CAPÍTULO 43

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Anastácia Grey

Trabalhar no sábado, tudo o que não queria hoje, mas não sei como e nem
de onde foi que saiu uma emergência de última hora que requeria a presença de
alguém da presidência.
E adivinha para quem ligaram?
Pra mim, é claro.
Eu tinha outros planos para o meu sábado e Alexander vai ficar me devendo
essa, porque ele poderia ter resolvido esse problema para mim, já que ele parece que
não tem casa e praticamente mora dentro do hospital.
— Já desmanchou a cara feia? — ele fala colocando a cabeça dentro da
minha sala.
— Não!
Ele sorrir.
— Posso entrar, princesa?
— Não!
— Nossa que mau humor.
— Cai fora.
— Eu vou entrar, vim na paz, princesa. — Ele entra e se senta na minha
frente enquanto me olha trabalhar.
— Você não tem nenhum paciente?
— Não! — Ele continua me olhando.
— O que você quer?
— Ela te ligou ou deu notícias? Não que eu esteja interessado, é só pra ficar
sabendo mesmo.
Paro o que estou fazendo e olho para a cara dele.
— Por que não liga para ela?
— Ela não me atenderia. Agora responda a minha pergunta.
— Ela me liga sim, e trocamos mensagens todos os dias.
Greta foi embora e o idiota não fez nada para impedir.
— E?
— E, o quê?
— Como ela está? Porra, Anastácia  desenrola de vez, mulher.
— Ela está muito bem, Alexander, muitíssimo bem.
Ele faz uma cara como se não fosse isso que quisesse escutar.
— Você é mal, Anastácia , está aprendendo a ficar assim como o seu marido.
— Não meta o meu marido nessa história, se gosta dela vá atrás dela e não
fique aqui alugando o meu ouvido.

— Igualzinho ele, está ficando malvada, princesa do petróleo.
— É bom ficar sofrendo por amor, Alexander?
— E quem disse que a amo? Greta trabalhava pra mim há muito tempo, só
me preocupo com ela.
— Pois não se preocupe, ela está realizando o sonho dela de ser médica em
uma das melhores faculdades do mundo. Ela não está nem pensando em você no
momento.
Ele se ajeita na cadeira e apoia os cotovelos na mesa.
— Ela conseguiu a bolsa de estudos? Mas isso é...
— Não, ela não conseguiu a bolsa, paguei a faculdade pra ela.
Ele se joga para trás de uma vez.
— Eu me ofereci para pagar e ela não aceitou.
— Pois é, eu ofereci e ela aceitou. — Não foi bem assim, mas ele não precisa
saber da história toda.
— Ela está com alguém não está?
— Não é da sua conta.
— Anastácia !
— O quê, Alexander? Eu não vou falar nada, Greta é minha amiga, não vou
falar pra você que ela conheceu um carinha na faculdade e que está muito bem.
Alexander, a deixe em paz, você não a quis. Esqueça que ela existe e siga a sua vida
que ela está fazendo isso com a dela.
Ele está a ponto de falar algo quando o meu celular toca e vejo que é a Callie
me ligando.
— Callie.
— O papai passou mal, Anastácia , corre pra mansão.
Eu sinto meu coração errar as batidas.
— Anastácia !
— Já estou a caminho.
Desligo a ligação e me levanto de uma vez, pegando a bolsa.
— O que aconteceu?
— O meu padrinho passou mal.
— Então
Eu não acredito nisso, ele falou agora pouco que não tinha pacientes.
— Alexander!
— Vai logo, mulher.
Como parece que ele não vai vir mesmo comigo, saio da sala quase que
correndo.
Depois do que parece ser uma eternidade, consigo chegar na recepção e o
motorista que já espera por mim, não sei como, me leva para a mansão dos meus

padrinhos.
Eu não tive nem mesmo a reação de ligar para o Cristhian , mas acho que a
Callie ou a minha madrinha devem ter feito.
— Onde ele está? — É a primeira coisa que pergunto para o segurança
quando chego na mansão.
— Lá em cima, senhora, no quarto do Cristhian .
Entro na casa correndo, mas acho estranha a ideia do meu padrinho estar no
quarto do Cristhian e não no dele. Mesmo assim, subo a escada com a maior pressa do
mundo e quando abro a porta do quarto dou um passo para trás com o que vejo.
— Mas o que é tudo isso? Na verdade, o que significa tudo isso? — pergunto
vendo a minha madrinha, a minha mãe e a Callie arrumadas com vestidos de festa
leves.
Sem contar que o quarto é praticamente uma suíte de noiva.
— Cunhada, sei que a emoção é muito grande, mas você não tem muito
tempo. Hoje é o seu grande dia, então corre logo, toma banho que vamos arrumar
você, minha querida. Seu marido a espera no altar de um lindo casamento ao pôr do
sol na praia e não precisa me agradecer, sei que sou a melhor cunhada do mundo.
Eu falto não acreditar no que estou vendo, pois, no canto do quarto tem um
vestido lindo e leve pendurado no cabide.
Só então me dou conta de que eles planejaram tudo isso.
— Meu Deus!
— Gostou da surpresa, meu amor? Seu marido é louco e a irmã dele é mais
ainda, mas no final deu tudo certo e o seu casamento vai ser lindo.
— Tia Celeste! — Callie chama o nome da mamãe e ela sorri.
— Anastácia , querida, eu sei que é muito para digerir, mas se apresse, querida,
Cristhian  já está a sua espera. vai ser uma cerimônia simples apenas para a família e
pouquíssimos amigos na praia. Já está tudo pronto, só falta a noiva e não se preocupe
que o seu padrinho está muito bem.
Jesus, mais uma dessas e morro do coração.
— Como ficaram sabendo que eu sempre quis um casamento assim na praia?
— Maria Eduarda, ela nos falou e ajudou em tudo também. ela já está no
local do casamento, esperando — Mamãe responde sorridente.
Callie vem até a mim e me arrasta para o banheiro, então tudo vai no
automático.
Eu sou como uma boneca nas mãos das três mulheres que me ajudam com o
banho, com o penteado no cabelo e a Callie faz a minha maquiagem.
Depois de me vestir, me olho no espelho e sinto vontade de chorar porque
está tudo perfeito, exatamente do jeito que sempre sonhei, inclusive o vestido.
— Não vai chorar que vai estragar a minha obra de arte, Anastácia , engole esse
choro.
Acabo sorrindo do jeito que Callie fala comigo.

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