação — falo o encarando.
— Ele também é um dos donos do hospital Cristhian  Grey .
Quando Alexander fala o meu nome, o borra botas arregala os olhos e se
afasta.
Agora sim, ele sabe quem eu sou.
— Isso mesmo, mantenha-se distante e faça isso, principalmente, da minha
mulher.
— Cristhian, por favor! — Anastácia  fala e perco a cabeça de vez.
Segurando em seu braço, saio do salão de festa pelo corredor lateral até
chegarmos ao jardim, então a solto de uma vez e por pouco ela não cai.
Olho para os seus pés e vejo os malditos saltos altos.
— Porra, Anastácia !
— O que deu em você? Enlouqueceu de vez? — ela fala passando a mão pelo
braço que eu estava segurando.
— Era para isso que queria a porra daquele maldito tempo? Era para conhecer
outros homens?
Ela arregala os olhos e, na mesma hora, me arrependo da merda que falei.
— Não vou passar por isso de novo. Eu me recuso a passar por tudo aquilo de
novo. Amanhã mesmo mando entregar novamente os papéis do divórcio e dessa vez,
assine. — Ela tenta passar por mim, mas entro na frente dela.
— É assim que diz que me ama, Anastácia , mostrando totalmente o contrário?
— Amar você não significa ter que escutar esse tipo de absurdo novamente.
— Eu tenho ciúme de você, caralho! Será que não percebe isso? Você é
minha mulher, só minha e não quero que
ninguém encoste um dedo sequer em você,
mesmo assim permitiu que aquele médico beijasse o seu pescoço.
— Ele me pegou desprevenida, Cristhian . Eu também não esperava que ele
fosse fazer aquilo e nem podia fazer nada na frente de todos os convidados.
— Você gostou, te vi sorrindo.
Ela sorri sem vontade.
— Assine a porra do divórcio, pois não vou ser acusada novamente de ser
amante de ninguém. Você me acusar por semanas ser a amante barata, vagabunda,
filha de uma puta do meu padrinho foi o suficiente por...
— O que você falou, Anastácia !?
Anastácia  arregala os olhos e muda de cor olhando para o meu pai que
provavelmente está atrás de mim.
— O senhor escutou errado, padrinho, eu me...
— Não me tire por tolo, Anastácia , pois sabe que não vai conseguir. Eu sabia
que tinha algo de muito errado nessa história de vocês dois, mas nunca sequer passou
pela minha cabeça isso.
Eu me viro para encarar o meu pai, mas quando faço isso, sinto um tapa
ardido na minha face.

— Eu nunca pensei que você fosse me decepcionar tanto, Cristhian  — minha
mãe fala chorando e sinto o gosto de sangue na boca.
Essa foi a primeira vez que ela me bateu em toda a minha vida.
— Madrinha, não...
— Quieta, Anastácia! Não permito que você o defenda. Sempre foi uma menina
obediente e vai continuar sendo — minha mãe fala.
— Esse assunto é para ser resolvido em casa, fazer um escândalo aqui não vai
ser nada bom para a imagem da família, nem do hospital — meu pai fala.
— Padrinho, por favor...
— Não, Anastácia , a conversa vai ser entre Cristhian , Callie, eu e sua madrinha.
Você já fez demais por essa família e isso quase custou a sua vida, não merece ser
tratada assim. Os seguranças vão te levar para o seu apartamento e amanhã mesmo
receberá os papeis do divórcio assinados pelo Cristhian . Você estará livre — meu pai
fala com tanta convicção que me assusta.
Porra!
— Agora vamos todos sair daqui. — Meu pai vai até Anastácia , a segura pelo
braço e sai com ela na frente.
Logo atrás, minha mãe, que nem mesmo olha na minha cara, e eu, seguimos
os dois.
— E eu achando que você ia quebrá-la, quando, na verdade, parece que já fez
isso — minha irmã fala e eu nem mesmo a tinha visto.
— Não sei se consigo abrir mão dela. Porra, fiz merda de novo movido pela
droga do ciúme.
— Se você gosta dela prove isso primeiro ao papai e quem sabe ele permita
que se aproxime dela novamente. Você ainda não é o rei, maninho, e enquanto não
for, quem manda é o papai.
Vejo papai entregando Anastácia  a um dos seguranças e logo depois ela some
das minhas vistas, saindo da festa.
— A nossa noite parece estar apenas começando.

Continua...