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Após seu terceiro dia como ator empregado pela Globo, Louis gravou algumas cenas atrasadas como pedido do diretor, considerando que eram as mais urgentes.

Era por volta do meio-dia, ele entrou no carro e saiu dos estúdios. Harry não havia ido ao estágio hoje, já que era sua folga e ele a usou para estudar o assunto da prova do dia seguinte.

Louis voltou para casa, dirigindo até Piedade. Antes de realmente chegar aonde gostaria, subiu o morro e estacionou o carro na portaria, observando como havia um tumulto ali.

Ele saiu do carro e observou as caixas empilhadas em um beco no começo do morro.

— Qual foi? — ele perguntou a Oli.

— Três moleques roubaram algumas cargas de um caminhão da Apple, lá na rodovia, faz umas noites.

— Trouxeram pra cá? — observou a mercadoria.

— Tu sabe que tem que fazer a fiscalização, tudo que os moleques da CV roubam, é teu — ele lembrou.

— Abre as caixas aí.

Um dos garotos a abriu e prontamente Louis pôde ver a grande quantidade de iPhones e iPads de último lançamento.

— Tem cem unidades de cada — Oli disse — falaram que a maioria tá desbloqueado, acertaram direitinho com um cara que burlou o sistema de rastreamento.

— Tá seguro, chefe — um dos caras responsável pelo roubo lhe garantiu.

— Vai fazer o que com a carga? — Oli perguntou.

— Faz o seguinte — Louis disse — tira vinte unidades de cada um e entrega pra eles venderem, vou dar essa moral.

— Valeu, chefe — de novo o garoto agradeceu.

— Tu e o Calvin tiram mais vinte unidades de cada e fica a gosto de vocês decidir o que vão fazer com eles — continuou.

Poderiam vender, ficar para si mesmos, ou partilhar com os demais membros da facção e até mesmo com pessoas de fora.

— Deixa os caras ficarem com dez unidades de cada no geral, faz a fé pra quem ficou vigiando a carga aqui.

Oli acenou.

— Aí as cinquenta unidades de sobraram de cada um fica comigo, mas tu vai vender pra mim, beleza? — o explicou — ajusta a tabela dos preços e passa pra mim depois.

— Beleza.

Louis se aproximou da mercadoria e olhou bem.

— Tira quatro de cada ai pra mim e bota lá no meu carro — pediu, se referindo a sua parte.

Um dos caras se ocupou de fazer a tarefa ordenada por Louis, levando os aparelhos para a Evoque que estava estacionada ao lado.

— Vou indo, falo contigo depois — Louis disse para seu amigo.

Ele voltou a entrar no carro e desceu o morro. Não levou muito tempo para checar onde era o destino inicial.

Estacionou o carro em frente a escola municipal e desceu, colocando a chave no bolso e andando em direção o interior.

Escola Municipal João Kopke.

Ele passou direto pelo grupo de alunos mais novos, mas ele conhecia alguns rostos mais velhos, grande parte sabia quem ele era, mas apenas olhavam de longe.

Um ou outro que fazia parte da facção, chegava a lhe dizer alguma coisa. Fazia muito tempo que não ia no lugar em questão.

Ele olhou para o corredor e notou uma senhora que parecia auxiliar os alunos mais novos e ficaram em conjunto à espera dos pais.

COMPLEXO 18Onde histórias criam vida. Descubra agora