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Harry parecia distraído, embora tentasse entender o que havia escrito no livro em sua frente.

Estava passando por alguns problemas, como ter saído do seu estágio, pois não sendo remunerado acabava ocupando seu tempo a troco de nada.

Ele estava pegando turnos a mais no bar, havia pedido uma vaga ontem mesmo, para o dono. Ao menos ele tirava algum dinheiro a mais.

Sendo uma terça, o local não estava movimentado. Ele tinha chance de ler a matéria que daria pela noite, em seus pequenos intervalos livres.

Vez ou outra algo se passava pela mente: o domingo passado e Louis.

Era inevitável assumir que havia gostado, Louis tinha todo um jeito persuasivo e o rostinho bonito que para Harry era uma covardia.

Ele havia gostado da noite, dos beijos trocados e todas as outras ocorrências. Louis o tratou muito bem, deu a ele bebida, cigarro entre outras coisas.

E pelo final da noite foi acompanhado até em casa por homens ao mando do próprio Louis.

Para ser sincero, Harry não sabia o que pensar sobre todo o ocorrido, mas de uma coisa tinha certeza, havia gostado de tudo que aconteceu e não se arrependia de ter ficado com ele.

Por dentro estava curioso para ver Louis novamente, o dia todo ontem seus caminhos não se encontraram, ele passou o dia fora da comunidade e pela noite soube que Louis também não estava ali.

Enquanto lia, sua cabeça dava voltas sobre achar que era certo ou não continuar com aquilo.

Mas "aquilo" o que? Ele não sabia que nome colocar naquilo ou como tratar daquela situação, então apenas imaginou que fosse interessante esperar Louis lhe procurar.

- Tudo bem? - ouviu a voz de Sara ao seu lado.

- Aham - acenou, fechando o livro - tava lendo a matéria de hoje. A professora avisou que a gente ia ter uma discussão lá.

- Tô achando que a sua cabeça tá longe daqui - ela apoiou os cotovelos na bancada - tipo lá no baile ainda.

- Até parece, eu tenho mais coisas pra fazer da vida, Sara - riu, observando a rua em frente ao bar - eu nem tenho o porquê pensar demais sobre.

- Você passou o dia todo ontem falando sobre ele - a menina disse - e quando a gente voltou do baile e você tava bêbado, tava parecendo apaixonadinho.

- E eu lá ia me apaixonar por beijo?

- Beijo - a menina quase gargalhou - vocês dois tinham passado dos beijos na segunda cerveja. E não adianta mentir, todo mundo viu vocês no balcão.

- É culpa do álcool.

- Até onde eu sei você não tinha bebido uma só gota de álcool antes de subir com ele - deu de ombros - e me parecia bem sóbrio quando enfiou a língua na boca dele.

- Vai ficar jogando as coisas na minha cara? - ele revirou os olhos.

- Por que mesmo você tá evitando falar sobre?

- Você vivia dizendo que Louis tava louco por mim, mas aí a gente fica e ele some? Nem mandou uma mensagem ou algo do tipo - bufou.

- Depois ele que é o emocionado - ela riu.

- Não é que eu goste dele, é que se ele agia daquele modo, sendo legal, só pra me pegar, então não tinha nada haver com ele gostar de mim.

- Esse seria um bom ponto, se ele não estivesse atrás de você por cinco anos - cruzou os braços - Harry, para de insegurança, garoto.

COMPLEXO 18Onde histórias criam vida. Descubra agora