CAPÍTULO 42

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Cristhian Grey

O que estava passando pela minha cabeça quando resolvi aceitar a merda
desse desafio?
Nada obviamente.
Eu me senti instigado pelo cretino do Stelle, mas é claro que ele propôs
aquilo para o bem da sobrinha e não do meu, já que ele está doido para me pegar e na
primeira oportunidade que tiver pelo menos com um olho roxo ele vai me deixar.
— Sua vez, amorzinho — a safada fala cheia de sorrisos, passando seu pé
descalço pela minha perna até chegar no meu pau.
Tudo o que faço é engolir em seco com a provocação dela.
— Cristhian , meu, filho se concentre, não podemos perder a Anastácia  para o
Alexander. Aquele moleque me olha sorrindo toda vez que nos encontramos e sei
que é porque ele roubou a Anastácia  de mim — meu pai fala sentado no sofá.
Estamos na sala de jogos da mansão e o restante da família assiste à partida
concentrada, mas a única torcida que tenho é a do meu pai.
— Está com medo de perder para a minha sobrinha, moleque? — o causador
disso tudo fala com um sorriso no rosto.
— Estou pensando na melhor jogada e estão me desconcentrando falando
desse jeito.
Eu realmente pensei que pudesse ganhar da minha mulher, mas estou vendo
que vai ser difícil isso acontecer.
Estudei suas jogadas quando estávamos em Las Vegas e ela deixou mais de
meia dúzia de velhos pobres, mas parece que minha garota é mais esperta do que eu
pensava para o jogo.
— Vamos lá, amor, queria tanto perder e ser castigada por você — ela fala
baixinho, piscando, para que somente eu possa escutar e roça o pé no meu pau me
deixando excitado.
— Eu vou te castigar, mas é pelo que você está fazendo, esposa — falo um
pouco mais alto do que deveria e minha sogra escuta.
— O que ela está fazendo, Cristhian ? Anastácia ! O que falei a você sobre roubar
no jogo? — minha sogra fala.
Anastácia  arregala os olhos e encara a mãe, enquanto meu pai sorri e mamãe está
vermelha.
Eles dois entenderam o que falei, mas parece que a minha sogra não. Já o
Stelle, esse não tenho coragem de olhar, já estou marcado por ele.
— Mãe! Eu não estou roubando, nunca fiz isso. Não tenho culpa se o meu
marido é fraquinho no jogo e demora para pensar.

Olho para a sem-vergonha e resolvo deixá-la constrangida.
Adoro ver minha garota vermelha de vergonha.
— Vou te mostrar um jogo mais tarde em que sou muito bom, amor.
Como imaginei, ela fica vermelha de vergonha.
— Dá pra jogar essa carta logo de uma vez pelo amor de Deus, Cristhian . Saiba
perder com honra, moleque, foi isso que eu e o seu pai te ensinamos — Stelle  fala.
Eu vou perder, vou perder a minha mulher para o hospital e não adianta mais
adiar o inevitável.
Alexander vai ficar insuportável quando souber disso, aquele filho da puta.
— Desisto! — Abro minhas cartas na mesa e minha esposa pula da cadeira
gritando.
— Ahhhhhhhh... Eu ganhei, ganhei, ganhei e você perdeu, perdeu e perdeu.
Quem mais que jogar? Estou empolgada agora.
Que humilhante!
Perdi para a minha esposa, mas aceito a minha derrota.
— Cristhian , Cristhian … Você perdeu para ela? — meu pai fala indignado com a
situação.
Eu sempre fui muito bom no poker, tanto que nunca perdi uma partida no
clube da boate.
— Olha só quem está falando? Por algum acaso você já ganhou alguma vez
dela, Oliver? — minha sogra fala me defendendo, olhando para o meu pai.
— Na verdade, ele já ganhou sim, Celeste, quando ela tinha cinco anos e ele
estava ensinando a Anastácia  a jogar. Acho que essa foi a única vez, depois disso nunca
mais — minha mãe fala gargalhando e minha sogra a acompanha.
— Que tal apostamos o grupo Grey , padrinho, se eu ganhar vai ficar
tudo na família mesmo — minha esposa propõe divertida para o meu pai que a
encara.
Eu sei que ela está fazendo isso para provocar o velho Oliver.
— Não, você ficou espertinha demais para o meu gosto. Eu criei um monstro
do poker.
— O senhor bem que poderia apostar comigo o Bellagio, padrinho.
— Negativo, se quiser te levo lá para você arrancar dinheiro de outro
bilionário, mas não o meu.
Os olhos da minha esposa brilham.
— Eu quero, padrinho — ela fala animada batendo palmas.
— Vamos marcar, nós dois faremos uma dupla incrível — ele fala piscando e
mamãe revira os olhos.
— Adoro quando você revira os olhos, meu amor, adoro — meu pai fala para
mamãe e sei o que isso significa.
— Família, já viram as notícias de hoje? — Callie entra na sala de jogos com
várias revistas e jornais nas mãos, e um tablet.

