Capítulo 18

697 78 7
                                    

Cristhian Grey

Quando saio da minha sala, quer dizer, da sala que agora pertence a minha
esposa, vou atrás do causador desse meu pequeno problema.
Quero saber como foi que o Alexander ficou sabendo que Anastácia  estava atrás
de emprego e como foi que ela veio parar aqui.
— O doutor Harvey, onde ele está? — Seguro pelo jaleco o que tenho certeza
ser um estudante de medicina.
Ele engole em seco.
— Senhor Grey !
— Se sabe quem eu sou, deve saber também que não gosto de enrolação,
cadê ele?
— Não precisa intimidar os meus internos, Cristhian, estou aqui.
Solto o garoto que está literalmente tremendo e ele sai quase correndo.
— Esse garoto não é muito novo para ser médico?
— Ele não é um médico ainda, está estudando para ser um. Agora
desembucha, o que você quer comigo?
Mas é muito sínico mesmo, afinal ele sabe muito bem o que quero.
— Ela é minha esposa, Alexander. Minha!
Ele sorri e anda enquanto vou atrás dele. Juntos entramos em uma pequena
sala que me parece ser de curativos na saída interna da emergência.
— Como isso aconteceu, Cristhian? Eu acordei em belo dia e dei de cara com
você e Anastácia  estampados em todos os jornais com a notícia de que tinham se casado
em Las Vegas. Ainda bem que levaram pelo lado divertido da coisa, pois segundo os
jornais vocês estavam tão apaixonados que não conseguiram mais esperar para se
unirem em matrimônio, o que é ridículo.
Ele está falando sério, muito sério.
Somos amigos há muito tempo e sei que é essa a hora que ele espera alguma
explicação, assim como eu também faço com ele, as vezes. Então, me encosto em
uma pequena mesa e começo a falar.
— Por semanas acreditei que Anastácia  era amante do meu pai, escutei uma
ligação entre os dois e entendi tudo errado. Na verdade, ele e a mamãe são padrinhos
dela.
— O quê!? Padrinhos dela? Amante!
— Calado, escuta tudo que fica pior. Porra!
— Meu Deus, eu já até imagino a porra da merda que você fez.
Eu apenas respiro fundo.

— Uma afilhada que eu nem mesmo sabia que existia e quando escutei
dizendo por telefone que ela amava o meu pai, surtei, cara. Eu a tratei muito mal, a
enchi de trabalho, mandei preparar documentos que não tinham nada a ver, apenas
para que de alguma maneira pudesse me vingar dela por estar tendo um "caso" com o
meu pai.
— Puta que pariu, Cristhian !
— Fica pior, escuta só. Em um belo dia como você mesmo falou, tivemos que
viajar para Las Vegas para fechar a compra do Bellagio. “Chegando lá o meu pai
achou que era uma boa ideia nos deixar na mesma suíte.
“o que não foi é claro.
“Discutimos feio, ela saiu puta da vida e foi para o salão de jogos.
“Poker para ser mais exato.
“E, porra, a mulher é uma máquina de jogar poker.
“Ela deixou muitos homens mais do que pobres naquele dia.
“Eu fui atrás dela e com a emoção do jogo começamos a beber, beber e beber
como se não houvesse o amanhã.
“No dia seguinte acordamos casados.
“Eu fiquei louco, a acusei de ter me dado um golpe e que tudo não passava de
um plano dela, porque era uma mulher interesseira, uma vagabunda. Como ela não
poderia se casar com o meu pai, armou para cima de mim.
“Eu a chamei de tudo o que não deveria ter chamado, não deixei que ela
falasse, se explicar então, de jeito nenhum.
“A maneira que ela encontrou de provar que não era nada daquilo que eu
estava falando foi se entregando a mim, naquele dia.
“Ela era virgem e se entregou a mim, em meio a dor das duras palavras que
eu havia falando.
“Quando senti a barreira da virgindade dela se rompendo, me dei conta do
que tinha feito.
“E depois daquele dia ela me odeia.
“Eu já pedi perdão, mas ela quer o divórcio e é claro que não vou assinar.”
Alexander me olha chocado.
Ele é o único a quem me atrevi a contar a história toda.
— Então eu estava certo, estava certo desde o início.
Agora sou eu que não entendo o que ele fala.
— O quê? Do que está falando, Harvey?
— Por que não dá o divórcio a ela, já que tudo não passou de uma bebedeira
e agora você já sabe da verdade? Ela não é amante do seu pai é afilhada dele. Dê o
divórcio a Anastácia .
— Porque ela é minha mulher, minha esposa e porra de homem nenhum vai
tocar no corpo dela a não ser eu. — As palavras saem da minha boca no automático e
só depois me dou conta do que falei. — Porra! Eu sou um possessivo desgraçado,
mas ela não vai ser de outro homem.

