COMPLEXO 18

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Harry sentia o corpo quente, por conta da temperatura debaixo de seus lençóis. Não sabia a quanto tempo não dormia de um modo tão confortável e prazeroso.

Havia se passado quase uma semana do baile e todo o conflito que envolveu a morte do homem que lhe importunou sexualmente.

Ontem Louis sugeriu que viessem novamente para o apartamento, falando a verdade, suas vidas estavam corridas mas ainda tinham tempo para o lazer e prazer.

Ele suspirou ao não sentir o corpo do parceiro ao seu lado.

— Louis — o chamou, mas a voz rouca soou abafada.

Harry levantou, o seu corpo entrou em contato com o ambiente frio por conta do ar-condicionado, ele andou para o banheiro onde lavou o rosto e escovou os dentes.

Ele não se importou em procurar um roupão ou uma cueca, estava em casa e era somente eles dois, poderia se dar ao luxo de ficar confortável ao máximo.

Andou em direção a cozinha enquanto fazia um coque em seus cabelos.

Observou o seu namoro encostado perto da geladeira, lendo algo no celular. Tinha um cigarro entre os lábios, mesmo sendo cedo demais para aquele hábito. Parecia concentrado no que lia e ele também não usava nada.

— Bom dia — Harry disse, mostrando um sorriso para ele. Andou até a cesta de frutas e pegou uma maçã — o que tá fazendo?

— Achei o contato de um cara que vende imóveis — o contou, deixando o celular de canto — na real o Victor me passou.

— Ainda pensando em comprar uma casa?

— Pensando não — disse, andando até ele — já falei que tô decidido. Eu quero começar a ajeitar a minha vida.

— Não acha que é cedo?

— Não — negou — minha mãe contou que ainda vai organizar as coisas, ela pensa em se mudar em um mês, por aí.

Harry observou o namorado se inclinar para deixar um beijo em seus lábios.

— Tá com fome?

— Eu diria que não, mas são umas oito horas e preciso comer alguma coisa, porque o almoço vai demorar — o cacheado disse — e ainda tenho que organizar algumas coisas do estágio.

— Home office hoje?

— Graças a Deus — suspirou.

— Vamo sair pra tomar café na padaria aqui perto — Louis deu a ideia — a gente tá mole pra cozinhar e tô afim de comer uma empada, alguma coisa folheada.

— Boa ideia.

᯽

Harry estava cômodo no sofá em frente a mesa onde se sentaram. Haviam feito o pedido e esperavam chegar à mesa.

— Amor, a gente pode levar um papo sério aqui?

— Manda — Harry suspirou, o observando.

— A gente já namora faz uns meses — Louis disse — na minha cabeça, na real, a gente já namorava faz tempo.

— Eu sei, você é meio esquizofrênico — debochou.

— Enfim — revirou os olhos — a gente já conversou sobre morar juntos, ter um negócio próprio, sobre os planos futuros pra carreira e tem o Felipe ainda.

— E?

— Eu sei o que eu quero e nossa vida tá acontecendo bem rápido — disse — mas o que você quer, amor?