Não me passa despercebido o jeito que Stelle  olha para ela, já que tudo o
que ela usa é um shortinho curto e uma camiseta regata.
— Que notícias, filha? — mamãe pergunta e ela entrega algumas revistas nas
mãos dela.
— A nova senhora Grey  emocionada no casamento da melhor amiga, o
casal de padrinhos do ano. — Callie entrega revistas para Anastácia  e minha sogra, e os
jornais para mim e o meu pai.
Observo que por Stelle  ela passa direto, ignorando a presença dele na sala,
coisa que papai não gosta nadinha pela cara que ele faz.
Stelle  é como se fosse da família, sempre foi, apesar de que ele sempre viaja
muito a mando do meu pai.
— Que porra é essa, Callie? — meu pai pergunta, nervoso.
— O que foi, pai? — ela pergunta se fazendo se desentendida, mas conheço
bem essa pirralha.
— Isso é jeito de tratar o Stelle , menina?
Ela faz cara de sonsa.
— Ah... Ele está aí, nem tinha visto. Olá, brutamonte.
Minha sogra ri baixinho.
Callie é uma provocadora nata, é terrível e o papai sempre fala que ela puxou
isso da mamãe.
— Como vai, pirralha? Quanto tempo.
Os dois se encaram como se fossem inimigos declarados e é a primeira vez
que percebo isso.
Mas que porra foi que aconteceu que não fiquei sabendo?
— Tanto tempo que nem me lembrava mais que você existia, sabia? Agora
voltando ao que realmente interessa. Você estava linda ontem no casamento,
cunhada.
Vejo minha mulher concentrada em uma foto dela ao lado da noiva.
— Eduarda estava divina nesse vestido de noivas, olha como ela está feliz? E
eu estou muito feliz por ela.
Ela não tira os olhos da revista e mamãe não tira os olhos de mim, então algo
vem a minha cabeça.
Eu não dei um casamento a minha mulher.
— Gente, vamos ver se o almoço já está pronto? Vamos lá, Anastácia , mandei
preparar o seu prato favorito — mamãe fala tirando a atenção de Anastácia  das revistas.
Isso parece funcionar já que todos saem da sala de jogos, ficando apenas
Callie e eu para trás, então puxo o braço dela.
— Que olhar foi aquele?
— Do que está falando? — Ela se faz de desentendida.
— Stelle !
— Está vendo coisas onde não existe. Agora fala o que você quer?

Vou deixar passar dessa vez porque o meu assunto com ela é outro no
momento.
— Um casamento.
Ela me olha séria e depois começa a rir.
— Está brincado, né?
— Não, quero um casamento para esse fim de semana.
Ela coloca a mão na minha testa.
— Não está com febre, mas está delirando, é bom ligar para o Alexander. —
Ela pega o celular e o tiro das mãos dela.
— Larga de besteira, Callie, não estou doente e nem delirando.
— Ah, mas está sim, porque só delirando mesmo para achar que se consegue
planejar um casamento para o final de semana.
— Eu sei que você consegue e vai ter a ajuda da mamãe e da senhora Celeste.
Um casamento simples que seja a cara da minha esposa.
Ela cruza os braços e me encara.
— E o que vou ganhar com isso?
— O sorriso da minha esposa.
Ela revira os olhos.
— Que tal eu ganhar o sorriso da sua esposa e a sua cobertura em Nova
York? — Ela faz a jogada dela.
— Você já não tem o seu apartamento lá?
— Eu quero a sua cobertura, é pegar ou largar.
— É sua, agora planeje o meu casamento e só me mande a conta.
— É assim que gosto, príncipe do petróleo. É assim que eu gosto. Vamos
fazer a sua esposa chorar de emoção e eu ainda vou ficar com o crédito. — Ela sai
feliz e sorridente descendo a escada, pulando pelos degraus.
Callie é inocente e pura demais, e mato o desgraçado que tirar isso dela.

Continua...

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