— Então, ela é realmente a sua joia. Viu, eu estava certo desde o início.
Lembro que da primeira vez em que trouxe Anastácia  para o hospital,
machucada, ele ficou falando que ela era a minha joia.
— É duro admitir, mas parece que tinha razão, então, mantenha as suas patas
longe da minha joia, Harvey. Não quero você com essa sua pose toda de bom médico
abraçando a minha mulher.
Ele sorri.
— O quê? Está com medo dela se apaixonar por mim?
Eu o encaro e quando avanço, ele levanta as mãos.
— Estou brincando, calma aí.
— Abre logo o bico, me diga como foi que ela veio parar aqui e sobre o
emprego.
— A sua mãe me ligou e me disse que você estava metendo o seu bedelho
onde não era chamado, impedindo a menina de arrumar um trabalho.
“Pelo que ela me disse, você demitiu a própria esposa e ela não quer te ver
nem pintado de ouro na frente dela.
“Isso foi tudo o que a sua mãe me falou, por isso fiquei tão curioso com essa
história.”
— E você achou que era uma magnífica ideia dar o emprego a ela.
— Claro que sim, o currículo dela é mais do que excelente. Você não liga
para o hospital e eu não consigo mais administrar tudo sozinho com as minhas
pesquisas e as cirurgias, isso sem falar nas consultas. Preciso de alguém de confiança
e a sua mulher é perfeita para ser a vice-presidente do hospital. Ela é sua esposa e
pode muito bem ficar com a sua parte.
Fico pensando no que ele fala.
— Se não conseguir de algum modo levá-la de volta para o grupo Grey ,
transfira a minha parte do hospital para ela.
— Está falando sério, Cristhian? São milhões de dólares, é muito dinheiro.
— Você mesmo deu a ideia.
— Estava me referindo em administrar a sua parte, Cristhian . Administrar é
diferente. Ela pode não aceitar ou não gostar.
— Ela não vai saber, pelo menos não por enquanto. Anastácia  já é milionária e
nem sabe. A pequena fortuna que ela ganhou no poker no dia do nosso casamento foi
depositado na minha conta. Preciso falar com ela para fazer a transferência, mas
conversar não é muito o nosso forte, já que quando tenho a oportunidade tudo o que
quero fazer é beijá-la até deixá-la sem fôlego.
— Está apaixonado por ela.
Eu o encaro.
— Não sei se chega a tanto.
— Está de quatro por ela.
— Harvey!

— Você a ama, mas é tão burro, tão burro, Cristhian , que não consegue
perceber. Pelo menos já admitiu querer a Anastácia  como sua mulher, isso já é meio
caminho andado.
— Vou sair daqui porque você já deve estar com algum tipo de doença
delirante. Isso pode ser contagioso, Harvey. E vê se cuida da minha mulher, mas sem
tocar nela, por favor. Agora, vou resolver outro problema sério.
— Que problema?
— Marina!
— Ah, amigo, você está ferrado, muito ferrado, porque aquela mulher não vai
querer largar o osso fácil assim.
— Eu sei, a Sara já me alertou sobre isso, mas o contrato que tenho com
Marina pode ser rompido a qualquer momento e ele já está no fim. Não tem motivo
para ela fazer um grande caso disso.
— Tem quando ela está apaixonada por você. Passou tempo demais com essa
mulher. Ela vai te dar trabalho e para o seu bem é bom abrir o jogo com a sua esposa.
Ela já sabe que você...
— Não, ela não sabe de nada e você não vai falar. Primeiro tenho que fazer
com que ela me aceite.
— Você primeiro tem que falar sobre a Marina.
— Eu vou resolver isso, Alexander, só fique de olho na Anastácia  pelo tempo
que ela passar aqui no hospital.
— Que vai ser muitos e muitos anos, espero.
— Idiota, vai sonhando.
— Vamos ver então.
Saio da sala e o idiota fica sorrindo de mim.
Preciso me livrar hoje da Marina que está possessa de raiva porque
desmarquei o nosso jantar de ontem para ir atrás da Anastácia  no bar.
Agora vou encontrá-la em um restaurante bem requintado para que não faça
escândalos, assim espero.

Continua....

PRINCIPE DO PETRÓLEO  Onde histórias criam vida. Descubra agora