PRINCIPE DO PETRÓLEO

Capítulo 22

Anastácia Grey

Acabo entrando no carro por livre e espontânea pressão, literalmente contra
a minha vontade.
Sei que Cristhian  me colocaria dentro do carro a força se me negasse ir embora
com ele.
Ele é intenso e me deixa confusa, pois exerce um domínio que nem sei ao
certo como ou quando começa.
As coisas entre nós mudaram rápido demais, um dia eu era a pessoa que ele
mais odiava na vida e no outro eu estava casada com ele exigindo seus direitos de
marido.
E, que droga, nos braços dele, esqueço que devo ir com calma.
Ele me faz sentir demais, criando sempre uma deliciosa expectativa para os
que virá a seguir.
Tudo nele me atrai, é como se meu o corpo traidor o chamasse e o quisesse
incessantemente, mas isso no meu caso é perigoso demais.
Seus beijos, o cuidado, a atenção que ele está demonstrando ter para comigo
e o jeito como me olha é por si só uma carícia.
Cristhian  não economiza em carisma, charme, gentileza e com isso acaba
tirando o meu equilíbrio.
Cada atitude parece ser calculada para me deixar ansiando por mais e mais,
pois o desgraçado está conseguindo o que quer. A minha lógica e razão para mantê-
lo afastado parece perder sentido com ele tão perto, tão diferente do Cristhian  que o
conheci semanas atrás.
Esse Cristhian  é diferente, é o homem que qualquer mulher desejaria para si,
inclusive eu.
Nunca imaginei que cairia tão depressa e sem perceber.
Confesso que o momento que tivemos antes de entrar no carro, se ele
quisesse ir além, eu não iria impor limites ou resistência.
Mas, esse é o jeito certo?
O que ele pensaria de mim?
Será que está claro que não tenho controle algum?
Nos conhecemos do jeito errado, nos odiamos por semanas, depois de uma
bebedeira nos casamos e jurei que não o perdoaria.
E olha agora onde estou?
Estou me derretendo em seus braços, como se não pudesse fazer diferente.
Será muito difícil segurar a onda, principalmente, porque ele sabe exatamente
o que está fazendo.

— Esse não é o caminho para o meu apartamento.
Ele sorri e sei bem para onde o cretino está me levando. Na verdade, já
estamos chegando e não me dei conta disso, perdida em meus pensamentos.
Pensamentos esses que somente ele ocupa, o príncipe do petróleo que, na verdade,
antes não passava de "sapo".
— Não, não é. Estamos chegando na mansão.
Respiro fundo me segurando para não gritar com ele.
— E, por que está me levando para a mansão, Denner, de novo?
Em momento nenhum, ele tira os olhos do trânsito.
— Para você tomar banho e jantar. Vi que não comeu nada e precisa
descansar também.
Esse homem só pode estar ficando louco.
— Denner, poderia fazer tudo isso em meu apartamento. Amanhã cedo
preciso ir trabalhar, será que entende? Eu não tenho nada, nenhum pertence na
mansão. O que meus padrinhos vão pensar de mim?
Ele sorri safado.
— Você é minha esposa, Anastácia , e garanto que os meus pais ficarão muito
satisfeitos de nos ver juntos na casa deles. É isso que eles querem, sabia? Eles
querem nos ver morando juntos na mansão.
— Não, nem pensar! Você me disse que me daria tempo e espaço, Cristhian ,
que esperaria o meu tempo e que me sentisse pronta.
— Fui obrigado a concordar com aquilo — ele fala sorrindo como se
estivesse feliz.
Ele está gostando de me ter sob seu encanto.
E que encanto, meu Deus!
— E não se preocupe com suas roupas e pertences, vou providenciar tudo
para você, apesar que eu ainda não engoli essa história de você ir trabalhar no
hospital.
— Pois trate de tomar um grande copo com água para engolir, porque é lá que
vou trabalhar e não vamos mais falar sobre isso. Está fora de questão esse assunto.
— Chegamos.
Nesse momento, ele passa pelos portões da mansão e vai direto para a
garagem, estacionando o carro.
— O papai não vai gostar nadinha de saber disso.
— Não use o meu padrinho para me chantagear, Cristhian , que não vou ceder.
Meu padrinho me ama e vai saber respeitar e aceitar as minhas decisões. Agora, se
por acaso ele se recusar a fazer isso, a minha madrinha o faz engolir também. E eu
vou embora, não irei passar a noite aqui novamente.
Nesse momento, ele abre a porta do carro, desce e faço o mesmo, mas quando
bato a porta, ele me impressa na lateral.
Não sei como ele chegou aqui tão rápido.
— O que pensa que está fazendo.